Archive for Novembro, 2004
500 DIAS A "BLOGAR"
500 dias, 1 800 “entradas”, mais de 37 000 visitantes, praticamente 80 000 pageviews, cerca de 1 000 comentários, eis um pequeno “balanço numérico” do Memória Virtual.
Alguns amigos e muitos momentos de prazer, particularmente com algumas das “séries” que aqui tive oportunidade de apresentar, de que destaco naturalmente:
– “2003 – Ano dos “blogues” (fica aqui já a promessa de novidades para Dezembro…)
– os “1º Post”
– o “Livro do mês”
– os “Novos Países da União Europeia”
– a “História da União Europeia”
– o “EURO 2004”
– os “Jogos Olímpicos”
– o “Centenário do Benfica”
– a “contagem regressiva para as férias”
– e, claro, o “Da Vinci“…
Tal como há 500 dias atrás, não sei hoje, exactamente, qual o rumo que este “blogue” tomará. Mas continuará – eventualmente com menor intensidade -, porque escrever será sempre uma coisa que me dará prazer.
Agradecendo a todos os que me têm dado o privilégio de por aqui passar; aproveito para vos convidar a continuarem as vossas visitas.
Há 1 ano no Memória Virtual – TGV
[1834]
REVISTA DA SEMANA
Visão (04.11.04)
“Onde sepultar Arafat? Oficialmente, as autoridades palestinianas recusam falar deste tema enquanto se mantiverem as dúvidas quanto ao real estado do seu líder. Mas Israel já está a tratar dos preparativos, sendo que não deixará que o enterro se realize em Jerusalém. Gaza ou Ramallah são hipóteses.
Equipa de Durão pode ser aprovada dia 18 – O Parlamento Europeu quer que os novos comissários propostos pelo ex-primeiro-ministro português sejam sujeitos a audições durante a sessão plenária de 15 a 18 de Novembro. Se merecer aprovação, a equipa de Durão entra em funções poucos dias depois.
Al Qaeda promete «inferno insuportável» – Numa mensagem divulgada na Internet, um grupo que afirma pertencer à rede terrorista Al Qaeda garante que vai castigar o povo norte-americano por ter reeleito o presidente George W Bush. Este, no primeiro discurso após a reeleição, reafirma a luta contra o terrorismo.
Piloto e hospedeira da Air Luxor em liberdade – As diligências efectuadas pelo advogado da companhia resultaram, pois o tribunal decretou a libertação imediata dos dois portugueses. Quanto ao co-piloto, António Pinto Pereira acredita que, o mais tardar, na segunda-feira sairá também em liberdade.
Túnel do Rossio fechado até Junho de 2006 – A Refer anunciou que as obras de intervenção estrutural no túnel ferroviário do Rossia vai durar mais de ano e meio e deve custar 49,5 milhões de euros.”
Há 1 ano no Memória Virtual – Debate sobre a “Constituição Europeia” (IV)
[1833]
“BLOGA!?”
Há um ano, Rui Branco (Adufe) e Giesta e Alecrim (Flores do Campo) criavam a BLOGA!? – Blogólicos Anónimos: “Junte-se a outros blogólicos, fale com eles, discuta conteúdos, decifre-lhes a fisionomia, reforce as amizades, desça à terra partilhando os seus sonhos e ânsias blogosféricas! Faça do seu vício algo virtuoso, desdramatize-o, ponha-o a “jogar” a seu favor!”.
Depois de um percalço informático deste “blogue” colectivo, acabou por perder alguma dinâmica que se gerara na sua fase inicial, mas continua “vivo”!
[1832]
CHEGADAS E PARTIDAS NA BLOGOSFERA
Através da Catarina, tomo conhecimento da criação do Torre de Menagem, um novo “blogue” (integrando participantes do Ideias Soltas, Anarca Constipado, Planície Heróica e Alentejanando), com “um objectivo apenas: acordar sociedade civil a participar activamente na construção de um Alentejo vivo”.
Bem-vindos à blogosfera!
Os mesmos votos formulo relativamente ao Esquerdices, de Rui Pedro Nascimento, cujo início nos é anunciado pelo Carlos Manuel Castro.
Mas, como nem tudo são boas notícias, é com pena que vemos “partir” um dos melhores “blogues” portugueses, a Janela Indiscreta, ao mesmo tempo que um outro “histórico” dá também por finda a sua caminhada, o Valete Fratres…
Há 1 ano no Memória Virtual – Debate sobre a “Constituição Europeia” (III)
[1831]
"OS LUSÍADAS" (II)
No Canto II, com a chegada a Mombaça (Quénia), Baco continua a sua acção, instigando os mouros contra os portugueses. Seriam salvos por Vénus, afastando a armada, e intercedendo junto de Júpiter, profeta de feitos gloriosos dos portugueses no Oriente, aparecendo Mercúrio num sonho a Vasco da Gama e aconselhando-o a dirigir-se a Melinde, onde seria bem recebido.
“Já neste tempo o lúcido Planeta
Que as horas vai do dia distinguindo,
Chegava à desejada e lenta meta,
A luz celeste às gentes encobrindo;
E da casa marítima secreta
Lhe estava o Deus Nocturno a porta abrindo,
Quando as infidas gentes se chegaram
Às naus, que pouco havia que ancoraram.
Dantre eles um, que traz encomendado
O mortífero engano, assi dizia:
– «Capitão valeroso, que cortado
Tens de Neptuno o reino e salsa via,
O Rei que manda esta Ilha, alvoraçado
Da vinda tua, tem tanta alegria
Que não deseja mais que agasalhar-te,
Ver-te e do necessário reformar-te.
«E porque está em extremo desejoso
De te ver, como cousa nomeada,
Te roga que, de nada receoso,
Entres a barra, tu com toda armada;
E porque do caminho trabalhoso
Trarás a gente débil e cansada,
Diz que na terra podes reformá-la,
Que a natureza obriga a desejá-la.
«E se buscando vás mercadoria
Que produze o aurífero Levante,
Canela, cravo, ardente especiaria
Ou droga salutífera e prestante;
Ou se queres luzente pedraria,
O rubi fino, o rígido diamante,
Daqui levarás tudo tão sobejo
Com que faças o fim a teu desejo.»”
[1830]
"FEEDBACK E MASLOW"
“Pegando” em mais um excelente “post” do Bruno, nos dias de hoje, de comunicação “instantânea” entre as partes mais remotas do mundo, via mail ou sms, Maslow teria possivelmente de rever a sua pirâmide das necessidades…
A necessidade de feedback (a resposta que aguardamos a um mail, sms, o comentário no “blogue”…) tornou-se tão premente, qual necessidade básica como a alimentação.
Quem não experimentou já momentos (mesmo que apenas se passem alguns “segundos” entre a emissão e a recepção de resposta à comunicação) de “angústia”, incerteza, dúvida?
E alguém, minimamente envolvido numa relação (amorosa, de amizade, seja qual o seu carácter) consegue mesmo alcançar o tal “nirvana” de esquecer que está à espera de feedback?
Mais especificamente, a “dependência aguda” do telemóvel traduz-se numa verdadeira revolução social; como pensar em viver hoje sem aquele pequeno objecto (praticamente “desconhecido” há 10 anos!) que nos “liga ao resto do mundo”?
Há 1 ano no Memória Virtual – Debate sobre a “Constituição Europeia” (II)
[1829]
"OS LUSÍADAS" (I)
A obra épica de Camões compreende dez partes, designadas por Cantos, cada um com um número variável de estâncias (sendo o maior o Canto X); as estrofes são oitavas, compostas portanto de oito versos, sempre com o mesmo esquema de rimas (rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos); cada verso é constituído por dez sílabas métricas.
O Canto I inicia-se com a “Proposição”, em que é apresentado o objectivo da obra, que, tratando-se de uma epopeia, é o de celebrar os feitos e conquistas lusitanos (vitórias em África e na Ásia, desde D. João a D. Manuel e as navegações no Oriente) – centrada portanto na celebração de uma viagem, na história de um povo, na vitória sobre “os deuses” –, logo seguida da “Invocação”, em que o poeta solicita às ninfas do Tejo (musas) que lhe dêem inspiração, a que se segue a “Dedicatória”, a oferenda do poema ao Rei D. Sebastião.
A narrativa apenas começa na estância 19, com a armada de Vasco da Gama já a meio da viagem, no Índico, a caminho de Moçambique, enquanto que o Concílio dos deuses aprecia se deverão ajudar (Júpiter e Vénus) ou impedir (Baco) os portugueses na sua ousada aventura; com a “vitória” da tendência apoiante, resta a Baco colocar obstáculos à empreitada dos portugueses no caminho até à Índia, recorrendo para tal às ciladas dos povos africanos (Rei de Moçambique).
“As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.”
[1828]
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES AMERICANAS
Não sendo ainda conhecidos os resultados finais, Bush consegue atingir, desta vez, uma vitória mais expressiva, em número de votos (59 100 000 contra 55 550 000), em número de Estados (29 a 20) e, no que realmente “conta”, o número de “grandes eleitores” (274 a 252 – faltando ainda apurar os resultados finais de Iowa (7) e New Mexico (5), onde Bush leva também vantagem que lhe deverá igualmente proporcionar a vitória).
Conforme esperado, Bush conquistou o Alaska (3), Alabama (9), Arizona (10), Arkansas (6), Colorado (9), Georgia (15), Idaho (4), Indiana (11), Kansas (6), Kentucky (8), Louisiana (9), Mississippi (6), Missouri (11), Montana (3), Nebraska (5), Nevada (5), North Carolina (15), North Dakota (3), Oklahoma (7), South Carolina (8), South Dakota (3), Tennessee (11), Texas (34), Utah (5), Virginia (13), West Virginia (5), Wyoming (3). Ao conquistar também a Florida (27) e Ohio (20), atinge, para já, 274 “grandes eleitores”, o suficiente para assegurar a reeleição.
Desta forma, as vitórias de Kerry na California (55), Connecticut (7), Delaware (3), District of Columbia (3), Hawaii (4), Illinois (21), Maine (4), Maryland (10), Massachusetts (12), Michigan (17), Minnesota (10), New Hampshire (4), New Jersey (15), New York (31), Oregon (7), Pennsylvania (21), Rhode Island (4), Vermont (3), Washington (11) e Wisconsin (10), somando um total de 252 “grandes eleitores” não bastaram para atingir o objectivo, que acabou por ficar a “um único Estado de distância” (a Florida ou o Ohio…).
Uma vitória da América “profunda e rural” do interior e Sul face à América urbana das costas leste e oeste.
Há 1 ano no Memória Virtual – Debate sobre a “Constituição Europeia” (I)
[1827]
CAMÕES (III)
Em 1567, acompanha o capitão Pêro Barreto a Moçambique, onde continuaria a viver da generosidade dos amigos, ocupando-se então na revisão do manuscrito de “Os Lusíadas”.
Regressado a Lisboa em 1569 com a ajuda de Diogo do Couto, trazendo consigo Jau, o escravo javanês comprado em Moçambique, dedicou todos os seus esforços à impressão da sua obra-prima, contando com o patrocínio de D. Manuel de Portugal (Conde de Vimioso), o que conseguiria fazer em 1572, na oficina do mestre António Gonçalves.
Viria a alcançar grande êxito, recebendo paralelamente, por alvará de D. Sebastião, a quem tinha dedicado o poema, uma tença trienal de 15 000 réis, ou seja, 40 réis por dia (“em respeito aos serviços prestados na Índia e pela suficiência que mostrou no livro sobre as coisas de tal lugar”). A pensão (correspondendo a cerca de ¼ do salário de um carpinteiro) viria a ser renovada em 1575 e em 1578.
Em 1578, partia para o Norte de África o Rei e o seu exército, para a trágica derrota de Alcácer Quibir.
Em 1579, a peste grassa em Lisboa. Camões, entretanto regressado, é atacado pela doença; deixaria a vida numa pobre casa da Calçada de Santana, a 10 de Junho de 1580, que viria a ser consagrado como feriado: “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”.
Mais tarde, passaria a repousar no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
(Biografia baseada nomeadamente no texto “Camões, Poeta pelo Mundo em Pedaços Repartido”, de Aníbal Pinto de Castro, na página do Instituto Camões).
[1826]
BUSH GANHOU…
Esta não é uma boa notícia para o mundo…
Apesar de não se encontrarem ainda disponíveis os resultados finais (e poderem demorar ainda dias!), só com muita ilusão os democratas poderão ainda pensar em “reconquistar” o Ohio ou esperar um “volte-face” no Iowa.
Mais uma vez, as eleições foram perdidas na Florida!
Há 1 ano no Memória Virtual – Visão (a partir) dos EUA
[1825]



