“TOMAR", DE JOSÉ-AUGUSTO FRANÇA (X)
9 Junho, 2006 at 8:55 am Deixe um comentário
“De moagem deveríamos falar também, mostrando o farmacêutico e político regenerador Torres Pinheiro diversificar a sua iniciativa na fábrica Nabantina, que herdara, em labor já em 1883, e concorrido depois por outro capitão da indústria tomarense que foi, partindo do nada e até falecer em 1924, Mendes Godinho, fundador de vasta empresa familiar, criando a fábrica Portugalia em 1912 (que hoje é estudada em termos valiosos de arqueologia industrial), explorando a central eléctrica em 14 e instalando fábricas de alimentos para gado, cerâmicas, extracção de óleos e placas de madeira prensada, e abrindo banca – e também ou já tomando conta de uma fundição que, nos Lagares d’El Rei, Torres Pinheiro fundara e depois outras e actuais mãos conheceu.
Esta a história industriosa da cidade, animada pela energia hidráulica do seu rio, em rápidos e açudes agenciados. Foi ela a terceira do país, fora Lisboa e Porto, e após Elvas e Vila Real, a ter electrificação, em 1901; falou ao telefone em Abril de 1928 ano que também teria caminho-de-ferro inaugurado.
[…]
Entretanto, cerca de 1840, a edilidade tomarense começara a preocupar-se com o estado e a higiene das ruas e, em 53, e de novo em 69, com o Engenheiro Everard (que lhe daria nome) definiu-se o caminho quinhentista da Levada; em 57, tratou-se da ilha do Mouchão e em 83 saneou-se a Várzea Grande e, sobretudo, estabeleceu-se a ligação da estrada de Tomar a Leiria com a de Lisboa a Coimbra – malograda que fora, em fins do século XVIII, a passagem por Tomar da «Estrada Nova» do Norte, que preferiu cortar para Leiria, abandonando à sua sorte o percurso antigo de Santarém a Coimbra; nessa prejudicial decisão se insistiu ainda em meados de Oitocentos.”
Tomar – «Thomar Revisited», José-Augusto França, Editorial Presença, 1994, pp. 22, 23, 25
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