À CONVERSA COM PAUL AUSTER (II)
1 Maio, 2005 at 12:10 am 4 comentários
E, na sequência da parte inicial do encontro com o escritor, a propósito da leitura em voz alta, a primeira pergunta, abrindo da melhor forma a conversa, seria mesmo sobre a importância que a sonoridade da leitura terá sobre a forma de escrita; até que ponto, esse “teste” será importante para a fixação definitiva do texto.
Auster, visivelmente satisfeito com esta pergunta inicial, respondeu que tinha a sorte de ser casado com uma escritora (Siri Hustvedt) e confirmou a importância da sonoridade da leitura. Afirmou proceder regularmente, a cada 30 ou 40 páginas escritas, à leitura oral, para a mulher, de excertos das suas obras, de que resultariam revisões ao texto, na procura de lhe dar a melhor forma, não só escrita, mas também em termos de oralidade.
Ainda a propósito de ser casado com uma escritora, a pergunta seguinte foi a de se a personagem do seu livro seria uma continuação de uma personagem de uma obra da esposa.
Responderia taxativamente que não; os livros que escreve são, naturalmente, independentes dos escritos por Siri Hustvedt!…
Seguiu-se a referência à técnica peculiar de Auster, em cujas obras o protagonista vai contando a sua história e introduzindo outras histórias. Culminando em “A Noite do Oráculo”, em que, para além da história dentro da história, terá sentido a necessidade de recorrer a extensas notas de rodapé.
O escritor afirma não pensar que se trate de um novo estilo, a desenvolver, mas sim de uma consequência natural de esta sua última obra compreender várias histórias paralelas que vão nascendo e que se vão entrecruzando dentro do enredo principal.
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1.
CMC | 1 Maio, 2005 às 1:39 am
Aguardam-se com bastante interesse os restantes textos Leonel. Obrigado pela partilha do momento, no Memória Virtual.
2.
Isabel | 1 Maio, 2005 às 10:13 pm
Estou a acompanhar os seus textos com bastante agrado, continue. Na sexta-feira também estive na Culturgest e impressionou-me a quantidade de pessoas que ali se deslocaram para “conversar” com Paul Auster. Algumas não conseguiram bilhete para entrar e acabaram por assitir em ecrãs à entrada do auditório.
Isso impressionou-me e espero que os editores continuem a convidar com mais frequência escritores internacionais para conversar com os leitores portugueses.
3.
georgia | 3 Maio, 2005 às 6:24 pm
que podre descupe mais coloque mais coisas legais
porque estar muito sem graca
4.
georgia | 3 Maio, 2005 às 6:25 pm
ta muito legal gente PARABENS