Archive for 15 Julho, 2003
"LULU ON THE BRIDGE"
“Como todos os romances do autor, Lulu on the Bridge combina o mito, a magia e a realidade para nos desvendar os aspectos mais profundos da experiência humana. Izzy, um músico de jazz, é acidentalmente atingido por uma bala quando actua num clube de Nova Iorque e, na última hora que lhe resta de vida, graças às virtudes mágicas de uma pedra misteriosa, é conduzido em sonho ao labirinto estranho e por vezes assustador da sua alma. Ao mesmo tempo thriller e conto de fadas, Lulu on the Bridge é acima de tudo uma extraordinária história sobre as possibilidades redentoras do amor.”
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TOUROS DE MORTE, PRÓS E CONTRAS
Um tema que muita polémica tem levantado nos últimos anos, cujo último episódio foi a condenação de “Pedrito de Portugal” ao pagamento de uma coima de 100 000 euros, pela morte (ilegal) de um touro na Moita, em 2001.
Sem pretender tomar partido (a minha opinião transparecerá claramente dos “prós e contras” que a seguir refiro), deixo algumas pistas de reflexão sobre o tema.
A primeira vez que vi uma tourada com “touros de morte”, em Espanha, ao fim de alguns minutos – ainda na fase inicial da “lide” – confesso que me senti um pouco lívido (comecei a ficar “pálido”); o espectáculo é de facto um pouco “bárbaro”, não recomendável a pessoas impressionáveis.
Em termos mais latos, as associações de defesa do animal, condenam qualquer tipo de tourada, considerando que se trata de um espectáculo desumano, com tradições que remontam a uma época medieval, não defensáveis nos dias de hoje; considera-se que haverá sempre “sofrimento” do animal e que se trata de uma “luta desigual”.
Ao contrário, é inegável também a arte, a bravura, o destemor, o movimento “templado” e contemplativo do toureiro. Não deixa de ser um espectáculo que impressiona também pela sua “beleza plástica”.
Defendem os “aficionados” (e profissionais da modalidade) que os touros de lide são uma raça especialmente apurada, cuja única finalidade é o toureio; se não houvesse toureio, não existiriam esses touros (criados com grande “carinho e devoção” por grandes ganadeiros, tendo por objectivo máximo apurar a sua bravura e combatividade).
Uma das questões que se coloca também é a dificuldade de quantificação do sofrimento do animal … depois de lidado, esperar mais 12 ou mais horas até ser abatido; ou, como defendem os puristas da “festa”, ter o seu fim, em “glória e apoteose” na praça.
A verdade é esta: para que hoje seja legal o toureio de morte (por exemplo, em Barrancos, reconhecido que foi o seu estatuto de excepção), foram necessários 50 anos de práticas ilegais ininterruptas.
Na modalidade “à espanhola”, não matar o touro no final de uma “brilhante faena” seria como se o Maradona “driblasse” todos os adversários e, em cima da linha de baliza, fosse impedido de marcar o golo …
Talvez não seja unanimemente conhecido que, quando a actuação do “binómio toureiro/touro” é considerada extraordinária, existe mesmo uma figura que é o “indulto”, consistindo no “perdão” daquele touro, que pela sua bravura e nobreza, é “poupado”, para apuramento da raça.
A finalizar, pela positiva, quer se goste ou não, acho que só pode ser um orgulho ter aquele que foi considerado o melhor cavaleiro do mundo (João Moura) e – embora não concretizando tudo aquele que prometeu quando se iniciou, altura em que era também um dos melhores do mundo – um digno representante do toureio a pé (Pedrito).
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