"OS LUSÍADAS" (III)
8 Novembro, 2004 at 6:00 pm 2 comentários
No Canto III, Vasco da Gama fala ao monarca de Melinde da geografia e inicia a narrativa de episódios da história de Portugal, nomeadamente da batalha de Ourique, formação da nacionalidade, dos feitos dos Reis da I Dinastia, de Egas Moniz, da batalha do Salado e de Inês de Castro.
“Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e dino da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha.
Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fernosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.”
[1835]




1.
Luís Vieira | 9 Novembro, 2004 às 11:46 am
Boa iniciativa esta! Apenas uma dica. Para deixar um espaço entre o texto e as imagens inseridas acrescentar ao código de inserção da imagem, antes de o fechar “hspace=”12″” ou “vspace=”6″”, quer se queira o afastamento horizontal ou vertical. Os parâmetros podem variar, em pixels!
Peço desculpa, mas é apenas uma sugestão.
2.
Leonel Vicente | 9 Novembro, 2004 às 12:30 pm
Agradeço a dica!