Archive for 8 Fevereiro, 2005
ACORDO DE PAZ ISRAEL – PALESTINA
Mahmud Abbas (presidente da Autoridade Nacional Palestiniana) e Ariel Sharon (primeiro-ministro de Israel) firmaram hoje em Charm El-Cheikh (Egipto) um acordo de cessar-fogo, que deverá constituir um primeiro mas decisivo passo para o alcance da paz na região.
Podemos ter esperança?
[2047]
ALMADA NEGREIROS – "MANIFESTO ANTI-DANTAS" (II)
“Não é preciso ir pró Rossio pra se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!
Não é preciso disfarçar-se pra se ser salteador, basta escrever como o Dantas!
Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões! Basta usar o tal sorrisinho, basta ser muito delicado, e usar coco e olhos meigos! Basta ser Judas! Basta ser Dantas!
Morra o Dantas, morra! Pim!
O Dantas nasceu para provar que nem todos os que escrevem sabem escrever!
O Dantas é um autómato que deita pra fora o que a gente já sabe o que vai sair… Mas é preciso deitar dinheiro!
O Dantas é um soneto dele-próprio!
O Dantas em génio nem chega a pólvora seca e em talento é pim-pam-pum.
O Dantas nu é horroroso!
O Dantas cheira mal da boca!
Morra o Dantas, morra! Pim!
O Dantas é o escárnio da consciência!
Se o Dantas é português eu quero ser espanhol!
O Dantas é a vergonha da intelectualidade portuguesa!
O Dantas é a meta da decadência mental!
E ainda há quem não core quando diz admirar o Dantas!
E ainda há quem lhe estenda a mão!
E quem lhe lave a roupa!
E quem tenha dó do Dantas!
E ainda há quem duvide que o Dantas não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero!”
[2046]
ELEIÇÕES ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – 1995
Ausente do governo desde 1985, foram necessários 10 anos de “travessia do deserto” na oposição, para que, nas eleições de 1 de Outubro de 1995, o PS voltasse a assumir o papel de maior partido nacional, conquistando uma “nova maioria” (relativa…), com a sua mais expressiva votação de sempre, superando o fundador Mário Soares.
O PS registaria (algo inesperadamente) um crescimento “estrondoso” (praticamente mais um milhão de votos), de 29 % para cerca de 44 %, que se pensava poderia ser suficiente para lhe proporcionar a ambicionada maioria absoluta, o que contudo não se verificou, aumentando o seu número de deputados, de 72 para 112 (a 4 do objectivo), no que foi então interpretado como a vontade dos portugueses de evitar “abusos de poder” associados à governação da anterior maioria.
O PPD/PSD, “órfão” de Cavaco Silva, sob a (efémera) liderança de Fernando Nogueira (que, na sequência dos resultados eleitorais, logo apresentaria a sua demissão), caía de 50,6 % para 34 %, reduzindo a sua representação parlamentar, de 135 para apenas 88 deputados.
Beneficiando da queda do PPD/PSD, o “novo” CDS-PP, liderado por Manuel Monteiro (tendo Paulo Portas como “inspirador”, com uma política assumidamente de direita) conseguia, invertendo a tendência dos últimos anos, voltar a “recolocar-se no mapa”, somando 9 % dos votos (contra os 4,4 % das duas anteriores eleições legislativas), crescendo de 5 para 15 deputados.
A coligação PCP-PEV continuava a sua luta na tentativa de resistência ao declínio, baixando ligeiramente, de 8,8 % para 8,6 %, o que se traduzia numa diminuição de eleitos, de 17 para 15 deputados.
O “voto útil” no PS retirara aos pequenos partidos de esquerda qualquer possibilidade de representação parlamentar. Na sequência de repetidos insucessos (desde as eleições de 1980), a histórica UDP e o mais recente PSR acabariam por compreender a necessidade de unir esforços, o que viria a levar à formação do Bloco de Esquerda.
[2045]