Archive for 12 Outubro, 2005
QUALIFICAÇÃO PARA O MUNDIAL 2006
Portugal acaba de vencer, na última jornada da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo de Futebol, a Letónia, por 3-0, com 2 golos de Pauleta e 1 golo de Hugo Viana.
Numa boa exibição, redimindo-se da pobre apresentação de Sábado contra o Liechtenstein, os portugueses puderam fechar de forma condigna esta fase de qualificação e, merecidamente, festejar o apuramento, que – pela primeira vez na história – a selecção nacional consegue alcançar em duas edições consecutivas, depois do Mundial 2002.
A equipa portuguesa venceu de forma destacada o seu Grupo, com 9 vitórias e 3 empates (30 pontos), com 7 pontos de vantagem sobre o 2º e 3º classificados, respectivamente a Eslováquia e a Rússia. Portugal é a segunda selecção mais pontuada da Europa, apenas superada pela Holanda (32 pontos).
Com 35 golos marcados, Portugal é a equipa mais goleadora da Europa, a par da R. Checa; tendo sofrido 5 golos, a selecção portuguesa apenas foi superada em termos de melhor defesa, pela Sérvia e Montenegro (apenas 1 golo sofrido em 10 jogos!), França (2 golos sofridos), Holanda e Espanha (3 golos sofridos) e Suécia (4 golos).
Com 11 golos, Pauleta sagrou-se também o melhor marcador da Europa. Com os 2 golos hoje marcados, Pedro Pauleta entra na história, alcançando a marca de 42 golos pela selecção portuguesa (em 77 jogos), ultrapassando Eusébio (41 golos, em 64 jogos).
Uma palavra de apreço também para a excelente campanha da selecção portuguesa de Esperanças, liderada por Agostinho Oliveira, com 10 vitórias em 10 jogos!
Entretanto, com a conclusão da Qualificação (Fase de Grupos) na Zona Europeia, foram hoje apurados para o Mundial: a França, a Sérvia e Montenegro e a Suécia. Passa a ser portanto de 27 o número de selecções apuradas: Portugal, Alemanha, Holanda, Itália, Polónia, Inglaterra, Croácia, França, Sérvia e Montenegro, Suécia e Ucrânia; Angola, Togo, Ghana, Costa do Marfim e Tunísia; Argentina, Brasil, Paraguai e Equador; Arábia Saudita, Coreia do Sul, Irão e Japão; e EUA, México e Costa Rica.
Restam agora apenas 5 vagas por atribuir na Fase Final do Mundial: 3 selecções europeias (a apurar de entre as 6 participantes nos “play-off”); 1 a disputar entre o Bahrein e Trinidad e Tobago (4º classificado da América do Norte); 1 a disputar entre a Austrália e o Uruguai (5º classificado da América do Sul – cuja Fase de Grupos se concluiu também hoje, com destaque para a eliminação da Colômbia e do Chile).
Ficaram apuradas para os “play-off” as selecções da R. Checa, Turquia, Eslováquia, Suíça, Noruega e Espanha, que disputarão portanto entre si 3 lugares de apuramento.
Por fim, destaque para as eliminações das selecções da Roménia, Dinamarca e Grécia (o Campeão Europeu, com uma pobre campanha, terminando apenas em 4º lugar (!) do seu Grupo), Rússia e Letónia, Irlanda, Eslovénia, Áustria, Bélgica e Bulgária:
Grupo 1: 1º Holanda, 32; 2º R. Checa, 27; 3º Roménia, 25; 4º Finlândia, 16; 5º Macedónia, 9; 6º Arménia, 7; 7º Andorra, 5
Grupo 2: 1º Ucrânia, 25; 2º Turquia, 23; 3º Dinamarca, 22; 4º Grécia, 21; 5º Albânia, 13; 6º Geórgia, 10; 7º Cazaquistão, 1
Grupo 3: 1º Portugal, 30; 2º Eslováquia, 23; 3º Rússia, 23; 4º Estónia, 17; 5º Letónia, 15; 6º Liechtenstein, 8; 7º Luxemburgo, 0
Grupo 4: 1º França, 20; 2º Suíça, 18; 3º Israel, 18; 4º Irlanda, 17; 5º Chipre, 4; 6º Ilhas Faroé, 1
Grupo 5: 1º Itália, 23; 2º Noruega, 18; 3º Escócia, 13; 4º Eslovénia, 12; 5º Bielorrussia, 10; 6º Moldávia, 5
Grupo 6: 1º Inglaterra, 25; 2º Polónia, 24; 3º Áustria, 15; 4º I. Norte, 9; 5º P. Gales, 8; 6º Azerbeijão, 3
Grupo 7: 1º Sérvia e Montenegro, 22; 2º Espanha, 20; 3º Bósnia-Herzegovina, 16; 4º Bélgica, 12; 5º Lituânia, 12; 6º S. Marino, 0
Grupo 8: 1º Croácia, 24; 2º Suécia, 24; 3º Bulgária, 15; 4º Hungria, 14; 5º Islândia, 4; 6º Malta, 3
MUNDIAL 2006 (XIV) – 1938
O contexto envolvente da Fase Final do 3º Campeonato do Mundo era já de pré-guerra; a prova não ficaria imune a efeitos da conjuntura política da época (nomeadamente na sequência da Guerra Civil de Espanha e da anexação da Áustria pela Alemanha).
O brasileiro Leónidas, apelidado de “diamante negro”, chegando a jogar descalço, seria o herói de um épico jogo entre o Brasil e a Polónia, ao marcar 4 dos golos que permitiram fixar o resultado final numa vitória dos canarinhos por 6-5, após prolongamento (apesar dos 4 golos do polaco Willimowski).
O Brasil (com Leónidas no banco, a “descansar para a Final”!…) viria a cair nas ½ finais, perante os Campeões do Mundo (Itália), que haviam já deixado pelo caminho, na eliminatória anterior, a equipa da casa, a França. Os brasileiros teriam de se satisfazer com o 3º lugar, depois de bater a Suécia.
A Hungria, facilmente vitoriosa perante as Índias Holandesas Orientais (6-0, na 1ª eliminatória), a Suíça (2-0, nos ¼ final) e a Suécia (5-1, nas ½ finais), seria o derradeiro obstáculo dos italianos no caminho para a revalidação do título, que não dariam hipóteses, triunfando por 4-2.
Seria necessário esperar 12 anos pelo Mundial seguinte…
GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA (IV)
Regressando ao período de prisão, ao fim de um ano de cativeiro, continuava a questionar-se sobre quem o poderia ter traído.
Presente a “julgamento”, Tiago confessaria perante o Inquisidor os seus crimes: “Sou judeu, e muitas vezes pratiquei os rituais do meu povo com o meu pai”. Mas, pior do que ser judeu, o seu pai fora um“cristão-novo”.
Apesar da confissão, Tiago via-se agora confrontado com uma enigmática charada, que, remotamente, por via do seu trisavô, era afinal responsável pela sua prisão: “Falo-te durante a minha jornada – e só a ti – desde o ponto de partida até ao final. E, embora morra sempre no mesmo local, podes ouvir-me a falar do meu túmulo se prestares atenção. Quem sou eu?”.
Em Outubro de 1593, após 23 meses de cativeiro, Tiago estava decidido a revelar o nome das testemunhas que o teriam incriminado, traindo-se a si próprio, como única forma que pensava lhe poderia proporcionar a liberdade.
Confessaria mesmo que “passáramos diante da catedral dezenas de vezes sem sequer entrar para rezar, e nos recusáramos a agradecer ao Senhor as nossas refeições quando os meus tios o faziam. – Até declinámos dizer «se Deus quiser» ao falar do futuro nas conversas do dia-a-dia”.
Na sequência das suas confissões, assinara um documento com o rol dos seus crimes, mas continuava sem saber se tal significaria a morte ou a vida e a liberdade; os seus algozes apenas lhe indicavam ser aquele o único caminho para Cristo.
Tinha de se limitar a esperar…