Archive for Outubro, 2005
MUNDIAL 2006 (XIII) – 1938
Grupo 1
Suécia – Finlândia – 4-0
Suécia – Estónia – 7-2
Finlândia – Alemanha – 0-2
Finlândia – Estónia – 0-1
Alemanha – Estónia – 4-1
Alemanha – Suécia – 5-0
1º Alemanha, 6; 2º Suécia, 4; 3º Estónia, 2; 4º Finlândia, 0
Grupo 2
Noruega – Irlanda – 3-2 / 3-3
Grupo 3
Polónia – Jugoslávia – 4-0 / 0-1
Grupo 5
Suíça – Portugal – 2-1
Grupo 6
Palestina – Grécia – 1-3 / 0-1
Hungria – Grécia – 11-1
Grupo 7
Bulgária – Checoslováquia – 1-1 / 0-6
Grupo 8
Letónia – Lituânia – 4-2 / 5-1
Áustria – Letónia – 2-1
Grupo 9
Holanda – Luxemburgo – 4-0
Luxemburgo – Bélgica – 2-3
Bélgica – Holanda – 1-1
1º Holanda, 3; 2º Bélgica, 3; 3º Luxemburgo, 0
GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA (III)
Desde crianças, a relação do inicialmente inseparável trio formado com a sua irmã Sofia e o primo “Wadi” tomara um rumo não ideal, com o “pequeno mouro” a revelar o seu pouco confiável carácter.
Francisco Xavier rapidamente afirmara um duvidoso ascendente sobre Sofia que como que se transfiguraria no contacto com ele, desenvolvendo-se entre ambos uma relação secreta que, potenciando a sua obstinação, iria repercutir-se dolorosamente sobre as pessoas que mais prezava: o pai e o irmão – impelindo-a a uma escolha entre o amor de um homem e o amor filial, que viria a perturbar decisivamente a harmonia familiar.
Paralelamente, vendo assim ferido de morte o amor filial que nutria pela irmã, Tiago – que havia conhecido entretanto a doce Tejal, estudante numa escola conventual de Goa, que, nos seus 15 anos, com o seu imponente sari, o conquistara definitivamente – aprestava-se a tomar uma decisão de oficializar o seu amor, o que, contudo, implicava quebrar uma nova barreira: para além de provirem de meios tão diversos e da diferença de castas sociais entre ambos, o maior obstáculo que agora se colocava entre eles parecia ser o de convencer o pai a aceitar que uma rapariga hindu pudesse ser a sua noiva, implicando a “necessidade” da sua conversão ao judaísmo.
Berequias encarregar-se-ia pessoalmente das lições de judaísmo, ficando acordado que iriam ler a Torá juntos; a Tejal era conferida a faculdade de poder fazer a sua opção final relativamente a uma eventual conversão.
Este estado de coisas seria abruptamente interrompido com a prisão do pai de Tiago pela Inquisição.
Não tardaria muito até que ele próprio tivesse o mesmo destino…
MUNDIAL 2006 (XII) – 1938
A 3ª edição do Mundial de Futebol seria disputada em França, premiando o esforço de figuras históricas como Jules Rimet, Henri Delauney e Robert Guérin.
À partida, eram 37 os países inscritos (com destaque para 24 da Europa e 7 da América do Norte e Central); contudo, dada a instabilidade política que grassava então, apenas 21 disputariam os 14 lugares disponíveis na fase final, juntando-se aos automaticamente qualificados: o Campeão do Mundo (Itália) e o país organizador (França).
A Alemanha acabara de anexar a Áustria, inicialmente qualificada, depois de eliminar a Letónia; com a ausência da Áustria, a fase final seria disputada por apenas 15 selecções; os inventores do futebol moderno, Inglaterra, convidados para substituir os austríacos, declinariam o convite, continuando assim ausentes de uma fase final de um Mundial. Na sequência da referida anexação, parte importante da selecção alemã viria a ser constituída por jogadores austríacos.
Por seu lado, a Argentina, ambicionando receber a fase final da prova, tendo sido preterida, renunciaria à participação na prova; o Brasil seria o único representante sul-americano, sem disputar qulaquer jogo de qualificação.
As Índias Holandesas Orientais (predecessoras da Indonésia), beneficiando da desistência do Japão (em guerra com a China), seriam qualificados como únicos representantes da Ásia.
Também Cuba se qualificaria sem jogar, por desistência das equipas do seu grupo de apuramento; igual situação se verificaria com a Roménia, na sequência da desistência do Egipto.
A inscrição da Espanha (então em Guerra Civil) seria recusada. Portugal seria eliminado após a disputa de um único jogo de qualificação, em que perdeu 1-2 com a Suíça.
Na fase de apuramento, destaque para a eliminação da Jugoslávia pela Polónia e para as goleadas da Hungria à Grécia (11-1) e da Checoslováquia à Bulgária (6-0).
GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA (II)
“O que é a memória?” A história, narrada na primeira pessoa, começa com o protagonista relembrando o dia da sua prisão em 1591, assim iniciando um flashback pela sua vida e da sua família de judeus na Índia Portuguesa do século XVI.
Trata-se de uma narrativa, que não obstante a sua aparente simplicidade, se revela a tal ponto enleante, que torna difícil ao leitor escapar à trama que o aprisiona à leitura.
Tiago é um judeu português nascido na Índia no início de 1573, mistura de indiano e europeu (que os seus olhos azuis não permitiam ocultar), que conserva como primeiras memórias a recordação do desaparecimento da mãe, apesar de parecer ter sido entretanto capaz de, por um instante, atravessar a ponte da morte para a vida, era então uma criança de quatro anos e meio.
Do seu núcleo central de “companheiros de jornada” faziam parte:
– o pai Berequias (provindo de Constantinopla, cuja família já antes, em 1507, se vira obrigada a fugir de Portugal, porque o Rei D. Manuel e outros altos responsáveis não a deixara viver livremente como judeus);
– a misteriosa, irada, irascível e obstinada irmã Sofia, com os seus mesclados traços europeus e indianos, fechada sobre si própria e o seu pequeno mundo;
– a doce amada, a hindu Tejal, cuja recordação lhe dava forças para suportar o cativeiro;
– o tio Isaac (irmão do pai), judeu converso; e
– a sua esposa, a cristã (ex-) aristocrata e por vezes crua tia Maria (ambos vivendo em Goa);
– o “pequeno mouro” Wadi, o primo muçulmano adoptado, ao mesmo tempo que era rebaptizado como Francisco Xavier (em homenagem ao missionário jesuíta que convertera dezenas milhares de hindus de Goa);
– a cozinheira hindu Nupi, que, com a repetida expressão «Os guardiães da aurora conhecem a noite melhor que ninguém», lembrava que a esperança faz sentir mais profundamente as épocas de escuridão e que é necessário que nos protejamos uns aos outros;
– a par da memória do trisavô Berequias Zarco, cabalista de Lisboa que, em 1497, fora forçadamente convertido ao cristianismo, consubstanciada por via de um manuscrito por ele escrito, descrevendo o massacre de 1506 em Lisboa, no qual 2 000 judeus convertidos foram assassinados e queimados em público.
GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA (I)
“Na colónia portuguesa de Goa, estava o século XVI a chegar ao fim, a Inquisição fazia enormes progressos na sua missão de impedir todos os «bruxos» – quer fossem nativos hindus, quer imigrantes judeus – de praticarem as suas crenças tradicionais. Os que se recusavam a denunciar outros ou a renunciar à sua fé eram estrangulados por carrascos ou queimados em autos-de-fé.
Ao viver nos limites do território colonial, a família Zarco consegue manter firmes as suas raízes luso-judaicas. Tiago e a irmã, Sofia, gozam uma infância pacífica aprendendo com o pai a ilustrar manuscritos e mergulhando no caos inebriante das festividades hindus celebradas pela sua amada cozinheira, Nupi.
Quando as crianças atingem a idade adulta, a família é destroçada quando, primeiro o pai e depois o filho, são presos pela Inquisição. Mas quem poderia tê-los traído?
De um rigor histórico notável, Goa ou O Guardião da Aurora é simultaneamente um policial histórico absorvente e, na sua profunda exploração da natureza do mal, uma poderosa reinterpretação do Othello de Shakespeare.
Na linha dos seus romances históricos anteriores – O Último Cabalista de Lisboa e Meia-Noite ou O Princípio do Mundo, traduzidos em vários países com grande sucesso tanto comercial como da crítica, Richard Zimler dá-nos um livro imaginativo, estimulante e profundamente sensível”.
É assim que nos é apresentada a obra de Richard Zimler, “Goa ou O Guardião da Aurora”, de Richard Zimler, escritor estado-unidense, naturalizado português, de que aqui apresentarei algumas notas ao longo desta semana.
RESULTADOS FINAIS DAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
Votos % Mandatos Concorreu Presid. Maiorias Abs.
PS 1931508 35,84 852 307 109 100
PPD/PSD 1523420 28,26 743 245 138 129
PCP-PEV 590596 10,96 203 301 32 26
PPD/PSD.CDS-PP 497077 9,22 136 42 18 17
CDS-PP 165697 3,07 30 185 1 1
B.E. 159244 2,95 7 111 1 1
GRUPOS CIDADÃOS 133146 2,47 45 28 7 4
PPD/PSD.CDS-PP.PPM.MPT 71146 1,32 11 3 1 1
PPD/PSD.CDS-PP.PPM 56652 1,05 15 12 1 1
PCTP/MRPP 15476 0,29 – 19 – –
P.H. 5103 0,09 – 13 – –
PND 2048 0,04 – 4 – –
P.N.R. 1752 0,03 – 5 – –
PPM 1730 0,03 – 12 – –
PPD/PSD.CDS-PP.MPT 1664 0,03 2 1 – –
MPT 1589 0,03 – 4 – –
PPD/PSD.PPM 707 0,01 – 1 – –
PND.PPM 439 0,01 – 1 – –
PSN 233 0,00 – 1 – –
CDS-PP.PPD/PSD 109 0,00 2 1 – –
(via http://www.autarquicas.mj.pt/Eleicoes/Afluencia)
RESULTADOS DAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
À medida que os resultados das eleições autárquicas de hoje vão sendo conhecidos, vai-se tornando possível formar uma leitura mais global.
No essencial, o PS replica o “desastre eleitoral” de 2001, devendo registar mesmo um saldo negativo de 2 ou 3 Câmaras (passando de 113 para cerca de 110 vitórias). Mas, sendo os resultados globalmente tão maus como os de 2001, o contexto é necessariamente diferente; se, em 2001, era o Governo que estava a ser “julgado”, a derrota de hoje deve-se essencialmente a uma má selecção de candidatos, que não lhe permitiu recuperar nenhum dos concelhos que deveriam constituir as suas maiores apostas.
O PPD/PSD – alcançando cerca de 155 vitórias (incluindo os casos de coligação) – limita-se basicamente a recolher os dividendos dessas inadequadas opções, como serão cabais exemplos as vitórias de Carmona Rodrigues, Rui Rio e Fernando Seara, sem obra relevante para apresentar no final de 4 anos de mandato.
A coligação PCP/PEV consegue resistir de forma relativamente sólida, mantendo-se acima das 30 Câmaras, podendo desta vez “reclamar vitória”.
O CDS-PP confirma a sua tendência de esvaziamento (vence apenas em Ponte de Lima, com Daniel Campelo), apenas conseguindo “sobreviver” graças às coligações com o PPD/PSD.
O Bloco de Esquerda, partindo de uma base muito reduzida (das eleições de 2001), apresenta naturalmente crescimentos importantes, sendo de destacar a eleição de José Sá Fernandes como vereador em Lisboa. Mantém ainda a “sua” Câmara Municipal, de Salvaterra de Magos.
Por fim, uma nota para as vitórias do populismo de que será melhor exemplo Valentim Loureiro (em Gondomar), mas também Fátima Felgueiras, Isaltino Morais e… Alberto João Jardim, obtendo a “sua” 39ª vitória em 39 actos eleitorais na Madeira.
PRIMEIRAS SONDAGENS
As primeiras sondagens parecem apontar para um cenário sem grandes surpresas, à excepção das eventuais trocas de posições em Aveiro (possível derrota do PS), Leiria (eventual vitória do PS), com Faro a registar um “empate técnico”.
O PPD/PSD parece garantir (por si só ou em em coligação) a manutenção da liderança em Lisboa, Porto e Sintra.
Noutros concelhos mais mediatizados, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras e Isaltino Morais parecem vencer folgadamente em Gondomar, Felgueiras e Oeiras, respectivamente; apenas Avelino Ferreira Torres não terá conseguido impor-se em Amarante.





