MENSAGEM (III)
“As Quinas” começam com “O Eloquente” D. Duarte, prosseguindo com os Infantes D. Fernando, o “santo cavaleiro”:
“Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma”,
D. Pedro e D. João; finaliza com a “personagem-símbolo”, o (“loucamente”) ambicioso D. Sebastião:
“Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a sorte a não dá
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?”.
A “loucura pela grandeza” de D. Sebastião alia-se de seguida ao misticismo da espada de Nuno Álvares Pereira, o líder preparado para a batalha:
“Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida
Que o Rei Artur te deu”.
A I Parte conclui-se com: o Infante D. Henrique, o senhor do mar, com “O globo mundo em sua mão”; D. João II, uma das figuras de maior influência na História da humanidade, por via do decisivo impulso dos Descobrimentos:
“Braços cruzados, fita além do mar.
Parece em promontório uma alta serra.
O limite da terra a dominar
O mar que possa haver além da terra”;
e, por fim, o vice-rei da Índia D. Afonso de Albuquerque.
(“Republicação”)
[1946]