Archive for 4 Agosto, 2004
VAN GOGH (V)
Em 1888, deixa Paris e muda-se para Arles, possivelmente por sugestão de Toulouse-Lautrec, fascinando-se com o brilho da luz do Sul e com suas cores quentes.
Começa a pintar as paisagens da Provença, com as suas flores, passando algum tempo na “Casa Amarela”. É extremamente produtivo neste período, quando pinta o litoral (em Saintes-Maries-de-la-Mer), tal como muitos dos seus auto-retratos mais famosos, assim como a série do carteiro, Joseph Roulin. Aguarda a chegada do amigo, Paul Gauguin, com o qual sonha poder montar uma comunidade de artistas.
Gauguin chega finalmente em Outubro, passando a viver e trabalhar juntos. Entretanto há momentos turbulentos, nos quais discutiam fervorosamente sobre arte; essas discussões são descritas por Vincent como “tensão excessiva”; em apenas dois meses, estes desentendimentos levam a uma séria deterioração do relacionamento entre ambos.
A relação de amizade acaba por ser destruída; em 23 de Dezembro, Vincent teria atacado Gauguin com uma navalha de barbear; imediatamente depois do ataque, Vincent perde toda a razão e corta o lóbulo da orelha esquerda, que embrulha num jornal e com que presenteia uma prostituta. Epilepsia, alcoolismo e esquizofrenia são as causas apontadas para este ataque de Vincent, que levam à sua hospitalização. De seguida, Theo chega de Paris para cuidar do irmão.
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JOGOS OLÍMPICOS – 1972 – MUNIQUE
O record de participantes ia sendo sucessivamente batido, de Olimpíada para Olimpíada: em 1972, nos Jogos da XX Olimpíada, realizados de 26 de Agosto a 11 de Setembro, 7 134 atletas, de 121 países, disputaram 195 provas.
A tradição pacificadora dos Jogos Olímpicos seria abrupta e tragicamente interrompida em 1972, a 5 de Setembro, quando terroristas palestinos da organização “Setembro Negro” invadiram os aposentos da delegação de Israel, saldando-se o ataque com a morte de 11 atletas e dos 5 terroristas, abatidos pela polícia alemã. Os Jogos seriam suspensos por 34 horas, até à deliberação do Presidente do Comité Olímpico Internacional de que “The Games must go on”, embora com as bandeiras de todos os países participantes a meia-haste.
Depois de 36 anos de ausência, a Alemanha voltava (tal como em 1936) a integrar o Andebol como modalidade olímpica.
Os Jogos de 1972 foram os primeiros a ter uma mascote oficial.
A “mascote” não oficial seria contudo a ginasta russa Olga Korbut, vencendo a prova por equipas, falhando na prova individual, mas acabando por vencer as provas por aparelhos.
O grande herói desta Olimpíada seria o nadador americano Mark Spitz, somando 7 medalhas de ouro às duas que conquistara já na Cidade do México.
O finlandês Lasse Viren, apesar de ter caído a meio da final dos 10 000 metros, conseguiria, ainda assim, estabelecer um novo record mundial, conquistando a primeira das suas 4 medalhas de ouro (duas em 1972 e duas em 1976, nos 5 000 m e 10 000 m).
A nadadora australiana Shane Gould alcançaria três medalhas de ouro, estabelecendo 3 records mundiais; conquistaria ainda mais uma medalha de prata e outra de bronze.
Portugal participaria com uma delegação de 29 atletas, não registando resultados de realce; na sua primeira participação olímpica, o futuro Campeão Olímpico Carlos Lopes não teria sucesso.
Os países que conquistaram mais medalhas foram os seguintes:
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…9 DIAS – MÓNACO
Um mero rochedo no extremo leste da Provença, com uma cidade escarpada sobre o Mediterrâneo, que se tornaria num território de inevitável sedução, num “reino” / “principado de sonho”, um país quase “irreal”!
Um pequeno país, com um fenomenal desenvolvimento turístico, impulsionado pela dinastia Grimaldi (no trono há 700 anos), com base na Société des Bains de Mer e no Casino, exponenciado com o “glamour” da família real e com o Grande Prémio do Mónaco de Fórmula 1.
A região foi ocupada pelos Romanos no final do século II A.C., época em que prosperavam os marinheiros fenícios e cartagineses.
Com a queda do Império Romano no século V, o território sofreria sucessivos ataques de povos bárbaros. Só a partir do século X, após a expulsão dos Sarracenos pelo Conde da Provença, a actual “Côte d’Azur” começaria a ser repovoada.
A verdadeira história do Mónaco inicia-se a partir do século XIII, com o nascimento do futuro Principado a 10 de Junho de 1215, altura em que o território entrou na posse dos genoveses, com os Grimaldi a construir a Fortaleza que constitui actualmente o Palácio do Príncipe.
Fulco del Castello obteria então, do Imperador Henri VI, a soberania do conjunto das terras em torno do rochedo do Mónaco, atraindo população com uma política de concessão de terras e isenção de impostos.
Em 1269, os Guelfos e seus aliados (os Grimaldi) seriam expulsos de Génova, refugiando-se na Provença. Em 1297, François Grimaldi penetrava na Fortaleza do Mónaco, marcando a data de início da dinastia Grimaldi, na sequência da tomada de posse do território pela família.
A soberania do território seria reconhecida pelo Rei de França, Charles VIII, em 1489, enquanto que Louis XII, viria a reconhecer, 23 anos depois, a independência do Mónaco.
Não obstante, em 1793, o Mónaco seria reunido à França, sob o nome de “Fort Hercule”. Apenas em 1814, o primeiro Tratado de Paris atribuiria o Principado ao Príncipe.
Apesar de ter perdido cerca de 80 % do seu território, o Mónaco viria finalmente a reconquistar a sua independência em 1861. Dois anos depois, seria concedido o monopólio do jogo à Société des Bains de Mer.
Em 1911, o Principado do Mónaco torna-se numa monarquia constitucional; este ano assinala também a organização do primeiro Rali Automóvel de Monte Carlo.
Em 1949, o Príncipe Rainier III sucedia ao seu avô, Louis II, vindo a casar em 1956 com a actriz americana Grace Kelly, de que resultaria a descendência “mais famosa da realeza europeia”: Príncipe Alberto e as Princesas Caroline e Stephanie. O Mónaco iniciava um período de grande prosperidade, sustentado no Casino e no facto de ser também um “paraíso fiscal”.
Há 1 ano no Memória Virtual – A Europa das Línguas
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