FUTURISMO EM PORTUGAL

22 Fevereiro, 2005 at 6:07 pm

Portugal tomou contacto com o Futurismo por intermédio de intelectuais portugueses que se encontravam em Paris, Mário de Sá-Carneiro e o pintor Guilherme Santa-Rita, que encararia o movimento com grande entusiasmo, vindo a assumir-se como o seu líder em Portugal, o que, contudo, se consubstanciava apenas na publicação, no 2º volume da Revista Orpheu (Julho de 1915), de quatro “trabalhos futuristas”.

Mais vincadamente, seria através dos poetas que surgiriam composições poéticas de cariz futurista, em particular, a “Ode Triunfal” e a “Ode Marítima”, de Fernando Pessoa; “Manucure”, de Mário de Sá-Carneiro e o “Manifesto Anti-Dantas”, de Almada Negreiros.

Em Abril de 1917, seria realizado um espectáculo “futurista”, desenvolvido por Almada Negreiros e Santa-Rita, em que o primeiro leria o seu “Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX” – em que declarava: “Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva. (…) É preciso criar a pátria portuguesa do século XX. O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem Portugueses, só vos faltam as qualidades”, adiantando ainda que, para cumprir este objectivo, seria necessário combater o romantismo, o saudosismo, o sentimentalismo sebastianista, o amadorismo e o derrotismo.

Seriam ainda apresentados o “Manifesto Futurista da Luxúria”, de Mme. de Saint-Point, e o texto “Music-Hall et Tuons le Clair de Lune”, de Marinetti. Esta apresentação não viria contudo a ter grande adesão.

Surgiria ainda, de seguida, a Revista “Portugal Futurista”, que seria todavia apreendida pela polícia.

O “Futurismo” teria consequentemente uma vida muito curta em Portugal, de pouco mais de 6 meses, sem prejuízo de ter deixado importantes influências particularmente em Almada Negreiros (poeta, dramaturgo, romancista, caricaturista, coreógrafo e… futurista), recorrendo nomeadamente ao “escândalo” (de que constitui melhor exemplo o “Manifesto Anti-Dantas”), o que levaria a que fosse considerado “louco”.

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