Archive for 10 Outubro, 2005
MUNDIAL 2006 (XII) – 1938
A 3ª edição do Mundial de Futebol seria disputada em França, premiando o esforço de figuras históricas como Jules Rimet, Henri Delauney e Robert Guérin.
À partida, eram 37 os países inscritos (com destaque para 24 da Europa e 7 da América do Norte e Central); contudo, dada a instabilidade política que grassava então, apenas 21 disputariam os 14 lugares disponíveis na fase final, juntando-se aos automaticamente qualificados: o Campeão do Mundo (Itália) e o país organizador (França).
A Alemanha acabara de anexar a Áustria, inicialmente qualificada, depois de eliminar a Letónia; com a ausência da Áustria, a fase final seria disputada por apenas 15 selecções; os inventores do futebol moderno, Inglaterra, convidados para substituir os austríacos, declinariam o convite, continuando assim ausentes de uma fase final de um Mundial. Na sequência da referida anexação, parte importante da selecção alemã viria a ser constituída por jogadores austríacos.
Por seu lado, a Argentina, ambicionando receber a fase final da prova, tendo sido preterida, renunciaria à participação na prova; o Brasil seria o único representante sul-americano, sem disputar qulaquer jogo de qualificação.
As Índias Holandesas Orientais (predecessoras da Indonésia), beneficiando da desistência do Japão (em guerra com a China), seriam qualificados como únicos representantes da Ásia.
Também Cuba se qualificaria sem jogar, por desistência das equipas do seu grupo de apuramento; igual situação se verificaria com a Roménia, na sequência da desistência do Egipto.
A inscrição da Espanha (então em Guerra Civil) seria recusada. Portugal seria eliminado após a disputa de um único jogo de qualificação, em que perdeu 1-2 com a Suíça.
Na fase de apuramento, destaque para a eliminação da Jugoslávia pela Polónia e para as goleadas da Hungria à Grécia (11-1) e da Checoslováquia à Bulgária (6-0).
GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA (II)
“O que é a memória?” A história, narrada na primeira pessoa, começa com o protagonista relembrando o dia da sua prisão em 1591, assim iniciando um flashback pela sua vida e da sua família de judeus na Índia Portuguesa do século XVI.
Trata-se de uma narrativa, que não obstante a sua aparente simplicidade, se revela a tal ponto enleante, que torna difícil ao leitor escapar à trama que o aprisiona à leitura.
Tiago é um judeu português nascido na Índia no início de 1573, mistura de indiano e europeu (que os seus olhos azuis não permitiam ocultar), que conserva como primeiras memórias a recordação do desaparecimento da mãe, apesar de parecer ter sido entretanto capaz de, por um instante, atravessar a ponte da morte para a vida, era então uma criança de quatro anos e meio.
Do seu núcleo central de “companheiros de jornada” faziam parte:
– o pai Berequias (provindo de Constantinopla, cuja família já antes, em 1507, se vira obrigada a fugir de Portugal, porque o Rei D. Manuel e outros altos responsáveis não a deixara viver livremente como judeus);
– a misteriosa, irada, irascível e obstinada irmã Sofia, com os seus mesclados traços europeus e indianos, fechada sobre si própria e o seu pequeno mundo;
– a doce amada, a hindu Tejal, cuja recordação lhe dava forças para suportar o cativeiro;
– o tio Isaac (irmão do pai), judeu converso; e
– a sua esposa, a cristã (ex-) aristocrata e por vezes crua tia Maria (ambos vivendo em Goa);
– o “pequeno mouro” Wadi, o primo muçulmano adoptado, ao mesmo tempo que era rebaptizado como Francisco Xavier (em homenagem ao missionário jesuíta que convertera dezenas milhares de hindus de Goa);
– a cozinheira hindu Nupi, que, com a repetida expressão «Os guardiães da aurora conhecem a noite melhor que ninguém», lembrava que a esperança faz sentir mais profundamente as épocas de escuridão e que é necessário que nos protejamos uns aos outros;
– a par da memória do trisavô Berequias Zarco, cabalista de Lisboa que, em 1497, fora forçadamente convertido ao cristianismo, consubstanciada por via de um manuscrito por ele escrito, descrevendo o massacre de 1506 em Lisboa, no qual 2 000 judeus convertidos foram assassinados e queimados em público.
GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA (I)
“Na colónia portuguesa de Goa, estava o século XVI a chegar ao fim, a Inquisição fazia enormes progressos na sua missão de impedir todos os «bruxos» – quer fossem nativos hindus, quer imigrantes judeus – de praticarem as suas crenças tradicionais. Os que se recusavam a denunciar outros ou a renunciar à sua fé eram estrangulados por carrascos ou queimados em autos-de-fé.
Ao viver nos limites do território colonial, a família Zarco consegue manter firmes as suas raízes luso-judaicas. Tiago e a irmã, Sofia, gozam uma infância pacífica aprendendo com o pai a ilustrar manuscritos e mergulhando no caos inebriante das festividades hindus celebradas pela sua amada cozinheira, Nupi.
Quando as crianças atingem a idade adulta, a família é destroçada quando, primeiro o pai e depois o filho, são presos pela Inquisição. Mas quem poderia tê-los traído?
De um rigor histórico notável, Goa ou O Guardião da Aurora é simultaneamente um policial histórico absorvente e, na sua profunda exploração da natureza do mal, uma poderosa reinterpretação do Othello de Shakespeare.
Na linha dos seus romances históricos anteriores – O Último Cabalista de Lisboa e Meia-Noite ou O Princípio do Mundo, traduzidos em vários países com grande sucesso tanto comercial como da crítica, Richard Zimler dá-nos um livro imaginativo, estimulante e profundamente sensível”.
É assim que nos é apresentada a obra de Richard Zimler, “Goa ou O Guardião da Aurora”, de Richard Zimler, escritor estado-unidense, naturalizado português, de que aqui apresentarei algumas notas ao longo desta semana.
RESULTADOS FINAIS DAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
Votos % Mandatos Concorreu Presid. Maiorias Abs.
PS 1931508 35,84 852 307 109 100
PPD/PSD 1523420 28,26 743 245 138 129
PCP-PEV 590596 10,96 203 301 32 26
PPD/PSD.CDS-PP 497077 9,22 136 42 18 17
CDS-PP 165697 3,07 30 185 1 1
B.E. 159244 2,95 7 111 1 1
GRUPOS CIDADÃOS 133146 2,47 45 28 7 4
PPD/PSD.CDS-PP.PPM.MPT 71146 1,32 11 3 1 1
PPD/PSD.CDS-PP.PPM 56652 1,05 15 12 1 1
PCTP/MRPP 15476 0,29 – 19 – –
P.H. 5103 0,09 – 13 – –
PND 2048 0,04 – 4 – –
P.N.R. 1752 0,03 – 5 – –
PPM 1730 0,03 – 12 – –
PPD/PSD.CDS-PP.MPT 1664 0,03 2 1 – –
MPT 1589 0,03 – 4 – –
PPD/PSD.PPM 707 0,01 – 1 – –
PND.PPM 439 0,01 – 1 – –
PSN 233 0,00 – 1 – –
CDS-PP.PPD/PSD 109 0,00 2 1 – –
(via http://www.autarquicas.mj.pt/Eleicoes/Afluencia)