“TOMAR", DE JOSÉ-AUGUSTO FRANÇA (VI)
5 Junho, 2006 at 8:51 am Deixe um comentário
“A acção do Infante à frente da Ordem de Cristo foi considerável como todo o poder dos cavaleiros, que aumentou por força de novos estatutos em 1426, e de reformas desejadas, de que foi incumbido em 1434, mas só com aplicação em 1443 e sobretudo 49, D. João Vicente, bispo de Lamego, antigo médico de D. João I. Eram elas conformes aos estatutos da Ordem de Calatrava, modelo que lhe fora, já em 1319, e agora mais imposto.
Grandes obras no castelo-convento foram levadas a cabo, e ali o Infante residiu até se fixar, já em anos 40, no Algarve, na chamada Vila do Infante, desaparecida e de hipotética localização, onde morreria em 1460 (mas em 1451, por exemplo, estava em Tomar), deixando em testamento à Ordem as suas ilhas açoreanas de S. Miguel e de Sta. Maria que, como o restante arquipélago, recebera do rei, e indo as outras para a coroa ou para o sobrinho herdeiro.
Paços de residência no castelo, outros, possíveis, ditos da Ribeira, existentes à Várzea Grande, onde se julga que veio a morrer o Rei D. Duarte em 1438, abrilhantaram a vida da povoação que muitas figuras henriquinas atravessaram.
Ali D. Henrique realizou grandes obras civis, adaptando a ponte, fundando Estaus de novidade urbana, como em Lisboa fizera o irmão D. Pedro, e aqui para uso de visitantes e criadagem dos Mestres e dos cavaleiros, e também de feirantes, já que, em 1420, uma feira foi criada, a seu pedido, em Tomar, por autorização régia e com privilégios então únicos no país (Virgínia Rau, 1960).”
Tomar – «Thomar Revisited», José-Augusto França, Editorial Presença, 1994, p. 16
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