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A CAIXA QUE MUDOU O MUNDO – 50 ANOS EM PORTUGAL (XVI)
A abrir a década de 90, no dealbar de uma “nova era da televisão”, destaca-se uma série marcante: Twin Peaks, com a intrigante interrogação “Quem Matou Laura Palmer?”.
A 7 de Setembro de 1990 era aprovada a Lei da Televisão (Lei n.º 58/90, posteriormente revogada pela Lei n.º 31-A/98, de 14 de Julho; a qual, por sua vez, seria também substituída pela actual Lei n.º 32/2003, de 22 de Agosto), prevendo a exploração privada da actividade de televisão, mediante licenciamento governamental.
Na sequência de concurso público, em 6 de Fevereiro de 1992 foram atribuídas duas licenças, por um período de 15 anos (entretanto já renovadas em 2006): à SIC – Sistema Independente de Comunicação (projecto liderado por Francisco Pinto Balsemão) e à TVI – Televisão Independente (projecto sob a égide da Igreja Católica e Rádio Renascença); seria então excluído o projecto liderado por Daniel Proença do Amaral (TV 1 – Rede Independente).
A 10 de Junho de 1992, iniciavam-se as transmissões da RTP Internacional, com emissão via satélite, para uma área abrangendo mais de 200 milhões de habitantes.
A 6 de Outubro de 1992, Alberta Marques Fernandes entrava na história da televisão em Portugal, sendo a primeira cara da SIC, no dia da estreia das emissões privadas de televisão, colocando termo a um monopólio de 35 anos da RTP.
A TVI apenas iniciaria as suas emissões em 20 de Fevereiro de 1993.
Na busca de uma definição a nível de “grelha de programação”, a SIC demoraria ainda algum tempo até se impor, o que conseguiria – nomeadamente em função da âncora que constituiria o exclusivo das telenovelas brasileiras da Globo – em Maio de 1995, assumindo então, pela primeira vez a liderança das audiências.
Surgiria então um fenómeno na programação televisiva portuguesa, um programa que perdurou durante anos, liderando as audiências, o Big Show SIC, numa ideia de Ediberto Lima, com o conceito de “televisão em movimento”, alegre e descontraída, assumido e desempenhado na perfeição por João Baião.