PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (VII)
“Em 711, um exército formado principalmente por soldados berberes atravessou o estreito de Gibraltar e iniciou a conquista da Península.
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Ao contrário do que sucede em relação aos Romanos, aos Suevos, aos Visigodos, não é possível fixar num determinado número de anos, ou mesmo de séculos, a duração do domínio muçulmano na Península, porque essa duração variou muito de região para região. Nunca se chegou a exercer nas terras mais setentrionais; todo o país ao norte do Ebro estava de novo sob o domínio cristão em 809. O Porto e Braga foram reconquistados cerca de 868. Coimbra voltou definitivamente à posse cristã em 1064 e Lisboa em 1147. Em Sevilha, Córdoba e Faro, os Mouros estiveram cerca de seis séculos (até aos meados do século XIII); de Granada só foram expulsos nos fins do século XV: a presença moura atinge perto de oito séculos.
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Os seus vocábulos são especialmente numerosos para designar vegetais, e em especial produtos hortícolas: alfarroba, alface, alfazema, laranja, limão, açafrão, acelga, cenoura, cherivia. Alfobre, estragão, albarrã, maçaroca, azeitona e azeite, etc. São também muitos os termos relacionados com o aproveitamento da água para as regas: alvanel, albufeira, Alverca, almargem, almácega, algeroz, alcatruz, nora, chafariz, azenha.
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Esta importação vocabular sugere uma certa renovação da economia e da técnica, que tinha decaído muito desde a época romana.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
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