Archive for Dezembro, 2004
"BLOGOSFERA" EM 2004 (VI)
A 19 de Fevereiro, Luís Ene (entretanto regressado ao Ene Coisas, após uma breve pausa) lançava o “1º Concurso de Literatura para Blogs“.
A 23 de Fevereiro, no 17º aniversário do desaparecimento de Zeca Afonso, um “blogue” reune as homenagens a esta grande figura da cultura portuguesa (mais de 40 “blogues” publicaram textos alusivos à data, centralizados na referida página agregadora).
No mesmo dia, tem início o “Roma Antiga“, um blogue de características bastante específicas: “Blog sobre a Roma Antiga: história, cultura, usos e costumes”.
E, também a 23, o “Público” lança um “blogue” sobre a campanha para as eleições presidenciais norte-americanas.
A 25 de Fevereiro, Carlos Vaz Marques anuncia o “óbito” do “Outro, eu”, uma perda significativa para a blogosfera portuguesa, uma visão com uma sensibilidade particular de um excelente jornalista, “consagrado” em particular na entrevista na rádio (“Pessoal… e transmissível”, na TSF), mas também na “entrevista escrita”. Entretanto, Carlos Vaz Marques parece querer proporcionar-nos o prazer do seu regresso; oxalá!
Ainda no mês de Fevereiro, dá-se o regresso da “Formiga de Langton”, após a “desintegração” porque passara antes. A “segunda vida da Formiga” seria, contudo, bastante limitada.
A 29 de Fevereiro, concretiza-se a primeira “mega-fusão” da blogosfera portuguesa, com o Mata-Mouros, Cataláxia e Cidadão Livre a concentrarem-se no novo “Blasfémias“, um “blogue” de cariz “liberal”.
E, no mesmo dia, uma “cisão”: Tiago Rodrigues, ex-Desejo Casar, inaugura o Mundo Perfeito (anteriormente, também já Luís Filipe Borges saíra, para o Causa Nossa…).
Há 1 ano no Memória Virtual – O Livro das Ilusões
[1893]
“BLOGOSFERA” EM 2004 (V)
A 12 de Fevereiro, conforme já antes anunciado, era então lançado o livro de António Granado e Elisabete Barbosa: “Weblogs – Diário de Bordo”.
Para, no imediato, a 13 de Fevereiro, alguns membros do CDS-PP lançarem “O Blog do Caldas”, o primeiro “blogue oficial” de um partido em Portugal, o qual viria a ter início efectivo apenas a 2 de Março.
A 16 de Fevereiro, Pedro Lomba anunciava o fim do “Flor de Obsessão”:
“Caros amigos: Hesitei antes de escrever o que se segue mas tem de ser. Este é o meu post de despedida da blogosfera. Por muitas razões, deixei de ter tempo e disponibilidade mental para manter este blog. Não é nada fácil, como sabem, manter um blog individual. No último ano e meio, fui um blogger irregular mas compulsivo. Li, escrevi, citei. Esse tempo, em certa medida, terminou. Gosto muito da blogosfera que conheço. Continuo a gostar. Não deixei de querer escrever ou ler com a mesma vontade. Mas falta-me tempo para prosseguir com o «Flor de Obsessão». Acho que não é muito interessante escrever cinco posts por mês. É melhor acabar. A vida é assim mesmo. Temos de fazer escolhas, escolhas trágicas, irreparáveis, perdedoras. O blog foi uma das grandes experiências do meu último ano. Vou ter saudades. Estou a ser, bem sei, tão português por acabar com ele. Nós somos os únicos habitantes deste mundo que deixamos as coisas a meio, que não terminamos nada, que saímos quando ninguém espera. Adiar, interromper, parar, são verbos muito portugueses. Eu sei disso. Eu tenho todos os defeitos dos meus compatriotas. Agradeço do fundo do coração a todos aqueles que me escreveram, que me citaram, que me sugeriram. Agradeço os incentivos, os vossos mails , os comentários e respostas, até mesmo a vossa ocasional impaciência com uns quantos disparates que escrevi aqui. Acreditem que nada me passou ao lado. Acreditem que pensei em tudo. Obrigado. No final da semana, apagarei o blog. Guardarei o que escrevi para os netinhos e uma ou outra coisa para os jornais com os quais colaboro. Vemo-nos por aí. Até à próxima.”
Há 1 ano no Memória Virtual – José Azevedo na “US Postal”
[1892]
“BLOGOSFERA” EM 2004 (IV)
A 24 de Janeiro, a revista “Única”, do Expresso, na secção “Gente” faz referência à atribuição do prémio de melhor “blogue” do ano, atribuído pelos leitores do Ânimo ao Adufe.
O mês de Janeiro encerrava com a revelação, a 29, no “Jornalismo e Comunicação”, “em primeira mão”, de um novo livro sobre “blogues”, da autoria de António Granado e Elisabete Barbosa: “Elisabete Barbosa, do Jornalismo Digital, e António Granado, do Ponto Media são os autores do livro “Weblogs – Diário de Bordo” que vai ser lançado no próximo dia 12 de Fevereiro, pelas 18 horas, na FNAC do Norteshopping”.
A 11 de Fevereiro, Miguel Poiares Maduro escrevia, no Diário de Notícias, uma crónica tendo por temática os “blogues”, em que se destaca a afirmação de que “muita da melhor opinião que se escreve em Portugal hoje em dia encontra-se nos blogs”:
“Os Blogs
Nesta coluna de «blogs» nunca falámos dos verdadeiros blogs, os originais! E, no entanto, este é um dos fenómenos mais interessantes dos últimos anos em Portugal: a emergência de uma nova comunidade crítica e de uma opinião livre de uma marca política partidária. Sejamos honestos, muita da melhor opinião que se escreve em Portugal hoje em dia encontra-se nos blogs. Importados dos Estados Unidos, começaram por trazer uma nova opinião de direita ao espaço público português, mas hoje parecem ser os blogs de esquerda que estão mais activos (a isso não será estranho o facto de, felizmente, muitos dos bloguistas de direita terem passado a colaborar, igualmente, na imprensa escrita, o mesmo não tendo sucedido, da mesma forma, à esquerda). Se quisesse ser provocador, diria que a direita chegou primeiro mas se aburguesou e que a esquerda chegou mais tarde mas é mais resistente. O que mais admiro no espaço público dos blogs, no entanto, é que a defesa de um discurso ideológico marcado e transparente coincide com a manifestação de uma notável liberdade face aos campos tradicionalmente definidos pelo discurso partidário e da opinião escrita dominante em Portugal. Simultaneamente, o assumir claro de um debate ideológico não impede a emergência de um notável respeito recíproco entre bloguistas com posições bem diferentes (que, inclusive, desenvolvem amizades e se citam mutuamente). Se há um verdadeiro espaço público em Portugal (no sentido Habermasiano de procura de um espaço de discurso universal, livre e transparente) ele encontra-se, paradoxalmente, no espaço virtual da nossa Internet.”
Há 1 ano no Memória Virtual – João Garcia – Um Sonho, Uma Paixão
[1891]
FERNANDO PESSOA (II)
Começa também a estudar, como auto-didacta, os grandes clássicos da literatura (em particular a portuguesa, de forma a alargar a tradicional educação inglesa que recebera na África do Sul) e filosofia, nomeadamente Schopenhauer e Nietzsche, surgindo os seus primeiros “textos filosóficos”, que apresentaria até cerca de 1915. Ao longo da década de 10, seria um activo líder do movimento Modernista.
Surgira então, por volta de 1911/12, a sua vertente poética, sendo os primeiros poemas atribuídos a Alberto Caeiro, apesar de o “mestre” apenas ter sido “criado” em 8 de Março 1914, altura em que Pessoa passa a escrever poemas de cada um dos seus heterónimos (Alberto Caeiro e os “discípulos” Ricardo Reis e Álvaro de Campos), conforme carta que dirigiu a Adolfo Casais Monteiro.
Não se tratava de pseudónimos, uma vez que não eram meramente nomes falsos, representando “outros, eus” inventados, com distintas personalidades, pensamentos, visões e estilos literários; eram personalidades “dotadas de vida”, inclusivamente com traços físicos distintivos, cada um com a sua “biografia” própria, com diferentes formações culturais e profissões.
Mas, logo em 1915 – ano em que surge a revista “Orfeu”, fundada com o amigo Mário de Sá-Carneiro e Luís de Montalvor, onde publicaria os seus primeiros poemas – “mataria” Alberto Caeiro. Em 1916, o seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
Em 1920, com o regresso da mãe (novamente viúva) a Portugal, voltaria a viver com a família, na Rua Coelho da Rocha, actual “Casa Fernando Pessoa”, onde passou os últimos 15 anos da sua vida.
Conheceu então Ophélia Queiroz, por quem teria uma paixão, logo interrompida, posteriormente retomada até 1929, documentada pelas várias cartas de amor que trocaram, entretanto editadas em 1978, na sequência de organização e anotação por David Mourão-Ferreira.
[1890]
"BLOGOSFERA" EM 2004 (III)
A 22 de Janeiro, a partir de uma ideia / sugestão de Pacheco Pereira, tem início o “blogue” dos “Cadernos de Camus” (com “textos a partir dos textos de Camus”), um projecto em “stand-by”:
“Um blogue sobre os cadernos de Camus
Repito aqui uma sugestão que já tinha feito há uns meses: usar os cadernos de Camus como texto inicial para um blogue de literatura e filosofia, e, a partir dos seus textos, colocar outros textos, meta-textos sobre as entradas originais de Camus, numa espécie de trabalho colectivo, uma never ending story de inspiração camusiana. Para este tipo de coisas os blogues são uma boa fórmula e o resultado pode vir a ser publicado mais tarde em livro. (Agora que escrevo isto, outros textos também dariam blogues interessantes, certas partes da Bíblia por exemplo.)”
(ver também a entrada no Abrupto, a 13 de Janeiro, “Proto-bloguismo”).
Os dias 22 e 23 de Janeiro seriam dias de “grande rebuliço” e efervescência na blogosfera, a propósito da discussão sobre a autoria do blogue “Possibilidade do Sentir“, cuja autora se fazia passar pela jornalista Anabela Mota Ribeiro, então a iniciar a apresentação de magazine cultural no novo canal “A Dois”.
Para se ter uma ideia da polémica então lançada, veja-se a seguir uma relação(amostra apenas exemplificativa, uma vez que a lista seria bastante extensa!) do que então se “disse”/escreveu: Glória Fácil, Outro, eu, e também aqui, Terras do Nunca, Para mim tanto faz (diversas entradas, a 21 e 22 de Janeiro), Cruzes Canhoto e Matamouros.
Tal como no caso posteriormente verificado de um “blogue” que, a coberto de um nome pouco menos que risível (Matinha Morning Herald) mas com o endereço “http://tsfradio.blogspot.com” (!), se procurou “fazer passar” por algo da responsabilidade de profissionais da TSF, a lição que devemos extrair destas situações é a necessidade de sermos, todos, cada vez mais cuidadosos, perante estas “cartas anónimas”, a faceta “perversa do poder da net”. Hoje, tal como então, parece-me que não podemos “dar crédito” a tudo o que se lê ou diz.
Há 1 ano no Memória Virtual – O Livro das Ilusões
[1889]
FERNANDO PESSOA (I)
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, no Largo de São Carlos, a 13 de Junho de 1888, filho de Joaquim de Seabra Pessoa (crítico musical do “Diário de Notícias”) e de Maria Madalena Pinheiro Nogueira.
Em 1893, perdeu o pai, vendo-se a viúva obrigada a leiloar os bens. Em 1894, a mãe conheceu o comandante João Miguel Rosa, cônsul interino de Portugal em Durban, com o qual casaria, por procuração, a 30 de Dezembro de 1895, partindo então para a África do Sul, onde receberia a sua formação básica, no seio de uma envolvente cultural inglesa.
Aí viveria Fernando Pessoa cerca de 10 anos, até 1905, ano em que regressou a Portugal.
Começou por estudar no convento de West Street, a que se seguiu o Liceu de Durban.
Em 1901, realizou com distinção o seu primeiro exame, o Cape School Higher Certificate Examination.
Entre 1901 e 1902, passou férias em Portugal, residindo em Lisboa, Tavira (com a família paterna) e na ilha Terceira (com a família materna).
Em 1903, obteria, com o ensaio de inglês que apresentara para concorrer à Universidade do Cabo, o “Queen Victoria Memorial Prize”.
Aos 15 anos, lia já Dickens, Shakespeare, Voltaire, Molière, Tolstoi.
Aos 17 anos, deixa a mãe, o padrasto e os seus cinco meios-irmãos, regressando a Portugal, para se matricular no Curso Superior de Letras – que apenas frequentaria por um breve período, entre 1906 e 1907 –, passando a viver na casa de uma tia, em Lisboa. Mais tarde, foi viver com a avó paterna, a que se seguiram diversas casas e quartos alugados.
Em 1908, para ganhar a vida, dedicava-se à tradução de correspondência estrangeira para várias casas comerciais.
[1888]
"BLOGOSFERA" EM 2004 (II)
A 6 de Janeiro, Paulo Querido lança uma novidade, ao colocar disponível na Internet o primeiro texto sobre “blogues” a título de conteúdo pago (o artigo “Blogues de A a Z”, que havia sido publicado na revista do “Expresso” de 3 de Janeiro).
A 9 de Janeiro, iniciava-se, na SIC RADICAL, com a “equipa completa”, formada pelos quatro autores do “blogue” com o mesmo nome, o programa humorístico “Gato Fedorento“:
“Lamentavelmente, esta Sexta-feira, 9 de Janeiro, às 9 da noite, estreia na SIC Radical o Gato Fedorento, criado, escrito e interpretado pelos quatro autores deste blog. Por enquanto, com apenas 15 minutos – em vez dos 25 que virá a ter – para minimizar o choque dos espectadores mais sensíveis.”
A atestar o sucesso do programa, seguiram-se, já em Novembro, espectáculos ao vivo e a edição de um DVD duplo com todos os sketches da série “Fonseca”.
A 14 de Janeiro, o “Jornalismo e Comunicação” informa que: “O Livro de Bolso do Weblogue, de Rebecca Blood, um dos nomes de referência da blogosfera, vai ser editado pela Campo das Letras, já no mês de Fevereiro, segundo acaba de anunciar a editora. O livro foi publicado em inglês pela Perseus Publishing, em Julho de 2002, com o título The Weblog Handbook: Practical Advice on Creating and Maintaining Your Blog“.
No dia seguinte, o programa de debate político da SIC Notícias, “Quadratura do Círculo”, moderado por Carlos Andrade, com as participações de José Magalhães, Lobo Xavier e Pacheco Pereira (sucessor do famoso programa de sucesso na rádio, “Flashback”, na TSF), inaugura o seu “blogue”: “Quadratura do Círculo” – “Está aberto o debate“.
Há 1 ano no Memória Virtual – O Livro das Ilusões
[1887]
FERNANDO PESSOA – AUTO-BIOGRAFIA
“Nota autobiográfica de Fernando Pessoa (1935)
Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa.
Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório) em 13 de Junho de 1888.
Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto e que foi Diretor-Geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro.
Ascendência geral: misto de fidalgos e judeus.
Estado: Solteiro.
Profissão: A designação mais própria será «tradutor», a mais exata a de «correspondente estrangeiro em casas comerciais». O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.
Morada: Rua Coelho da Rocha, 16, 1º. Dto. Lisboa. (Endereço postal – Caixa Postal 147, Lisboa ).
Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargos públicos, ou funções de destaque, nenhumas.
Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações ocasionais. O que, de livros ou folhetos, considera como válido, é o seguinte: «35 Sonnets» (em inglês), 1918; «English Poems I-II» e «English Poems III» (em inglês também), 1922, e o livro «Mensagem», 1934, premiado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, na categoria «Poema». O folheto «O Interregno», publicado em 1928, e constituído por uma defesa da Ditadura Militar em Portugal, deve ser considerado como não existente. Há que rever tudo isso e talvez que repudiar muito.
Educação: Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prêmio Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.
Ideologia Política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, embora com pena, pela República. Conservador do estilo inglês, isto é, liberdade dentro do conservantismo, e absolutamente anti-reacionário.
Posição religiosa: Cristão gnóstico e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.
Posição iniciática: Iniciado, por comunicação direta de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal.
Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda a infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade.
Nacionalista que se guia por este lema: «Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação».
Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos – a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
Lisboa, 30 de Março de 1935″
Fonte: Fernando Pessoa no seu tempo, Biblioteca Nacional (Portugal), 1988 (págs. 17-22).
[1886]
"BLOGOSFERA" EM 2004 (I)
O ano de 2004 começava – logo a 3 de Janeiro (Sábado) –, com o artigo de Paulo Querido na revista “Única”, do “Expresso”, intitulado “Blogues de A a Z“:
“2003 foi o ano da diáspora dos blogues portugueses. 2004 será o ano da consolidação. Um guia para acompanhar o futuro”.
Para além do destaque de alguns dos “blogues” que maior relevância assumiram na blogosfera portuguesa no ano de 2003, apresentava ainda alguns aspectos técnicos, relacionados nomeadamente com “Feed” (sindicância), “RSS” e “XML”, para além de utilitários.
No dia seguinte, no Rua da Judiaria, Nuno Guerreiro fazia referência ao artigo sobre a blogosfera portuguesa, com menções a “O Meu Pipi” e ao “Abrupto“, publicado no jornal israelita Ha’aretz:
“… o diário israelita de referência Ha’aretz publicou na sua revista de sexta-feira um resumo de artigo original do Público (Joana Gorjão Henriques) sobre O Meu Pipi. Mesmo para aqueles que não lêem hebraico, vale a pena passar os olhos por esta prosa do Ha’aretz, e descortinar referências, em caracteres latinos, a O Meu Pipi e ao Abrupto. O ano começa bem para a nossa blogosfera. Que 2004 seja um ano feliz.”
De 5 a 9 de Janeiro, Manuel Falcão, entretanto designado primeiro responsável pela “nova vida” do canal de televisão que assumiu a designação de “A Dois”, escrevia em “A Esquina do Rio” uma série de 5 textos sobre o início do novo canal de televisão: Diário de bordo I; Diário de bordo II; Diário de bordo III; Diário de bordo IV; Diário de bordo V.
Há 1 ano no Memória Virtual – 2003 – Ano dos “Blogues”
[1885]



