Liga dos Campeões – 6ª Jornada – Maccabi Haifa – Benfica

2 Novembro, 2022 at 10:53 pm Deixe um comentário

Maccabi Haifa – Joshua Cohen, Yosef Raz Meir (63m – Omer Atzili), Abdoulaye Seck, Sean Goldberg, Pierre Cornud (85m – Sun Menachem), Mohammad Abu Fani, Neta Lavi, Ali Mohamed (77m – Ofri Arad), Din David (63m – Mavis Tchibota), Tjaronn Chery e Frantzdy Pierrot (77m – Nikita Rukavytsya)

BenficaBenfica – Odysseas Vlachodimos, Alexander Bah, António Silva (88m – Lucas Veríssimo), Nicolás Otamendi, Alejandro “Álex” Grimaldo, Florentino Luís, Fredrik Aursnes (32m – Francisco “Chiquinho” Machado), David Neres (82m – Diogo Gonçalves), Rafael “Rafa” Silva (82m – Henrique Araújo), João Mário e Gonçalo Ramos (32m – Petar Musa)

0-1 – Gonçalo Ramos – 20m
1-1 – Tjaronn Chery (pen.) – 26m
1-2 – Petar Musa – 59m
1-3 – Alejandro “Álex” Grimaldo – 69m
1-4 – Rafael “Rafa” Silva – 73m
1-5 – Henrique Araújo – 88m
1-6 – João Mário – 90m

Cartões amarelos – Mohammad Abu Fani (85m), Sun Menachem (89m) e Omer Atzili (90m); David Neres (45m)

Árbitro – Anthony Taylor (Inglaterra)

Para ser franco as expectativas para este jogo eram singelas: tentar ganhar, esperando por um deslize (pelo menos o empate) do Paris Saint-Germain em Turim.

Sabia-se que o Maccabi tinha derrotado a Juventus e que até tinha começado por estar em vantagem ante a equipa francesa, e que acalentava ainda esperanças de qualificação para a Liga Europa, pelo que, incentivado pelo seus adeptos, não seria um adversário fácil. Isto, conjugado com outros factores, tal como a logística de uma deslocação longa, a par de ter sido batido nas duas anteriores viagens a Israel, alertava para a necessidade de o Benfica estar ao seu melhor nível.

Depois de um primeiro susto sofrido logo aos cinco minutos, a equipa portuguesa demonstraria boa atitude, procurando assenhorear-se da bola, vindo a inaugurar o marcador aos 20 minutos (num bom cabeceamento de Gonçalo Ramos), já depois de, cerca dos 10 minutos, ter rematado ao poste da baliza contrária.

Porém, tal como sucedera frente à Juventus, seria de muito curta duração essa vantagem, com o Maccabi, um pouco contra a “corrente”, a empatar de pronto, beneficiando de uma grande penalidade, devido ao facto de a bola ter embatido no braço de Bah.

A formação israelita tinha uma atitude bastante aguerrida e viril, e Roger Schmidt logo se viu impelido a duas substituições, por problemas físicos, de Aursnes e Gonçalo Ramos, estava decorrida apenas meia hora de jogo.

Até final da primeira metade o jogo foi algo incaracterístico, com pouca fluidez e sem claro domínio de qualquer das partes. Ao intervalo, registava-se resultado idêntico nos dois campos: duas igualdades a um golo.

Tudo mudaria na última meia hora da partida, a partir do segundo tento dos encarnados (num notável mergulho de Musa) – numa altura em que, continuando as equipas empatadas em Itália, o Benfica assumia (por escassos minutos) a liderança do grupo.

O terceiro golo, numa soberba execução de um livre directo, por Grimaldo, a fazer a bola sobrevoar a barreira, sentenciou o desfecho do encontro. A turma israelita conformou-se com o seu destino (eliminação das provas europeias), não conseguindo suster o turbilhão gerado pela aceleração de jogo por parte do Benfica.

Só que, entretanto, pouco antes desse terceiro golo benfiquista, o Paris Saint-Germain se recolocara novamente em vantagem frente à Juventus, pelo que voltava a liderar o grupo. Pelo que, faltando jogar 20 minutos, não seria crível que – mantendo uma vantagem de três golos na diferença global de golos – fosse possível vir a perder essa posição, isto, claro, no pressuposto de que mantivesse a condição de vencedor nesse encontro.

Mesmo com o 4-1, somente mais quatro minutos volvidos (com Rafa a “picar” a bola sobre o guardião), a situação não parecia ter-se alterado substancialmente. Faltavam ainda dois golos, e poucos acreditariam numa reviravolta. Até porque não seria do conhecimento geral a globalidade dos critérios de desempate, pelo que se terá porventura pensado que poderiam ser ainda necessários mais três golos para ultrapassar os franceses.

E, de facto, nunca se sentiu uma ansiedade (no sentido de uma pressão negativa) do Benfica por marcar, mantendo a mesma toada de jogo, agora sim, claramente dominadora, mas sem “pressas”, nunca jogando de forma atabalhoada, ou por qualquer tipo de recurso a “chuveirinhos”.

A chama da crença só se acendeu efectivamente quando, a dois minutos do termo do tempo regulamentar o Benfica chegou ao 5-1, por Henrique Araújo (logo depois de Diogo Gonçalves ter rematado ao poste). Aí sim, a equipa sentiu que era determinante marcar mais um golo.

O que viria mesmo a ocorrer – já depois de Vlachodimos ter evitado o que teria sido o 5-2… – num bela conclusão de João Mário (remate de meia distância, colocado e rasteiro), no segundo de três minutos de período de compensação. De imediato, o próprio soltou uma interrogação que ficará na memória: «Dá?» – manifestando a disposição para, se necessário, ir ainda à procura de um golo extra.

Mas, nessa altura, já Roger Schmidt estava perfeitamente conhecedor do 7.º factor de desempate (alínea g) do regulamento), privilegiando a equipa com maior número de golos marcados fora de casa em toda a fase de grupos.

De forma absolutamente inédita, em 30 anos da competição, dois clubes concluíam esta fase rigorosamente igualados: 14 pontos (“record” do Benfica na prova), 4 vitórias e dois empates para cada; empate nos dois jogos entre as duas equipas, em Lisboa e em Paris, e ambos por 1-1; mesma diferença global de golos (9); mesmo número total de golos marcados (16); mesmo número total de golos sofridos (7). O Benfica marcara 9 golos fora de casa, face a apenas 6 do Paris Saint-Germain…

Em Haifa o árbitro dera por findo o jogo, mas, em Turim, ainda se jogariam mais dois a três minutos, com sensações diametralmente opostas: desolada, a equipa francesa acabara de perceber, contra todas as expectativas, que perdera o 1.º lugar do Grupo; em Israel, o Benfica aguardava apenas a confirmação do final dessa outra partida, para, enfim, dar largas a uma explosão de alegria, bem estampada no rosto de todos, técnicos, jogadores e adeptos.

De forma absolutamente meritória, com um final de jogo épico, o Benfica das “grandes noites europeias” sagrava-se, invicto nos seis jogos disputados (acrescendo aos quatro das eliminatórias de qualificação), vencedor de um Grupo que integrava dois “colossos” como o Paris Saint-Germain ou a Juventus!

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