CHILE
Estado da América do Sul, com a superfície de 756 626 km2 ocupando a vertente ocidental da cordilheira dos Andes, desde a fronteira do Peru à Terra do Fogo e uma população aproximada de 15 milhões de habitantes. Confina a Este com a Argentina, a norte com a Bolívia e o Peru e a oeste com o Pacífico. A capital é Santiago do Chile. A língua oficial é o espanhol e a unidade monetária é o peso.
[…] Fernão de Magalhães foi o primeiro ocidental a contactar com terra do Chile em 1520. O Chile entra na história com a chegada do capitão espanhol Diego de Almagro (1535-1536). Em 1540, outro capitão, Pedro de Valdivia seguiu o caminho do árido deserto de Atacama e chegou às margens do rio Mapocho. Em 1541, fundou a cidade de Santiago, que seria capital da província. Supersticiosos e primitivos, os araucanos possuíam, contudo, um verdadeiro génio militar, que se opôs com êxito aos Europeus em 1553, 1579 e 1598. No entanto, em 1600, o Chile tornou-se uma colónia espanhola e esse domínio durou cerca de dois séculos.
[…] Em 1810, procede-se à designação de uma Junta do Governo que abre caminho à independência do Chile. Presidida por Bernardo O’Higgins e com a ajuda do argentino San Martin, após as batalhas de Chacabuco (1817) e Maipo (1818), o Chile torna-se independente.
[…] Em 1833, instituiu-se uma Constituição que regeria o país até 1925. O Chile venceu a guerra entre 1879 a 1884 contra a Bolívia e o Peru, por motivos fronteiriços.
[…] Em 1970, Salvador Allende ganha as eleições presidenciais, tornando-se no primeiro chefe de Estado marxista de um país latino-americano. Allende prossegue uma política socialista de expropriações e nacionalizações que lesou diversos interesses, entre os quais norte-americanos, e provocou graves problemas económicos e um descontentamento generalizado e, em 1973, após um período particularmente agitado, eclodiu um golpe militar – a que Allende não sobreviveria –, encabeçado pelo general Augusto Pinochet, que derrubou o governo vigente e reprimiu duramente os seus apoiantes.
[…] Em 1981 foi aprovada uma nova constituição (revista em 1989 e 1991), e em 1988, realizou-se um referendo nacional que decidiu a realização de eleições livres em 1990, altura em que Pinochet é substituído por Patrício Aylwin, um democrata-cristão que procede à liberalização do regime e consolida os êxitos económicos do país, sem que o velho general deixe de permanecer figura tutelar do regime. Em 1994, Eduardo Frei Ruiz-Tagle, também democrata-cristão e apoiado pela esquerda moderada, é eleito presidente do Chile, confirmando a chefia de Pinochet como líder do exército até 1997. Desde 2000 que Ricardo Lagos Escobar é o presidente chileno.
[…] Seguem-se os três expoentes máximos da poesia chilena: Vicente Huidobro (1893-1948), criador do «imaginismo», Gabriela Mistral (1899-1957, Prémio Nobel em 1945) e Pablo Neruda (1904-1973, prémio Nobel em 1971), cujas obras se difundiram pelo mundo inteiro. […] Mais recente é a obra de Isabel Allende e de Luís Sepúlveda.
“A Enciclopédia”, edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004
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