“A FILHA DO CAPITÃO" (II)
22 Novembro, 2004 at 12:34 pm 1 comentário
José Rodrigues dos Santos, por todos reconhecido como excelente profissional da comunicação, mas cuja figura associamos mais imediatamente à vertente da informação, “surpreende-nos” – depois das excelentes crónicas de guerra “Da Crimeia a Dachau” e “De Saigão a Bagdade” – com a fluência da sua escrita romanesca, a que empresta a vivacidade e autenticidade que lhe conhecemos dos écrans.
“A Filha do Capitão” apresenta-se como uma obra de grande “fôlego”, nas suas 634 páginas, as quais, não obstante, parecem beneficiar de uma espécie de alquimia, que inevitavelmente prende o leitor, fazendo com que, uma vez iniciada a leitura, seja “impossível” parar antes de atingir o epílogo, num final comovente que não pode deixar ninguém indiferente.
Que me perdoe o autor a leitura que faço deste romance: a bela história de amor de Afonso e Agnès acaba por transformar-se no pretexto para mais uma admirável crónica de guerra, prestando tributo directo aos seus antepassados e, por via deles, homenageando todos os portugueses que se viram envolvidos na I Guerra Mundial.
Destaque-se o grande mérito de arriscar num género difícil, pouco explorado em Portugal, que extravasa a imagem que temos do jornalista, e também num contexto em que parece inevitável o estabelecer de comparações com Miguel Sousa Tavares e o seu “Equador”.
[1864]
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catarina | 22 Novembro, 2004 às 2:03 pm
Bom, fiquei mesmo curiosa…Obrigada Leonel!