LÍNGUA PORTUGUESA: ESTRANGEIRISMOS E NEOLOGISMOS (II)
9 Setembro, 2005 at 12:34 pm 1 comentário
“Depois da segunda guerra, com a intensificação do estudo da língua, com a enorme e eficaz propaganda dos Estados Unidos através do cinema, dos cursos, dos livros e das bolsas de estudo, o volume de anglicismos cresceu significativamente. Notamos apenas estes: truísmo, break, tender, cottage, miss, mister, dandy, darling, court, briche, James, fruit, salt, grape fruit, coldre, colt, wagon, spleen, Tilbury, rails, sleepers, sport, e modernamente todos os termos de esporte, de mecânica, de tracção, como no Brasil bonde, motorneiro e decalques: eletrocução, electrocutar. […]
Alguns puristas tentam reagir e aparecem vários elencos de galicismos, estrangeirismos, no afã de coibir o abastardamento do idioma. Outros procuram substituir os empréstimos por neologismos que vão forjando com muita produtividade, mas pouca aceitação. Aparecem, assim, quebra-luz, lucivelo, pantalha para substituir abat-jour; convescote em lugar de pic-nic, focale para cache-nez; nasóculos para pince-nez; runimol para avalanche; concião para meeting; pedibola para foot-ball; austista para chauffeur. Pouca sorte tiveram tais tentativas. O povo achou melhor acomodar o termo estrangeiro, escrevendo e dizendo abajur, piquenique, cachenê, pincenê, futebol, chofer. […]
O desenvolvimento da ciência biológica e mecânica forja numerosos neologismos que se tornam internacionais: termómetro, barómetro, hidrómetro, agrimensura, agrimensor, topografia, toponímia, antropometria, biometria, bioquímica, biotipologia, galvanoplastia, galvanização, galvanómetro, ferrocarril, fonógrafo, automóvel, automobilista, autódromo, velódromo, hipódromo, batracódromo, aerofagia, autoclave, plástica (matéria plástica), avião, aviação, aeroplano, monoplano, biplano, motorizar, motociclismo, motocicleta, composição (ferroviária), locomotor, locomoção, locomotiva, motonave, turbonave, volante, encouraçado, torpedo, submarino, dirigível (balão), rádio, radiotelegrafia, radiotelefonia, telegrama, telefone, televisão, televisionar, televisionados, telecomandar, etc.”.
Francisco da Silva Bueno, “A Formação Histórica da Língua Portuguesa”, 2ª ed. (1958)
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Karina | 25 Abril, 2006 às 2:09 am
Gostei muito do conteudo desta pagina… Estou fazendo um trabalho na escola sobre o neologismo, e me foi muito util sua pagina
abraços.