Archive for 28 Dezembro, 2004
TSUNAMI – INFORMAÇÕES DE PHUKET
Nestes momentos de grande desespero, em que o número de vítimas do “Tsunami” de Domingo no Sudeste asiático não cessa de crescer, aqui fica a referência a um “site que poderá ser útil quer para as autoridades portuguesas quer para as famílias que procuram informações acerca do paradeiro dos seus familiares que estão internados nos hospitais de toda a região de Phuket, Tailandia. Este site reproduz nomes de todas as pessoas internadas nos hospitais de Phuket e infelizmente daqueles que padeceram já no hospital.”
(via Grande Loja do Queijo Limiano, com um abraço ao António pelo verdadeiro serviço público prestado).
[1944]
MENSAGEM (II)
A I Parte – “Brasão” compreende: (i) “Os Campos” (“O dos Castelos” e “O das Quinas”); (ii) “Os Castelos” (“Ulisses”, “Viriato”, “O Conde D. Henrique”, “D. Tareja”, “D. Afonso Henriques”; “D. Dinis” e “D. João I e D. Filipa”); (iii) “As Quinas” (“D. Duarte, rei de Portugal”, “D. Fernando, infante de Portugal”, “D. Pedro, regente de Portugal”, “D. João, infante de Portugal” e “D. Sebastião, rei de Portugal”); (iv) “A Coroa”; (v) “O Timbre”.
Falando da Europa (“A Europa jaz, posta nos cotovelos”), o autor começa por sugerir a missão de Portugal (“De Oriente a Ocidente jaz, fitando”; “Fita, com olhar ‘sfingico e fatal, / O Ocidente, futuro do passado”), tendo como um dos aspectos fundamentais a ligação do Oriente ao Ocidente, não apenas do ponto de vista geográfico, mas também a nível dos valores espirituais.
A glória tem um preço (“Compra-se a glória com desgraça”); só pode ser alcançada quando o ter não for colocado à frente do ser:
“Baste a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar”.
N’“Os Castelos”, surgem os nobres brasões como arquétipos: o guerreiro e lutador Ulisses (fundador da cidade de Lisboa – “Este que aqui aportou”); Viriato, o símbolo do heroísmo e do espírito da independência lusitana:
“Nação porque reencarnaste
Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste
Assim se Portugal formou”;
o Conde D. Henrique:
“A espada em tuas mãos achada
Teu olhar desce.
Que farei eu com esta espada?
Ergueste-a, e fez-se”;
a “mãe-pátria” D. Tareja (“Ó mãe de reis e avó de impérios, / Vela por nós!”); o “pai. D. Afonso Henriques” (“Dá-nos o exemplo inteiro / E a tua inteira força!”); “O plantador de naus” D. Dinis; D. João I (“Mestre, sem o saber, do Templo / Que Portugal foi feito ser”) e D. Filipa, a mãe da “Ínclita geração”:
“Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Gral,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal”.
(“Republicação”)
[1943]
“OS PEQUENOS VAGABUNDOS” – FÓRUM
Quase 30 anos depois, “Os Pequenos Vagabundos” continuam a dar que falar: têm, desde há dias, um novo fórum.
Entre as iniciativas em projecto destaca-se a preparação de uma visita ao local da acção desta que foi a série televisiva de culto dos adolescentes de uma geração!
[1942]
“BLOGOSFERA” EM 2004 (XXVIII)
Na Revista “Sábado” de 26 de Novembro, Pacheco Pereira publica o artigo “O outro debate público: os blogues políticos”:
“O Causa Nossa, o blogue de um grupo de simpatizantes e militantes socialistas, com relevo para Vital Moreira, fez um ano. Na blogosfera, um ano é um século, pelo que aguentar a parada durante tanto tempo é mérito. No caso do Causa Nossa, o mérito é tanto maior quanto este blogue é um dos animadores do debate político na rede e este, no seu conjunto, está a milhas de qualidade do que se pratica no espaço público dos átomos, em particular no sistema político-jornalístico. Nesse debate exterior há vozes individuais fortes e indispensáveis, a mecânica dos jornais dá à opinião um papel vigoroso e eficaz, mas é a preponderância de vozes individuais que sobreleva a um debate colectivo. Na blogosfera existe a informação, a interacção, a rapidez e a qualificação do debate sem paralelo “lá fora”. Como em todas as coisas, há o bom, o mau e o muito mau, mas havendo o bom já não estamos mal.
Sendo injusto, como se é sempre quando se escolhe poucos entre muitos, esse debate político é fomentado essencialmente por um pequeno número de blogues, de que aqui cito cinco. Embora a política tenha uma representação em muitos outros blogues, mais pessoais ou mais especializados, os exemplos que vou dar são de blogues predominantemente sobre política, a maioria próximos dos socialistas e do Bloco de Esquerda, e um mais à direita do espectro político, para utilizar os descritores habituais. A composição política da blogosfera conheceu uma evolução para a esquerda, que a coloca mais próxima dos equilíbrios do sistema político-comunicacional, em grande parte favorecida pela saída de alguns pioneiros que se assumiam como de direita e que migraram para a comunicação social tradicional.
[…]
Para além do Causa Nossa, são relevantes os Blogue de Esquerda II e Barnabé, ambos próximos do Bloco de Esquerda e da esquerda radical. O Barnabé é o mais lido, mas o menos influente pela sua duplicação da agenda jornalística e grande previsibilidade, enquanto o Blogue de Esquerda, um pioneiro dos primeiros tempos da blogsofera, tem uma voz com identidade e qualidade. Perdeu o ambiente de polémica dos primeiros tempos, que hoje é assumido essencialmente pelo Barnabé, mas os interesses dos seus autores estão longe de se limitar à agenda político-jornalista e isso dá-lhe uma respiração própria.
Alinhado no campo do socialismo moderado, o Bloguitica é de todos os que cito o único que é de autoria individual, escrito por Paulo Gorjão, o que representa um enorme esforço e trabalho do autor. No Bloguitica encontra-se uma análise sempre acertada do spin goveramental, revelando, com exemplos, aquilo que muitas vezes escapa ao jornalismo superficial que se deixa usar e serve de eco para passar “mensagens” políticas com origem em sectores do governo.
[…]
Para servir de contraponto a esta hegemonia da esquerda, o Blasfémias é o herdeiro colectivo de um grupo de blogues ligados ao pensamento liberal e aos dissidentes do PP, mas que ganharam em conjunto uma dimensão e uma massa crítica que o fazem a melhor voz liberal na blogosfera. Nele escreve João Miranda, um caso muito interessante de humor e perspicácia política, traduzida nas notas recentes sobre a pergunta do referendo, muito mais imaginativo que os imitadores nacionais do Spectator.
A influência destes blogues é grande, mas ainda demasiado invisível. Já são lidos hoje por milhares de pessoas por dia, e os mais lidos têm mais leitores do que alguns jornais diários como A Capital. Todos são lidos pela generalidade dos jornalistas, e muitos deles fornecem um suplemento mais fresco de questões, debates, pontos de vista, informações que a imprensa tradicional aproveita quase sem citar. Enquanto nos blogues há uma cultura de citação, pelas características de hipertexto que tem a rede, nos jornais só se cita interpares, quando a visibilidade de um artigo ou de uma opinião a torna inevitavelmente de autor.
[…]
Leiam os blogues que vale a pena.”
[1941]