JOGOS OLÍMPICOS – 2004 – ATENAS (II)
No que respeita à organização do Torneio Olímpico de Futebol, a competição “ficou a léguas” do EURO 2004.
Quando decidi deslocar-me à Grécia para, juntando à visita turística, acompanhar os Jogos Olímpicos, ia numa perspectiva de “reviver” / prolongar a “grande festa” que tinha sido o EURO 2004…
Contudo, “festa” foi uma coisa que quase sempre esteve ausente deste torneio – independentemente da má carreira da equipa portuguesa de futebol.
Cenários “desoladores”, com estádios quase vazios, completa “falta de ambiente”; quase chegou a ser deprimente ver os jogos decorrer sem qualquer entusiasmo nas bancadas, quase uma “competição clandestina”: 6 000 espectadores no Portugal-Iraque, 7 500 no Portugal-Marrocos; 11 000 no Portugal-Costa Rica; um único jogo com números “condignos”, na meia-final entre a Argentina e a Itália – as duas melhores equipas da prova – com 30 000 espectadores a comporem a lotação do Estádio do Olympiakos em Atenas.
Depois da (infeliz) estreia na cidade de Patras, o segundo jogo da selecção portuguesa seria disputado em Heraklion – capital da ilha de Creta -, frente a Marrocos.
Na cidade de Heraklion, não era visível qualquer referência ao torneio olímpico de futebol (!), nem (no centro da cidade), uma única indicação da direcção do Estádio (Pankritio) – um bonito Estádio, construído expressamente para os Jogos Olímpicos, com capacidade para cerca de 26 000 espectadores, confinando com a praia de Ammoudara – era possível ver (por entre as aberturas de acesso às bancadas, as ondas a chegar à praia…).
Não havia um esquema devidamente organizado de transporte para o Estádio; ao invés, um bom esquema de transporte para o centro da cidade, no final dos jogos (cerca de 5 minutos de percurso), com sucessivos autocarros, a “carregar” e a “arrancar”.
Um bom esquema de segurança ao nível de acesso aos Estádios (todas as entradas com portas com detectores de metais e tapetes para inspecção “raio-x”!).
Muitos (mas mesmo muitos…) “assistentes” (voluntários, com os seus bonitos uniformes); em excesso, relativamente ao número de espectadores.
Bastante polícia dentro e nas imediações do Estádio. Praticamente nenhuma no centro da cidade! Alguma “insegurança” latente, com a polícia sempre “inquieta” (e bastante vigilante) perante as manifestações de apoio dos adeptos, temendo/receando eventuais confrontos que dificilmente se proporcionariam, perante assistências (no que respeita a adeptos dos países contendores) que raramente terão ultrapassado as 500 pessoas.
A equipa portuguesa surgiria neste segundo jogo bastante intranquila, “com a bola a queimar nos pés” (à semelhança do verificado no Portugal – Rússia no EURO 2004…).
E com um sintoma claramente notório: em todas as bolas “divididas”, os portugueses nunca arriscavam a “meter o pé”, procurando acima de tudo evitar qualquer eventual lesão nesta fase de início de época nos seus clubes.
Depois, no contra-ataque, os marroquinos surgiam sempre bastante mais velozes! Valeu a evidente superioridade técnica e física da equipa portuguesa que, ainda assim, depois de chegar aos 2-0, não conseguiria evitar o sofrimento nos 5 minutos finais, quando Marrocos reduziu a desvantagem para 1-2.
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