“RODAPÉ” (II)
25 Maio, 2004 at 11:35 am 4 comentários
Na nota de abertura, o Director, Joaquim Mestre, aborda o .grave problema que se pretende criar às bibliotecas públicas, com a introdução de uma norma comunitária que impõe o fim da gratuitidade dos serviços de biblioteca ou seja, o empréstimo domiciliário e o acesso a documentos e tecnologias ficará sujeito a pagamento..
E prossegue: .Ora isto colide com o espírito universalista e democrático das bibliotecas públicas vertido em documentos de referência como são os casos do Manifesto da UNESCO sobre bibliotecas públicas e as Guidelines da IFLA, para além da secular tradição das bibliotecas públicas se assumirem como espaços culturais que asseguram a democratização do acesso à informação, à cultura e ao conhecimento..
.Num país com as taxas de analfabetismo e iletrismo que todos conhecemos, num país que só agora tem uma rede estruturada de bibliotecas públicas, uma medida desse teor iria trazer gravíssimos problemas às bibliotecas e, principalmente, aos seus utilizadores..
.A máxima utilizador/pagador, que tanto furor tem feito em meios neo-liberais, seria desastrosa para o trabalho que tem vindo a ser feito nas bibliotecas públicas portuguesas e que sé agora começa a dar os seus frutos..
E conclui: .Entendemos que nos países do norte da Europa com uma fortíssima tradição e utilização das bibliotecas públicas, com populações leitoras consolidadas por dezenas de anos de acesso livre e gratuito e, com outros meios económicos, esta medida pode colher alguma simpatia ou indiferença. Agora em Portugal verter esta norma para a nossa legislação seria um verdadeiro desastre e, porque não dizê-lo, um crime de lesa cultura..
P. S. O Carlos, do Ideias Soltas, poderá ainda disponibilizar alguns exemplares desta revista.
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1.
Jorge Vieira | 25 Maio, 2004 às 1:49 pm
E quem é que utiliza as bibliotecas ?
Tirando a época de exames, em que estão cheias de estudantes que procuram apenas um lugar tranquilo , normalmente estão às moscas e completamente desactualizadas. Pelo menos as de Lisboa. Se esse dinheiro ficar nas bibliotecas para uso das mesmas acho uma excelente medida. Se entrar para a tesouraria do organismo que as tutelam já não estou de acordo.
Numa cidade (LIsboa) com 3 milhões de habitantes temos bibliotecas minusculas em lugares pouco aprasíveis e com poucas condiçóes. Para quando uma biblioteca central com um espaço cativante e com conteúdos multimédia à dimenção da nossa capital. Pelos vistos isto não preocupa ninguém apenas o direito universal da borla ou não borla.
O João Soares queria fazer uma em Chelas !!? O Santana é mais tuneis e assim vamos andando.
2.
Isabel | 25 Maio, 2004 às 5:27 pm
21:30 – FEIRA DO LIVRO
Debate A Leitura Pública e o Direito de Autor
Local: Auditório 1
A Leitura Pública e o Direito de Autor, com António Pina Falcão, Nuno Gonçalves (a confirmar), José Jorge Letria, moderado por Teresa Calçada.
3.
Maria Manuel | 28 Maio, 2004 às 5:48 pm
Caro Jorge Vieira:
Já veio a Beja?
Venha ver porque é que o director da Biblioteca escreveu aquele editorial.
Não podemos generalizar, nem todas as realidades são iguais.
Experimente vir ouvir uma sessão de contos com direito a chocolate quente, na Cafetaria da Biblioteca de Beja, que se prolonga até à meia-noite ;-)))
Ou ver as crianças deitadas no chão, de olhos fechados, no projecto de promoção da leitura da “Casa do Silênco”, deliciadas com os sons que os levam a imaginar, para a seguir escrever uma historia.
Ou vir ouvir o Manuel Alegre na apresentação so seu novo livro “Rafael” ou o Saramago a explicar o seu “Ensaio sobre a Lucidez”.
Aqui, as pessoas fazem da Biblioteca uma segunda casa e olhe que não exagero.
Desculpe o uso do seu sistema de comments, Leonel mas tinha que dar este esclarecimento…
4.
margarida pedrosa | 20 Outubro, 2004 às 11:51 am
Adoro a vossa revista e a vossa biblioteca. Recordo a todos os que conheço as vossas vitórias, por isso hoje aqui estou para enviar o nome de três colegas que muito gostariam de poder receber a Rodapé:
Dr.Cristina Rodrigues, Av Batalha do Salado, nº 350, R/c 7000 Évora
Eng. Manuela Branco~
R. da Quinta nº 10
Bº da Malagueira
7000 Évora
Dr. Cataruna Charrua
R. do Raimundo, nº 73
7000 Évora