Archive for 21 Fevereiro, 2005

FUTURISMO – "MANIFESTO FUTURISTA"

O Futurismo revelou-se como uma vertente do Modernismo, tendo sido introduzido em 1909 por Filippo Marinetti, com o seu “Manifesto Futurista”, caracterizando-se pela exaltação da velocidade, energia e da força, a par de uma inquestionável crença no progresso científico-tecnológico, anunciando paralelamente uma nova concepção estética, simbolizada por exemplo no automóvel, projectando-se no futuro.

MANIFESTO FUTURISTA (Publicado em 20 de Fevereiro de 1909, no “Le Figaro”)

1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.

3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insónia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com o seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo… um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.

5. Nós queremos glorificar o homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.

6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, esforço e liberdade, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um carácter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostrar-se diante do homem.

8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!… Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade omnipotente.

9. Queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo –, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.

10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda a natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda a vileza oportunista e utilitária.

11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifónicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor nocturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas lutas eléctricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as fábricas penduradas nas nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.

[2092]

21 Fevereiro, 2005 at 6:06 pm 1 comentário

ERRO DE PREVISÃO

Aqui o tinha escrito na Sexta-feira: no cenário actual, qualquer exercício de previsão estaria inevitavelmente propenso ao erro.

Em relação às estimativas que aqui tinha apresentado, a principal falha foi a da votação do CDS-PP, que havia sobrestimado (10 %, face a uma votação efectiva de 7,3 %).

Depois, relativamente ao PSD, para uma previsão de 30 %, a votação real quedou-se pelos 28,7 %. Desvios que terão sido parcialmente justificados pela redução do nível de abstenção.

Já no que respeita aos partidos de esquerda, quase acertava nas votações do PS (45,0 %, face a uma previsão de 44,5 %) e da CDU (7,6 %, em relação a uma previsão de 7 %). Finalmente, alguma surpresa na expressão do crescimento do peso eleitoral do BE (6,4 %, face a uma previsão de 5,5 %).

A nível de mandatos, o PS (com os actuais 120 eleitos, que poderão ainda subir entre 1 a 3 deputados, na emigração) supera a minha previsão mais optimista (117 eleitos); inversamente, face a uma estimativa mínima de 79 deputados para o PSD, os eleitos são apenas de 72 (podendo ainda subir entre 1 a 3 deputados).

No que respeita à CDU, tinha apontado um intervalo entre 10 a 12, aquém do resultado efectivo (14 eleitos).

O CDS-PP, para o qual tinha estimado um intervalo entre 14 e 20, quedou-se pelos 12 eleitos.

Finalmente, o BE, com os seus 8 eleitos, a situar-se no limite máximo do intervalo que tinha previsto (6 a 8 deputados).

As principais variações a nível distrital face às minhas previsões foram as seguintes:

– Aveiro – PS elegendo um 8º deputado, em detrimento do CDS-PP
– Braga – CDU a conseguir eleger o seu “cabeça-de-lista”
– C. Branco – PS, conquistando o 4º deputado, em desfavor do PSD
– Faro – Tinha uma previsão entre 4 e 5 deputados para o PS, que atingiu os 6, em prejuízo do PSD e do CDS
– Lisboa – CDU a conquistar um deputado (o seu 5º) ao PSD
– Porto – CDU não chegou ao 3º eleito, empatando a 2 com o CDS e BE
– Santarém – PS elegendo o 6º deputado, em detrimento do CDS
– Vila Real – Previsão de 3/2 para o PSD, com o resultado a inverter-se a favor do PS
– Madeira – PS a eleger o 3º deputado, em prejuízo do PSD

[2091]

21 Fevereiro, 2005 at 2:12 pm

"ESTADO DE GRAÇA"

José Sócrates já o deveria saber, mas as intervenções de ontem à noite de responsáveis da CDU, do Bloco de Esquerda e de comentadores como Marcelo Rebelo de Sousa ou António Barreto, não deixam grandes margens para dúvidas…

O “estado de graça” do futuro Governo será muito limitado, devendo esgotar-se praticamente no imediato. Terá sobre si “os olhos”, não só de toda a oposição e dos analistas políticos, mas também dos mais de 2,5 milhões de portugueses que ontem votaram PS.

Numa conjuntura que não se apresenta fácil, é um grande desafio o que se coloca a José Sócrates, o de ser capaz de se fazer rodear de ministros competentes, com capacidade de decisão, fugindo à lógica “aparelhística”, não hesitando em recorrer a independentes quando tal for o mais indicado. Para lá disto, nomes como o de António Vitorino são absolutamente indispensáveis para conferir credibilidade ao futuro Governo.

Terá Sócrates a capacidade de nos surpreender?

[2090]

21 Fevereiro, 2005 at 8:45 am 2 comentários


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