Archive for 2 Fevereiro, 2005
St. KITTS E NEVIS
A federação de St. Kitts e Nevis (ou S. Cristóvão e Nevis) localiza-se nas Pequenas Antilhas, a leste da República Dominicana.
Trata-se de duas ilhas, de origem vulcânica, de solos férteis, onde se cultiva a cana-de-açúcar. O turismo começa a ganhar importância, em particular na ilha de Nevis.
As ilhas foram avistadas, em 1493, por Colombo, que chamou à mais pequena Nuestra Señora de las Nieves, devido ao seu cone vulcânico coberto de nuvens, a fazer lembrar um pico coberto de neve. A maior ilha (St. Kitts) foi baptizada como São Cristóvão, em honra do santo patrono do próprio Colombo, e também patrono dos viajantes.
A maior ilha, St. Kitts, tem a forma de um girino, com a capital, Bassetere, na costa sudeste, perto da cauda. Está separada de Nevis por um canal de 3 km (The Narrows). O território tem uma superfície de 260 km2, dispondo de cerca de 45 000 habitantes.
Em 1623, St. Kitts foi a primeira ilha das Caraíbas a ser colonizada pelos ingleses. Em 1626, ingleses e franceses provocaram um massacre da população indígena. A sua localização estratégica e importância da indústria açucareira fizeram com que fosse disputado entre franceses e ingleses até 1783, altura em que passou a ser colónia britânica. Viria a tornar-se independente em 1985.
E assim, com o “padroeiro” dos viajantes, termina esta “viagem” de alguns dias pelas ilhas das Caraíbas – uma região de rara beleza a nível mundial -, conhecendo um pouco de um conjunto de países, muitos deles “perfeitos desconhecidos”.
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ELEIÇÕES ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – 1987
As eleições de Julho de 1987 vinham limitar decisivamente a importância política de três dos cinco maiores partidos portugueses, confiando a um deles amplos poderes de governo, enquanto o outro se via submetido a uma longa “travessia do deserto”, num papel de oposição claramente minoritária.
Curiosamente, em simultâneo com a eleição legislativa, realizaram-se também as eleições para o Parlamento Europeu, e com resultados substancialmente divergentes!
Efectivamente, num contexto diferente, os maiores partidos, apresentando como cabeças de lista, Pedro Santana Lopes (PSD), Maria de Lurdes Pintasilgo (PS), Ângelo Veloso (CDU), Francisco Lucas Pires (CDS) e Medeiros Ferreira (PRD), registariam mesmo uma ordenação diferente em termos de votação: o PSD alcançaria apenas 37,5 % dos votos (10 euro-deputados), contra 22,5 % do PS (6 eleitos), com Lucas Pires a conquistar 15,4 % (4 deputados), a CDU com 11,5 % (3 eleitos) e o PRD, com 4,4 % (apenas elegendo o seu cabeça de lista). O PPM, apresentando Miguel Esteves Cardoso como cabeça de lista alcançaria uma votação relativamente expressiva (cerca de 160 000 votos, correspondendo a 2,8 % – ainda assim distante da eleição (a mais de 50 000 votos).
Em pouco mais de dois anos, Eanes e Soares viam os seus papéis e perspectivas políticas completamente invertidos: em 1985, o então Presidente Eanes fazia o seu partido aparecer fulgurantemente na cena política, enquanto Soares parecia ter a sua carreira política num “beco sem saída”; agora, era Soares o Presidente, enquanto a carreira política de Eanes parecia abruptamente terminada.
O segundo governo de Cavaco Silva (primeiro em maioria) beneficiaria de uma conjuntura bastante favorável, nomeadamente na sequência da adesão de Portugal à CEE, desde 1986, com os fundos comunitários a permitirem uma política de significativas reformas estruturais, em particular em infra-estruturas como as rodoviárias, culminando com a grande “obra do regime”, o Centro Cultural de Belém.
Os seus principais oponentes, à esquerda e à direita, viam-se obrigados a procurar novas lideranças, com o PS a recorrer a Jorge Sampaio, o PCP a designar Carlos Carvalhas como “delfim” de Cunhal, e o CDS a recuperar o seu líder histórico, Freitas do Amaral.
Não obstante, Cavaco Silva aprestava-se, em 1991, a dar continuidade à dinâmica política que conquistara, conseguindo mesmo, mais uma vez, surpreender…
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