PORTUGAL – NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (XII)
“Nos anos seguintes houve guerras entre o imperador e o infante português. O que se pode dizer ao certo é que os Portugueses combateram no Alto Minho e que Tui serviu de pomo de discórdia. Em 1137 restabeleceu-se a paz (paz de Tui) e Afonso Henriques prometeu ao imperador “fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos”.
Em 1140 começa o caudilho português a intitular-se rei. Até então, o chefe do condado apresentara-se como infante ou como príncipe. o que constituía apenas uma declaração de linhagem real; na verdade, ele era neto de Afonso VI; a mãe, por ser filha de rei, várias vezes assinou rainha. O título de rei era uma dignidade pessoal que não implicava por si a independência do reino. Já vimos que desde 1135 Afonso VII se apresentava como imperador de toda a Espanha; vários dos príncipes que dele dependiam eram reis, e esse facto não só não comprometia, como até ajudava a plenitude da autoridade imperial.
Em Outubro de 1143 ocorreu um facto que hoje se considera um passo decisivo no caminho para a independência. Um legado pontifício, o cardeal Guido de Viço, veio à Península para regularizar várias questões de administração eclesiástica e teve uma reunião com o rei de Leão e com D. Afonso Henriques na cidade leonesa de Zamora.
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Mas na realidade não sabemos como as coisas se passaram e ignora-se completamente se foi assinado algum acordo, embora modernamente se tenha feito muitas vezes referência a um tratado de Zamora, que talvez nunca tivesse existido.”
“História concisa de Portugal”, José Hermano Saraiva
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