Archive for Novembro, 2004
“A FILHA DO CAPITÃO" (II)
José Rodrigues dos Santos, por todos reconhecido como excelente profissional da comunicação, mas cuja figura associamos mais imediatamente à vertente da informação, “surpreende-nos” – depois das excelentes crónicas de guerra “Da Crimeia a Dachau” e “De Saigão a Bagdade” – com a fluência da sua escrita romanesca, a que empresta a vivacidade e autenticidade que lhe conhecemos dos écrans.
“A Filha do Capitão” apresenta-se como uma obra de grande “fôlego”, nas suas 634 páginas, as quais, não obstante, parecem beneficiar de uma espécie de alquimia, que inevitavelmente prende o leitor, fazendo com que, uma vez iniciada a leitura, seja “impossível” parar antes de atingir o epílogo, num final comovente que não pode deixar ninguém indiferente.
Que me perdoe o autor a leitura que faço deste romance: a bela história de amor de Afonso e Agnès acaba por transformar-se no pretexto para mais uma admirável crónica de guerra, prestando tributo directo aos seus antepassados e, por via deles, homenageando todos os portugueses que se viram envolvidos na I Guerra Mundial.
Destaque-se o grande mérito de arriscar num género difícil, pouco explorado em Portugal, que extravasa a imagem que temos do jornalista, e também num contexto em que parece inevitável o estabelecer de comparações com Miguel Sousa Tavares e o seu “Equador”.
[1864]
CAUSA NOSSA – 1º ANO
O Causa Nossa, um dos melhores “blogues” portugueses, completa hoje o seu “primeiro aniversário”.
É claro que valeu a pena “arriscar” com esta iniciativa, que, em particular, nos revelou também um dos melhores “bloggers” nacionais, o Professor Vital Moreira.
Parabéns e votos de continuação do excelente trabalho!
[1863]
“A FILHA DO CAPITÃO" (I)
“Quem sabe se a vida do capitão Afonso Brandão teria sido totalmente diferente se, naquela noite fria e húmida de 1917, não se tivesse apaixonado por uma bela francesa de olhos verdes e palavras meigas. O oficial do exército português encontrava-se nas trincheiras da Flandres, em plena carnificina da primeira guerra mundial, quando viu o seu amor testado pela mais dura das provas.
Em segredo, o Alto Comando alemão preparava um ataque decisivo, uma ofensiva tão devastadora que lhe permitiria vencer a guerra num só golpe, e tencionava quebrar a linha de defesa dos aliados num pequeno sector do vale do Lys. O sítio onde estavam os portugueses.
Tendo como pano de fundo o cenário trágico da participação de Portugal na Grande Guerra, A Filha do Capitão traz-nos a comovente história de uma paixão impossível e, num ritmo vivo e empolgante, assinala o regresso do grande romance às letras portuguesas.”
É assim que nos é apresentada a mais recente obra de José Rodrigues dos Santos, o seu segundo romance, depois de quatro ensaios (três deles tendo por temática a guerra) e de “A Ilha das Trevas”.
Ainda hoje, e durante a semana, terei a oportunidade de voltar a tratar este tema, com mais algum detalhe.
Há 1 ano no Memória Virtual – JFK
[1862]
REVISTA DA SEMANA
Visão (18 Novembro)
“Rebentamento de conduta deixa 150 mil sem água – Uma conduta de água rebentou junto à estação de Santa Apolónia, em Lisboa, obrigando ao corte da circulação automóvel e do abastecimento de água a várias zonas da capital. As causas ainda não são conhecidas.
Fim formal do embargo a Portugal – Com a aprovação, esta sexta-feira, do levantamento do embargo à carne e produtos bovinos portugueses, as exportações poderão ser retomadas já a partir do próximo domingo.
Referendo já tem pergunta – PSD, CDS-PP e PS aprovaram a pergunta a colocar aos portugueses sobre o Tratado de Constituição europeia. PCP, BE e Verdes votaram contra e acusam a maioria e os socialistas de fazerem do referendo «uma farsa».
Alta Autoridade chama Rodrigues dos Santos – O órgão regulador da comunicação social nacional quer esclarecer as causas que levaram à demissão em bloco da equipa que dirigia a Informação do canal público de televisão. As audições começam na próxima segunda-feira.
Gomes da Silva rejeita conclusões da AACS – O ministro dos Assuntos Parlamentares não concorda com as consluões do relatório da Alta Autoridade para a Comunicação Social que o acusa de tentativa de pressionar o comentador Marcelo Rebelo de Sousa. E, obviamente, não se demite.
Aprovada equipa de Durão – O Parlamento Europeu aprovou na quinta-feira, em Estrasburgo, a Comissão Europeia chefiada por Durão Barroso. A votação favorável à equipa remodelada de 24 comissários põe fim a uma crise inédita nas instituições europeias.”
Há 1 ano no Memória Virtual – Novos membros da União Europeia – Hungria (V)
[1861]
UM ANO DEPOIS
…Um ano é muito tempo.
Mas é – cada vez mais – “menos tempo”, tal o ritmo “vertiginoso” que os dias, semanas e meses adquiriram.
Mais um ano com coisas boas, algumas muito boas, outras nem tanto… A vida faz-se de todos esses momentos, talvez principalmente aqueles que fazem ainda parte do futuro por viver.
Hoje, começa mais uma parcela desse futuro, que esperamos sempre melhor!
Há 1 ano no Memória Virtual – Galiza e Espanha
[1860]
CAMÕES – LÍRICA
A primeira edição da Lírica apenas seria publicada em 1595 (“Rimas”, compilação a partir de cancioneiros manuscritos).
A obra lírica de Camões é constituída por: Redondilhas; Sonetos (composições poéticas de 14 versos, distribuídas em dois quartetos e dois tercetos); Éclogas (poesia em forma de diálogo, com tema pastoril); Odes; Elegias (composições que expressam tristeza); Canções (composições curtas); Oitavas (poemas com estrofes de 8 versos); Sextinas (poemas com estrofes de 6 versos).
Descalça vai para a fonte
“Descalça vai para a fonte
Lianor, pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
Os textos nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamalote;
Trás a vasquinha de cote,
Mais Branco que a neve pura;
Vai fermosa, e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro o entrançado,
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura:
Vai fermosa, e não segura.”
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferente em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto
E, afora esta mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de amor espanto,
Que não se muda já como soía.”
[1859]
MEGA FERREIRA
No Bloguitica, Paulo Gorjão classificou António Mega Ferreira, enquanto putativo candidato à Câmara de Lisboa, como “uma boa escolha”.
Ontem, voltando ao tema, Paulo Gorjão fala da “dança dos nomes” dos possíveis candidatos do PS à Câmara Municipal de Lisboa, desde António Costa, passando por António José Seguro, António Mega Ferreira, Ferro Rodrigues, Jorge Coelho e Manuel Maria Carrilho, reafirmando a sua preferência.
Junto-me ao Paulo, para dizer que considero Mega Ferreira não só “uma boa escolha”, mas “a melhor escolha” (até numa perspectiva que extravasa as fronteiras partidárias), pelo seu perfil, imagem de competência, querer e vontade de fazer e ideias para mudar a cidade de Lisboa (aliás, já aqui o tinha deixado “subentendido”, há precisamente 7 meses).
A finalizar, o Paulo coloca, como habitualmente, pertinentes questões sobre a estratégia a definir, o concorrer isoladamente ou em coligação (e com quem) e quais os temas a eleger para “a primeira linha”.
Espero que seja possível ao “aparelho” do PS perceber que, para lá do maior ou menor peso político de cada eventual candidato, deverá privilegiar-se a competência e o projecto de transformação da cidade e que seja possível avançar efectivamente com a candidatura de Mega Ferreira. Não tenho dúvidas que ele saberá dar as melhores respostas às questões anteriores.
P. S. O Luís Tito também aborda a questão, no Tugir.
[1858]
"A NOITE DO ORÁCULO" (IV)
Regressando à história “principal”, a do escritor Sidney Orr, recentemente recuperado de uma grave doença, e da sua esposa Grace, o autor conduz-nos aos meandros da respectiva relação, perturbada pelo tradicional triângulo amoroso.
Durante os nove dias em que procurou escrever – no caderno português – algo que pudesse dar forma a um novo livro, Orr descobre que Grace está grávida, o que seria uma magnífica notícia… não fora o caso de a própria mãe não saber exactamente quem é o pai, o que a leva a colocar a hipótese do aborto.
Até que, ao nono dia – pouco depois de Orr rasgar as folhas do bloco de notas português e o deitar a um contentor de lixo -, o seu melhor amigo acaba por sucumbir e, paralelamente, o filho deste espancava Grace, destruindo a semente que germinava no seu ventre.
Um final de alguma forma inesperado, numa espécie de fuga ao “beco sem saída” em que findara a história que Orr desesperadamente tentara escrever no bloco de notas azul.
Há 1 ano no Memória Virtual – Grupos de pertença
[1857]
CAMÕES – AUTOS
Entendida no seu conjunto, a obra de Camões traduz a capacidade única de criação do poeta, expressa por via de diferentes géneros: épico, dramático e lírico.
Os Autos de Camões apenas seriam publicados em 1587, incluídos no volume “Primeira Parte dos Autos e Comédias Portuguesas”: os autos-comédia Enfatriões e Filodemo; El-Rei Seleuco apenas viria a ser publicado em 1645.
[1856]
DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DA ESTRADA
Decorre no próximo dia 21 de Novembro, em Évora, um conjunto de eventos relacionados com o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada.
Pode saber mais sobre esta organização, nas seguintes páginas:
– Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados
– “Sobreviventes”
– A Nossa Âncora
– Paz na Estrada.
[1855]



