Archive for 24 Março, 2007
EURO-2008 (QUALIF.) – PORTUGAL – BÉLGICA

4-0
A equipa portuguesa (privada de Deco, por lesão; e de Simão Sabrosa, a cumprir um jogo de suspensão) entrou em campo com boa atitude, procurando construir jogo ofensivo, com os belgas – desde início… tal como “prometido” – a recorrer com insistência à falta, de alguma forma procurando “intimidar” os mais criativos jogadores portugueses, com destaque para o dinamismo de Quaresma.
Apenas cerca dos 20 minutos de jogo, a Bélgica surgiria, pela primeira vez, com algum perigo, à área da equipa nacional. Entretanto, Portugal continuava a atacar, ao mesmo tempo que, por algumas vezes, ia tentando rematar de longe.
Passada a meia hora de jogo, notava-se alguma dificuldade nas transições ofensivas, com João Moutinho a jogar algo recuado; e, inversamente, Nuno Gomes isolado na frente. Os belgas apenas procuravam manter o nulo no marcador, quando, a finalizar o primeiro tempo, ficou por assinalar uma grande penalidade a favor de Portugal, com Cristiano Ronaldo a ver o cartão amarelo por reclamar.
Logo no início da segunda parte, Portugal criava duas oportunidades de golo, mas não conseguia converter. Mas, apenas com 7 minutos, com João Moutinho a subir no terreno, provocando desequilíbrios, Nuno Gomes não teve dificuldade em empurrar a bola para a baliza, inaugurando o marcador.
Para, logo de seguir, numa excelente iniciativa de Quaresma, o guarda-redes belga a não chegar à bola, surgindo nas costas Cristiano Ronaldo, a cabecear para a baliza deserta, fazendo o 2-0.
Procurando reagir, na Bélgica entrou Sterchele… que, na sua primeira jogada, desperdiçou escandalosamente o golo, completamente isolado e já com Ricardo fora do lance.
Mas o melhor momento da noite estava ainda para chegar! Aos 69 minutos, num lance de magia, Quaresma, descaído sobre o lado direito (ainda fora da área) rematou “de trivela”, em arco, cruzado para o poste mais distante, com a bola a sobrevoar o guarda-redes belga e a anichar-se no fundo da baliza; como primeiro golo na selecção, uma jogada para recordar para sempre!
No duelo “particular” entre Cristiano Ronaldo e Stijnen, o português cirandou à entrada da área, driblando os adversários, rodando o pé sobre a bola, acabando por rematar, com o guarda-redes belga a consentir o quarto golo português.
Stijnen viria ainda, já no último minuto, a negar (por duas vezes!) o que teria sido o quinto golo português…
Portugal dava – dentro do campo – a melhor resposta às polémicas que rodearam este jogo, criadas pelo comportamento dos belgas (primeiro com Stijnen a “ameaçar” Ronaldo, e, à chegada ao aeroporto de Lisboa, com escaramuças com oso jornalistas portugueses). Uma categórica vitória, com uma goleada, relançando as suas hipóteses de apuramento, ao mesmo tempo que praticamente afasta a Bélgica dessa luta.
Já depois do termo do jogo, um gesto bonito: o abraço entre Ronaldo e Stijnen!
– Ricardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Paulo Ferreira; Petit (76m – Fernando Meira), Tiago, Quaresma (70m – Nani), João Moutinho e Cristiano Ronaldo (78m – Hugo Viana); Nuno Gomes
– Stijnen, Hoefkens (64m – Sterchele), Clement, Van Buyten, Van der Heyden, Fellaini, Mudingayi, De Man, Defour, Martens (56m – Chatelle) e Mbo Mpenza (80m – Van Damme)
1-0 – Nuno Gomes – 52m
2-0 – Cristiano Ronaldo – 55m
3-0 – Quaresma – 69m
4-0 – Cristiano Ronaldo – 75m
Cartões amarelos – Cristiano Ronaldo (45m); Hoefkens (15m), De Man (38m), Fellaini (58m), Van Damme (88m)
Árbitro – Kyros Vassaras (Grécia)
Na jornada de hoje da Fase de Qualificação para o “EURO 2008”, destaque para a grande surpresa da derrota da Sérvia no Cazaquistão (a primeira vitória de sempre desta selecção em jogos do Campeonato Europeu), e para a “humilhante” goleada sofrida pela Grécia, em casa, frente ao seu grande rival, Turquia (1-4) – numa partida em que os gregos começaram por ganhar vantagem, logo aos 5 minutos; a Alemanha conseguiu uma excelente vitória (2-1) na R. Checa; a Inglaterra não conseguiu desfazer o nulo em Israel; a Noruega foi derrotada em casa (1-2) pela Bósnia-Herzegovina; noutro jogo entre equipas candidatas ao apuramento, a Roménia conseguiu empatar a zero na Holanda.
GRUPO A Jg V E D G Pt 1º Polónia6 4 1 1 11-5 13 2º Finlândia
5 3 2 - 7-2 11 3º Portugal
5 3 1 1 12-3 10 4º Sérvia
5 3 1 1 7-3 10 5º Bélgica
6 2 1 3 4-6 7 6º Cazaquistão
6 1 2 3 3-8 5 7º Arménia
4 - 1 3 0-5 1 8º Azerbaijão
5 - 1 4 1-13 1
6ª jornada
24.03.07 – Polónia – Azerbaijão – 5-0
24.03.07 – Cazaquistão – Sérvia – 2-1
24.03.07 – Portugal – Bélgica – 4-0
PORTUGAL NO MUNDIAL DE RÂGUEBI
A selecção portuguesa de râguebi conseguiu alcançar hoje uma proeza histórica (o maior feito em 103 anos da modalidade em Portugal), ao garantir o apuramento para a Fase Final do Campeonato do Mundo de Râguebi, a disputar em França (e, também, numa iniciativa inédita, numa cidade da Escócia, Edimburgo, e noutra do País de Gales, Cardiff) de 7 de Setembro a 20 de Outubro.
Para conseguir ser a primeira selecção amadora a garantir a presença no Mundial, a equipa portuguesa teve de eliminar – no último jogo de apuramento – a selecção do Uruguai. Depois da vitória na 1ª mão por 12-5, hoje, em Montevideu, Portugal chegou a estar a perder por 0-6; chegou depois ao empate a 6-6; o Uruguai, com um ensaio passou o resultado para 11-6; a que Portugal respondeu da melhor forma, chegando aos 11-12. A cerca de 15 minutos do termo da partida, novo ensaio do Uruguai colocava o marcador (final) em 18-12… e Portugal com apenas 1 ponto de vantagem na eliminatória!
Portugal junta-se a Inglaterra (actual Campeã do Mundo), França, Escócia, Irlanda, País de Gales, Itália, Roménia e Geórgia (9 representantes europeus); Austrália, Nova Zelândia, I. Fiji, Samoa e Tonga (5 selecções da região da Oceânia); África do Sul e Namíbia (de África); EUA e Canadá (da América do Norte); Argentina (da América do Sul); e Japão (representante da Ásia), no lote de 20 países finalistas, os quais serão agrupados da seguinte forma:
Grupo A – Inglaterra, África do Sul, Samoa, EUA e Tonga
Grupo B – Austrália, P. Gales, I. Fiji, Canadá e Japão
Grupo C – N. Zelândia, Escócia, Itália, Roménia e Portugal
Grupo D – França, Irlanda, Argentina, Geórgia e Namíbia.
Apenas os dois primeiros de cada grupo serão apurados para os 1/4 Final da prova.
Portugal começará por defrontar (a 9 de Setembro, em St. Etiénne) a Escócia; a 15 jogará com a N. Zelândia (em Lyon); a 19 defrontará, em Paris, a Itália; finalizando a fase de grupos, a 25 de Setembro, em Toulouse, frente à Roménia.
Considerado o terceiro evento desportivo mundial (após os Jogos Olímpicos e o Campeonato Mundial de Futebol), o Mundial de Râguebi deverá ser visto por 2,4 milhões de espectadores (nos Estádios), com uma audiência estimada de cerca de 4 biliões, por via de 250 canais de televisão em todo o mundo.
ZERZENAY TADESSE
Atleta da Eritreia, virtualmente desconhecido (4º classificado no ano passado), entra na história ao encerrar o “reinado” do etíope Kenenisa Bekele nos Campeonatos do Mundo de Cross; depois de 10 títulos consecutivos de Campeão do Mundo nos últimos 5 anos (nas provas curta e longa), Bekele desistiu na prova hoje disputada no Quénia, quando seguia em 2º lugar, a cerca de 1 km da meta (quando os dois atletas seguiam já isolados na frente da corrida).
Zerzenay Tadesse sagrou-se assim como novo Campeão do Mundo, com uma categórica vitória (em que, depois de ter ficado para trás, teve forças para recuperar o atraso para Bekele e ultrapassá-lo), numa prova em que o melhor português foi Paulo Guerra (3º, 4º e 6º classificado em edições anteriores, no seu período “áureo”, em que se sagrara também Campeão Europeu), desta vez em 49º lugar (ainda assim, o 5º melhor atleta europeu).
Por equipas, Portugal concluiu a competição em 10º lugar – 2ª melhor da Europa (numa prova em que países como a Espanha e a França não conseguiram terminar com o número mínimo de atletas… tal como a grande desilusão Etiópia, com 5 desistências entre os seus 9 participantes, com o seu melhor atleta a terminar apenas em 14º). Numa prova dominada – como habitualmente – pelos africanos, o Quénia, a “correr em casa” arrasou a concorrência, com os 6 atletas que contavam para a classificação a terminarem nos 8 primeiros lugares (só deixou escapar o 7º lugar… e o título individual, para Zerzenay Tadesse!); seguiram-se as selecções de Marrocos, Uganda, Eritreia, Qatar, Tanzânia, Ruanda, Grã-Bretanha, Austrália, Portugal, EUA, Japão e Brasil.
No sector feminino, a holandesa (de origem queniana) Lornah Kiplagat conquistou o título (bisando o já anteriormente obtido, em 2005), com a campeã nacional Jessica Augusta a ser a melhor portuguesa, em 12º lugar (melhor atleta de origem europeia). Por equipas, a Etiópia “salvou” a sua honra, assegurando o título mundial, à frente de Quénia e Marrocos.
UNIÃO EUROPEIA – 50 ANOS (XIV) – CONSTITUIÇÃO EUROPEIA
O Tratado Constitucional Europeu, aprovado em 2004 pelos líderes da União Europeia (assinado em 29 de Outubro), tem por objectivo substituir e unificar os antigos Tratados da União Europeia, reunindo num único texto o conjunto de todos os anteriores textos fundamentais e de direitos dos cidadãos europeus: Tratados da União Europeia, Jurisprudência da União Europeia e do Conselho da Europa, outras convenções internacionais subscritas pela União Europeia ou pelos seus Estados-membros, Convenção Europeia dos Direitos do Homem, Carta Social Europeia e Carta Comunitária dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores.
Carece – previamente à sua adopção – de ratificação pelos Estados-membros, por via parlamentar ou através de referendo, processo actualmente num impasse, na sequência das votações negativas nos referendos em França e na Holanda.
Estrutura-se em 4 partes:
– Parte I – Disposições fundamentais – Compreende as disposições que definem a União Europeia, os seus objectivos, competências, processos de decisão e instituições.
– Parte II – Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. Inclui 7 capítulos: Dignidade, Liberdades, Igualdade, Solidariedade, Cidadania, Justiça e Disposições Finais.
– Parte III – Políticas da União – As políticas e as acções da União Europeia.
– Parte IV – Cláusulas finais – Referência nomeadamente aos procedimentos de adopção e revisão desta Constituição.
Visa estabelecer regras mais simples e mais eficientes para a tomada de decisão na União Europeia – por maioria qualificada, na maior parte dos casos.
Cria também um novo cargo, de “Ministro dos Negócios Estrangeiros”, para conduzir a Política Externa e de Segurança Comum (PESC), chefiar o novo serviço diplomático, presidir o Conselho das Relações Externas e vice-presidir a Comissão Europeia.
Para saber mais: http://europa.eu.int/constitution.