"O FIO DAS MISSANGAS" – MIA COUTO
27 Março, 2004 at 8:38 am 2 comentários
Foi apresentado no passado dia 16, no Auditório da RDP África, o mais recente livro deste grande escritor moçambicano.
Mia Couto regressa ao conto, através de “estórias” curtas: 29 contos “unidos como missangas em redor de um fio”.
Aqui fica um pequeno excerto do conto “Os Olhos dos Mortos”:
“Estou tão feliz que nem rio. Deito-me com desleixo, bastando-me: eu e eu. O regressar de meu marido mediu, até hoje, todas as minhas esperas. O perdoar a meu homem foi medida do desespero. Durante tempos, só tive piedade de mim. Hoje não, eu me desmesuro, pronta a crianceiras e desatinos. Minha alegria, assim tanta, só pode ser errada.
Desculpe-me, Cristo: esplendoroso é o que sucede, não o que se espera. E eu, durante anos, tive vergonha da alegria. Estar-se contente, ainda vá. Que isso é passageiro. Mas ser-se alegre é excessivo como pecado mortalício.
É de noite e falta-me apenas um quase para estar sozinha no quarto. Ou, no rigor: o quarto está sozinho comigo.”
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1.
Adriana alves | 24 Junho, 2004 às 4:16 pm
sou graduanda do curso de letras português inglês, sou brasileira através de um amigo que vive em Lisboa pude adquirir alguns livros, uma vez que não consegui encontra´-los em minha cidade, estou desenvolvendo um projeto sobre a literatuda contemporânea.
Pude ler “Vozes Anoitecidas”, “Cada Homem é uma raça”, estou por terminar “O fio das missangas” “Mia Couto”, estou extremamente apaixonada por essa literatura a forma de escrita e os temas abordados, meu projeto está em fase inicial, se puderem enviar material para reforço ficarei grata.
2.
catarina abreu | 2 Dezembro, 2004 às 7:41 pm
Ola boa noite!
Estou a tirar a licenciatura de ensino básico 1º ciclo, tenho que realizar um trabalho acerca do autor Mia Couto, se fosse possível agradecia que enviassem o nome dos contos que Mia Couto tem, para uma pesquisa mais profunda. Sei que tem alguns livros que sao compostos por diversos contos mas sao esses nomes que não consigo encontrar.
Desde já os meus agradecimentos.
Catarina Abreu