"A ARTE DE TER SEMPRE RAZÃO" – SCHOPENHAUER (V)
19 Março, 2004 at 6:07 pm 1 comentário
Avançando para o “Estratagema 10”, quando nos apercebemos que o adversário faz questão de rejeitar responder às questões que necessitariam de uma resposta afirmativa para que a nossa tese pudesse ser sustentada, interrogá-lo sobre a tese oposta como se fosse o que pretendessemos vê-lo aprovar; ou, pelo menos, suscitar-lhe a necessidade de optar por uma de duas vias, de forma que acabe por não conseguir perceber qual a tese a que desejamos que ele acabe por vir a aderir.
Nesta rápida “visita” à obra de Schopenhauer, passando ao “Estratagema 18”, se nos apercebemos que o nosso adversário encontrou uma base de argumentação sólida, que lhe acabará por permitir que nos venha a vencer, devemos procurar impedi-lo de concluir a sua argumentação, interrompendo-o no momento oportuno e desviando o debate para outras questões.
No “Estratagema 26”, refere-se que uma técnica brilhante é a que consiga recorrer à utilização, contra o adversário, do argumento que ele próprio defendia. Por exemplo, quando diga: “É uma criança, devemos ser indulgentes…”; retorquir: “É precisamente por ser ainda uma criança que deve ser punido, para que tal sirva de exemplo”.
E culmina com o (último) “Estratagema 38”, que refere que, se nos apercebemos que o oponente é superior e que nos vai derrotar, a melhor arma é abandonar a querela e passar a atacar directamente o adversário, pelo que ele é ou representa (ataque “pessoal”), tornando-nos vexantes, agressivos, grosseiros, um verdadeiro apelo à “animalidade”… em nome da mencionada “mediocridade natural da espécie humana”, da inevitável falta de honestidade e da nossa vaidade intelectual…
(Evidentemente, parecem-me dispensáveis comentários adicionais sobre a “ética” associada a este “estratagema”!).
P. S. O Cruzes Canhoto (a partir de hoje, numa “nova casa“) completa também 1 ano de “actividade”. Parabéns!
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1.
vmar | 22 Março, 2004 às 1:44 am
Continuo a ler.