"A NOITE DO ORÁCULO" (III)
O quarto do taxista recém reformado, com as suas várias dezenas de livros, entre os quais oito ou dez dicionários, e uma enciclopédia em vinte volumes não deixa sequer antever o arquivo privado, o “museu” que – mais de três metros abaixo da superfície – se esconde sob a pomposa designação de “Departamento de Preservação Histórica”, num amplo armazém de quinze por nove metros, com vinte e quatro filas duplas de enormes estantes de metal.
E a surpresa da descoberta de uma espécie de “biblioteca secreta”, composta por milhares de “volumes”, caracterizados por uma extrema peculariedade, o facto de não se tratar propriamente de livros… e de consubstanciar uma incrível colecção – construída ao longo de cerca de quatro décadas – com uma curiosa organização geográfica e cronológica.
Uma louca colecção que preserva o mundo, ou pelo menos parte dele: “os nomes dos vivos e dos mortos”…
Infelizmente, a narrativa paralela que Sidney Orr vai desenvolvendo no bloco de notas português acaba por ser bloqueada num “beco sem saída”, quando Nick – fascinado por um volume da estranha colecção, datado de 1938, e com origem na Polónia – esquecendo-se das chaves, e fechando a porta atrás de si, inadvertidamente para sempre se encerra num quarto, construído para funcionar como abrigo anti-nuclear!…
Há 1 ano no Memória Virtual – Portugal na Fase Final do Europeu Esperanças
P. S. João Pereira Coutinho oferece-nos na sua página um “best of” do primeiro ano. Vale bem a pena passar por lá!
[1854]
Entry filed under: Livro do mês.



