Archive for 14 Junho, 2005
DN – EXPOSIÇÃO 140 ANOS – 1910-19
1910 – 19
A década de 10 do século XX regista o termo da Dinastia Manchu e o final de 2000 anos de regime imperial na China.
Em 1912, dá-se a tragédia do Titanic, obra-prima da construção naval inglesa, considerado “inafundável”, que, colidindo com um icebergue no Atlântico Norte, sepulta nas águas geladas cerca de 1 500 passageiros e tripulantes.
Em 1913, o americano Henry Ford cria a primeira linha de montagem para produção de automóveis em série, os “Ford T”.
De 1914 a 1918, desenrola-se a I Guerra Mundial, uma guerra de trincheiras, despoletada pelo assassinato, em Sarajevo, do herdeiro do trono austro-húngaro, fazendo explodir os ódios nacionalistas, opondo inicialmente, de um lado, Alemanha, Áustria, Império Otomano; do outro, França, Bélgica, Grã-Bretanha, Rússia, Sérvia, Portugal, Itália, Bulgária, Roménia, China. Os EUA interviriam a partir de 1917, ao lado dos chamados Aliados.
1917 é também o ano da Revolução Soviética, depondo o czar Nicolau II, assassinado conjuntamente com a restante família imperial, num golpe cujo plano fora concebido por Trotsky, sob a liderança de Lenine.
Em paralelo, em Portugal, três crianças afirmam ter-lhes aparecido Nossa Senhora na Cova da Iria, em Fátima.
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DN – EXPOSIÇÃO 140 ANOS – 1900-10
1900 – 10
O ano de 1900 é assinalado por nova Exposição Mundial em Paris. É também o ano do lançamento do primeiro Zeppelin, aeronave construída pelo conde e inventor alemão Ferdinand von Zeppelin.
Em 1901 são introduzidos os Prémios Nobel, instituídos por Alfred Nobel.
No ano de 1903, os irmãos americanos Wilbur e Orville Wright realizam, com a ajuda de um motor a gasolina, o primeiro voo num aeroplano, nos EUA.
Em 1904, tem início em Paris o que seria o primeiro sistema de Metropolitano do mundo.
A década regista ainda a Guerra dos Boéres, opondo os ingleses aos boéres na África do Sul.
Em Portugal, o ano de 1908 é marcado pelo atentado contra a família real, em que morrem o Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe. D. Manuel II subia ao trono apenas com 18 anos.
A monarquia enquanto regime chegava ao fim a 5 de Outubro de 1910, com a Revolução Republicana. Os símbolos nacionais, como o hino e a bandeira, eram alterados; o escudo substitui o real como moeda.
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"ASSIMETRIAS"
Conservo em relação ao Diário de Notícias uma memória pessoal indelével, o facto de nele (um dos principais jornais de referência em Portugal) ter publicado o meu primeiro artigo “a sério” (no “DN Jovem”), que, nesta oportunidade, aqui recupero novamente:
“ASSIMETRIAS
É geralmente reconhecido que a histórica dicotomia litoral-interior é uma realidade profundamente implantada na estrutura socioeconómica. Basta, para o confirmar, consultar qualquer estatística, por mais elementar que seja.
Todos sabemos, por exemplo, que houve uma deslocação da população do interior, por um lado, para o estrangeiro, através do fenómeno da emigração, e por outro, para o litoral, em particular para as áreas urbanas de Lisboa e Porto, cidades que centralizam a autoridade política e o poder económico.
Essa assimetria manifesta-se em muitos e variados campos; um deles, enquadrável no tema proposto, é o do futebol, enquanto desporto de multidões, acarretando grandes movimentações a nível financeiro.
Desta forma, temos, na época de 1988-89, na disputa do Campeonato Nacional da I Divisão de futebol, 16 clubes sediados no litoral (80 %), face a dois do interior (G. D. Chaves e CAF- Ac. Viseu), o que corresponde a 10 %, além dos insulares Marítimo e Nacional, ambos da Madeira.
Se alargarmos o campo de estudo até ao Campeonato Nacional da III Divisão, os números não oscilam muito: o litoral é sede de 134 dos 182 clubes concorrentes às três divisões (73,6 %), cabendo ao interior 41 clubes, apenas 22,5 %, sendo os restantes sete repartidos pelas Regiões Autónomas dos Açores (três representantes militando na III Divisão) e da Madeira.
É sintomático o facto de os distritos de Beja e da Guarda, além de Viana do Castelo, este do litoral, não terem qualquer representante na I e II Divisões, o que é mais estranho ainda no caso de Santarém, que chegou a ter, há pouco mais de dez anos, representação na I Divisão, por via do U. Tomar.
Outro aspecto se destaca nesta análise: a macrocefalia do futebol português, centralizado por completo, no que se refere a campeões da I Divisão, em apenas duas cidades, 44 títulos (81,5 %) para três clubes de Lisboa e dez (18,5 %) para um do Porto.
Todos estes números devem suscitar uma reflexão e o desejo de que os desequilíbrios de ordem económica e social sejam atenuados, de forma a permitir também uma expressão desportiva mais uniforme e condizente com padrões europeus, ao nível das Comunidades em que nos pretendemos integrar de forma plena.”
Texto publicado no “DN Jovem” em 22.11.88
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DN – EXPOSIÇÃO 140 ANOS – 1890-99
1890 – 99
Esta é a década da expansão dos “elevadores” em Lisboa, visando fazer face ao acidentado relevo, facilitando o transporte entre as partes altas e baixas da cidade. Os elevadores da Lavra, Glória e da Bica são actualmente monumentos nacionais.
O ano de 1890 marca a inauguração do Coliseu dos Recreios em Lisboa.
É também o ano do “Ultimato Inglês”, motivado pelo célebre mapa cor-de-rosa, que pretendia unir as colónias portuguesas de Angola e Moçambique; “ou os portugueses se retiravam de toda a zona disputada ou se cortariam as relações diplomáticas”… a Inglaterra conseguiria todos os seus objectivos principais, vindo Portugal a abdicar das regiões do interior (correspondendo aos territórios da Zâmbia e da Rodésia, actual Zimbabwe), por incapacidade de as manter sob controlo.
Em 1895, com base no aperfeiçoamento do cinetoscópio, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizam o cinematógrafo, aparelho movido a manivela, utilizando negativos perfurados, substituindo a acção de várias máquinas fotográficas para registar o movimento, tornando possível a projecção de imagens: nascia o cinema!
Em 1897, Guglielmo Marconi fazia as primeiras experiências com a rádio (Telegrafia Sem Fios).
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