ELEIÇÕES ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – 1983

24 Janeiro, 2005 at 8:25 am

Precisamente 9 anos depois da Revolução, a 25 de Abril de 1983, a “alternância democrática” era novamente colocada em prática: o Partido Socialista – reconquistando os votos dos desencantados com a política da AD – voltava a ser o partido mais votado, com 36 % dos votos, elegendo 101 deputados.

Ficava, ainda assim, bastante longe de uma maioria absoluta parlamentar – possivelmente ainda de alguma forma consequência de divisões internas, desde logo com a posição de Soares face a Eanes aquando das eleições presidenciais, traduzindo também, por outro lado, a ausência de uma inequívoca coerência em termos da sua prática política ao longo dos anos.

O PPD/PSD e o CDS, concorrendo separados, após a dissolução da AD, e com novos dirigentes (Mota Pinto e Lucas Pires) com a pesada responsabilidade de substituir os líderes históricos, quedavam-se, respectivamente, pelos 27 % (75 deputados) e 12,5 % (30 deputados), com uma queda significativa face aos resultados de 1980, uma derrota expressiva (de que, em termos efectivos, o CDS nunca mais viria a recuperar), penalizando o período de instabilidade e ausência de orientação estratégica no seio da anterior maioria.

A APU conseguia recuperar novamente para o patamar dos 18 %, alcançando 44 deputados, com a esquerda a reclamar de novo (desta vez, de forma mais vincada) a maioria sociológica no país, com cerca de 60 % de votos – traduzida em termos de mandatos, numa significativa vantagem, de 145 face 105 deputados.

Contudo, dada a maioria relativa no Parlamento, viria a ser outra a configuração política da maioria governamental: num contexto de “corte de relações” entre as duas principais forças de esquerda e de divisão no segmento de direita, o PS viria a formar com o PSD (liderado por Mota Pinto) um “Bloco Central”.

Esta solução governamental – de alguma forma tornada “inevitável” pelas orientações políticas e pelas próprias campanhas eleitorais do PCP e CDS –, tornaria o nono governo constitucional (com o regresso, 5 anos depois, de Mário Soares ao cargo de Primeiro-Ministro) no executivo de maior base de apoio parlamentar, todavia não necessariamente no mais consensual ou com efeitos práticos significativos a nível de reformas estruturais do país.

[2004]

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RAFAEL BORDALO PINHEIRO – 100 ANOS DEPOIS 60 ANOS DA LIBERTAÇÃO DOS CAMPOS CONCENTRAÇÃO


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