Archive for 28 Março, 2006
BENFICA, 0 – BARCELONA, 0
Ponto prévio: o Barcelona podia ter saído hoje do Estádio da Luz com um resultado histórico: beneficiou de 1, 2, 3, 4, 5 flagrantes oportunidades de golo (três delas proporcionadas pela intranquilidade / inexperiência de Moretto; outras três negadas por Moretto… e pelos postes).
Dito isto, o Benfica conseguiu o seu objectivo prioritário: levar a discussão da eliminatória para a 2ª mão, em Barcelona, para onde parte sem ter nada a perder, antes pelo contrário…
Mais, o Benfica poderia ter acabado por vencer o jogo, para tal tendo disposto também de 2 ou 3 oportunidades.
A equipa portuguesa entrou no jogo de forma muito intranquila, nervosa, temerosa, entregando ao adversário, logo no primeiro quarto de hora da partida, o controlo do jogo.
Essa intranquilidade foi bem patente no guarda-redes, mas também em Anderson e Luisão (sem a confiança que habitualmente denota); ao mesmo tempo que Laurent Robert, pela sua falta de dinâmica ou mesmo lentidão, dificultava a tarefa de controlo a meio-campo.
Mas, passado o período inicial de adaptação ao adversário – em que, depois de “oferecer” 3 oportunidades de golo, acabou por beneficiar da protecção da fortuna, que lhe permitiu manter inviolada a sua baliza – começaram a evidenciar-se três excelentes exibições: primeiro, a de Ricardo Rocha, impecável na marcação ao melhor jogador do mundo, Ronaldinho (durante 60 minutos, em que o brasileiro esteve encostado à linha lateral esquerda, foi praticamente eclipsado por Ricardo Rocha); depois, Léo, pleno de confiança, “secando” Larsson e libertando a equipa para acções mais ofensivas, permitindo aos seus colegas da defesa “respirar” um pouco; por fim, Beto (a fazer porventura uma das suas melhores exibições ao serviço do Benfica), com um muito bom controlo do “mágico” criativo do Barcelona, Deco – e, de forma talvez surpreendente, sem que os jogadores benfiquistas tivessem de recorrer a jogo faltoso.
Se, ao intervalo, o empate era claramente lisonjeiro para o Benfica, as coisas complicaram-se bastante entre os 60 e os 70 minutos, quando Ronaldinho começou, primeiro, por mudar de flanco, e, de seguida, passando a “vagabundear” no ataque do Barcelona; o Benfica sentiu-se então perdido e algo “desnorteado”, não acertando as marcações, também com Deco, Eto’o e Iniesta a girarem num estonteante “carrossel” que, só por sorte (e pela intervenção de Moretto), não se traduziu em golo(s).
Conseguindo readaptar-se novamente ao esquema do Barcelona, o Benfica pareceu, nos derradeiros 20 minutos, superiorizar-se fisicamente, começou a soltar-se (beneficiando do papel de distribuidor de jogo de Karagounis e da velocidade de Miccoli, em rápidos contra-ataques, também com o apoio de Simão)… e, com o jogo a assumir uma toada de “parada e resposta”, finalizaria a partida levando o perigo junto da baliza catalã, podendo ter chegado por 2 ou 3 vezes ao golo, nomeadamente com uma (dupla) perdida difícil de explicar e, com uma grande penalidade que ficou por assinalar.
Em resumo, acabou por ser um excitante espectáculo de futebol, em que os adeptos do Benfica sofreram bastante; em que, tendo a consciência do grau de favoritismo do Barcelona, subsiste a esperança de um bom comportamento da equipa no jogo da 2ª mão.
Na outra partida dos 1/4 final hoje disputada, o Arsenal, vencendo a Juventus por 2-0, adquiriu uma importante vantagem na disputa do acesso às 1/2 finais.
Benfica – Moretto; Ricardo Rocha, Luisão, Anderson, Léo; Laurent Robert (46′ – Miccoli), Petit, Manuel Fernandes, Beto, Simão; Geovanni (68′ – Karagounis)
Barcelona – Víctor Valdés; Juliano Belletti, Thiago Motta, Oleguer Presas, Giovanni van Bronckhorst; Henrik Larsson (76′ – Ludovic Giuly), Deco (76′ – Gabri García), Mark van Bommel, Ronaldinho; Andrés Iniesta, Samuel Eto’o
MUNDIAL 2006 (XCIII) – 1990
Na fase de apuramento para a XIV edição do Campeonato do mundo, disputado em Itália em 1990, foram 116 as selecções inscritas, tendo 103 disputado os 22 lugares de acesso à Fase Final, com a Argentina e Itália qualificadas automaticamente.
Destaque para o apuramento dos Emiratos Árabes Unidos, após 4 empates e uma vitória (frente à China), sendo acompanhados (na zona Asiática) pela Coreia do Sul.
Após 40 anos de ausência, os EUA regressavam a uma Fase Final do Mundial, secundados pela Costa Rica (com o México excluído pela FIFA, na sequência de um processo de falsificação de idade de jogadores em competições de juniores).
Na zona Europeia, as maiores surpresas seriam a eliminação da França (treinada por Platini – classificada após a Jugoslávia e Escócia) e da Dinamarca (dois anos antes de – após ser repescada – se sagrar Campeã da Europa), afastada pela Roménia. A Alemanha e Inglaterra, classificadas em 2º lugar nos respectivos grupos garantiam o apuramento.
Portugal, não obstante não ter feito uma má campanha, terminaria o seu Grupo no 3º lugar, após a Checoslováquia e Bélgica, sendo – mais uma vez – eliminado da Fase Final de um Campeonato do Mundo. As 2 vitórias frente ao Luxemburgo e à Suíça (em casa e fora) não seriam suficientes, perante os empates caseiros e derrotas forasteiras com a Checoslováquia e Bélgica.
Na América do Sul, no jogo Brasil-Chile, o guarda-redes chileno simulara que fora atingido por um foguete, quando a sua equipa vencia por 1-0, tendo-se recusado a prosseguir o jogo. Descoberto o estratagema, o Chile viria a ser também excluído pela FIFA do Mundial seguinte. Juntamente com o “eterno” Brasil, seriam o Uruguai e Colômbia (depois de eliminar Israel, que, por sua vez, afastara anteriormente a Austrália e N. Zelândia) a qualificar-se, juntando-se aos campeões do mundo, Argentina.
Na zona Africa, o Egipto regressava aos grandes palcos mundiais, 56 anos depois, sendo acompanhado pelos Camarões, que muito viriam a dar que falar…
BENFICA NOS 1/4 FINAL… E COM O BARCELONA
1ª mão 2ª mão Total 1960-61 TCE Benfica – Aahrus (Din.) 3-1 4-1 7-2 1961-62 TCE Nuremberga (RFA) – Benfica 3-1 0-6 3-7 1962-63 TCE Benfica – Dukla Praga (Che.) 2-1 0-0 2-1 1964-65 TCE Benfica – Real Madrid (Esp.) 5-1 1-2 6-3 1965-66 TCE M. United (Ing.) – Benfica 3-2 5-1 8-3 1967-68 TCE Vasas Budapeste (Hun.) – Benfica 0-0 0-3 0-3 1968-69 TCE Ajax (Hol.) – Benfica 1-3 3-1 4-4 3-0 (a.p.) 1971-72 TCE Feyenoord (Hol.) – Benfica 1-0 1-5 2-5 1974-75 TVT PSV Eindhoven (Hol.) – Benfica 0-0 2-1 2-1 1975-76 TCE Benfica – Bayern Munchen (Ale.) 0-0 1-5 1-5 1977-78 TCE Benfica – Liverpool (Ing.) 1-2 1-4 2-6 1980-81 TVT F. Dusseldorf (Ale.) – Benfica 2-2 0-1 2-3 1982-83 UEFA Roma (Itá.) – Benfica 1-2 1-1 2-3 1983-84 TCE Liverpool (Ing.) – Benfica 1-0 4-1 5-1 1985-86 TVT Dukla Praga (Che.) – Benfica 1-0 1-2 2-2 1987-88 TCE Benfica – Anderlecht (Bél.) 2-0 0-1 2-1 1989-90 TCE Benfica – Dniepr (URSS) 1-0 3-0 4-0 1992-93 UEFA Benfica – Juventus (Itá.) 2-1 0-3 2-4 1993-94 TVT Benfica – B. Leverkusen (Ale.) 1-1 4-4 5-5 1994-95 TCE AC Milan (Itá.) – Benfica 2-0 0-0 2-0 1996-97 TVT Benfica – Fiorentina (Itá.) 0-2 1-0 1-2 2005-06 TCE Benfica – Barcelona (Esp.)
1960-61 TCE Benfica – Barcelona (Esp.) 3-2 (Final) 1991-92 TCE Benfica – Barcelona (Esp.) 0-0 1-2 1-2 (Fase Grupos)
O jogo de hoje com o Barcelona assinala a 22ª presença do Benfica nos 1/4 final das competições europeias (15ª na Taça / Liga dos Campeões Europeus); nas 21 eliminatórias anteriores, o Benfica seguiu em frente para as 1/2 finais por 11 vezes.
Em relação ao Barcelona, um empate absoluto, com 1 vitória, 1 empate e 1 derrota, 4-4 em golos… com a vitória do Benfica na Final de Berna em 1961, conquistando o primeiro título de Campeão Europeu.
QUINTA DO BILL – SEM RUMO
Produção de Carlos Moisés
Arranjos: Qbill
Gravado nos estúdios Tcha-Tcha-Tcha entre Março e Junho 91 por Rui Dias, Paulo Jorge e Vasco
Misturado por Rui Dias e Carlos Moisés
Capa de Gil Sampaio
Fotografia da capa de Maurício Abreu/The image bank
– Aljubarrota
– Até quando
– Solidão a dois
– Passo a passo
– Sonho
– Alcácer quibir
– Verdes anos de mentira
– Sem rumo
– Besanas bar
– Rua da Rosa