Archive for Julho, 2005

BALLET GULBENKIAN

Num fim de semana de “despedidas”, a Companhia de Bailado da Fundação Gulbenkian fez hoje a sua última actuação.

Depois do “fim” de “A Capital” e de “O Comércio do Porto”, a extinção desta Companhia faz com que a cultura em Portugal fique ainda um pouco mais pobre…

P. S. Os jornalistas de “O Comércio do Porto” criaram entretanto um “blogue”, onde vão escrevendo “o que lhes vai na alma”.

P. P. S. Também os jornalistas de “A Capital” criaram o seu “blogue”.

31 Julho, 2005 at 9:58 pm

"A CAPITAL" / "O COMÉRCIO DO PORTO" – O FIM

Dois títulos que fazem parte da nossa história colectiva, mas que não resistiram as “leis do mercado”, “A Capital” e “O Comércio do Porto” são hoje publicados pela última vez.

Até qualquer dia

APPIO SOTTOMAYOR

Em 21 de Fevereiro de 1968, os ardinas começaram a apregoar um título de jornal que soou estranho a muitos ouvidos. A Capital – gritavam os vendedores, juntando o novo brado aos já habituais que anunciavam a República, o Diário de Lisboa, o Diário Popular. A surpresa não era, no entanto, generalizada: grande número de habituais leitores da imprensa sabiam já que um outro diário iria aparecer. Não que houvesse – como hoje se faria – luzida campanha de televisão e rádio a anunciar o evento, nem que aparecessem cartazes apelativos pelas esquinas a dar conta do caso. Antes se tratava de um extraordinário caso de publicidade “de ouvido”. A notícia espalhou-se e foi confirmada pelos factos. E assim se pode dizer, sem pruridos, que houve um jornal que, ao sair das máquinas pela primeira vez, já tinha leitores assegurados.

Para o êxito inicial e a expectativa com que o diário foi recebido concorreram vários factores. Será de pôr em primeiro lugar a personalidade dos seus principais responsáveis, Norberto Lopes e Mário Neves. Os dois jornalistas tinham sido, até 1967, respectivamente director e director-adjunto do Diário de Lisboa. Este periódico, não se colocando numa situação de oposição aberta e declarada ao regime do Estado Novo (como a República), representava, porém, um certo escol de intelectualidade que o tornava respeitado pelo público, sendo tido em conta pelo poder. Tratava-se de um vespertino bem escrito, que tradicionalmente dispunha de um corpo redactorial de primeira água, habituado a não informar sem uma investigação séria. Algumas medidas de carácter administrativo e uma remodelação gráfica pouco ou nada compartilhada pela direcção do jornal levaram à demissão dos dois principais responsáveis.

Decidiram estes então lançar outro periódico. O prestígio de que ambos gozavam terá sido uma das causas do interesse pelo novo projecto. Tratar-se-ia, por certo, de “coisa séria”. Outra importante causa da expectativa terá residido no simples facto de ver surgir um novo título. Ao leitor actual, habituado a uma situação de liberdade geral, nada dirá este facto: que mais teria criar outra empresa? Acontece que estávamos em 1968, o Estado Novo era tentacular, Salazar era o Presidente do Conselho e ninguém, dentro do regime, veria com entusiasmo a abertura de um novo jornal encabeçado por dois homens tidos à partida como não afectos. Ao que constou, Mário Neves ter-se-á valido, por uma única vez, do seu parentesco com o Prof. Marcello José das Neves Alves Caetano para ajudar no empurrão inicial. O certo é que as autorizações foram dadas.

Outra novidade residiu na forma de constituir a empresa.

Economicamente, esta não ofereceria à partida grandes aliciantes: o mercado parecia saturado; só em Lisboa, saíam de manhã o Diário de Notícias, O Século, A Voz, o Novidades, o Diário da Manhã; à tarde, publicavam-se os três já referidos. Outros diários, nomeadamente os do Porto (Comércio do Porto, O Primeiro de Janeiro, Jornal de Notícias) eram distribuídos a nível nacional. Era razoável, pois, perguntar se caberia mais um título.

Constituiu-se então a Sociedade Gráfica de A Capital. Esta era, na base, uma sociedade de redactores – os dois directores e ainda Maurício de Oliveira, Álvaro Salema, Carlos Ferrão, Fernando Soromenho, Carlos Machado, Alves Fernandes, Manuel Nunes e Eugénio Quinhones de Sá. Mas estes eram apoiados por uma quase multidão de pequenos accionistas, entre os quais avultavam profissionais liberais, leitores habituais dos artigos de Norberto Lopes, amigos de Mário Neves, confiantes em que ambos lhes saberiam dar um jornal independente e digno. O dinheiro não abundou, mas apareceu. O próprio título poderá ter exercido alguma influência no agrado dos leitores mais velhos. Lembravam-se ainda de um diário honesto, aguerrido, republicano e democrático, que tinha sido publicado em Lisboa até 1926. Tinham passado 42 anos, é certo. Mas a memória popular é muito mais consistente do que se julga.

Gozando destas ou doutras vantagens, arrostando com os riscos apontados e com uma evidente falta de meios técnicos, A Capital surgiu, há 37 anos. Para ficar. Para tentar cumprir o objectivo a que se propôs: ser um jornal colocado “acima de tendências partidárias, de interesses privados e das oligarquias reinantes”, procurando fazer “crítica construtiva e, a despeito de divergências de opinião, não regateando aplausos a quem os mereça”. “Nem demagogia irresponsável nem aquiescência subserviente”, foi a promessa feita em 21 de Fevereiro de 1968. São quase quatro décadas de História, vivida por dentro todos os dias.”

(Continua na edição impressa)
(mais…)

30 Julho, 2005 at 10:10 am

ÍCONES DO SÉCULO (XXIX) – 1975 – CHER

29 Julho, 2005 at 6:20 pm

BLOGS – DOSSIER NO "LE MONDE"

Les blogs, accélérateurs de drague

Petits blogs entre amis

Je blogue un peu, beaucoup, passionnément

SOS blogueuses en détresse

Je blogue donc nous sommes

(via Mediatic)

29 Julho, 2005 at 12:39 pm

GRANDES VIAS (XV)

A selecção do traçado para a travessia do Vale do Tarn (França), com o Viaduto de Millau, foi concretizada por decisão ministerial em Junho de 1989, integrando um viaduto de 2 500 metros, elevando-se a mais de 200 metros acima do vale, em detrimento da possibilidade de construção de um túnel.

Até à sua inauguração, na travessia entre Sauveterre e Larzac, descia-se dos 930 metros de altitude de Engayresque, aos 359 metros de altitude de Millau, subindo depois novamente aos 765 metros de Potensac.

A obra seria sujeita a consulta pública no final de 1993, tendo sido aprovada em Janeiro de 1995.

Após a selecção do gabinete de arquitectura, em 1996, seria necessário esperar ainda até Outubro de 2001 (depois de aturados estudos de aerodinâmica e dos efeitos do vento) para que a obra fosse definitivamente adjudicada (na sequência de concurso internacional, lançado em Janeiro de 2000); a 14 de Dezembro de 2001, o Ministro do Equipamento e Transportes da França colocava a “primeira pedra”, assinalando o início da construção com um pequeno bloco de betão.

A 21 de Fevereiro de 2003, o pilar “P2” ultrapassava os 141 metros, batendo o anterior record em França. A 13 de Junho, seria o record mundial a ser batido, ao alcançar os 181 metros ; a altura de 245 metros seria atingida a 20 de Outubro de 2003, o tabuleiro do viaduto fixar-se-ia a 270 metros de altura!

Apenas 15 meses após o início, concluía-se a 28 de Maio de 2004 a monumental construção do tabuleiro metálico do viaduto, com uma largura de 32 metros e 2 460 metros de comprimento, assente sobre sete majestosos pilares.

A 14 de Dezembro de 2004, era oficialmente inaugurado o Viaduto de Millau, uma referência mundial da engenharia; a abertura à circulação aconteceria dois dias depois.

Uma “visita virtual” (antes da construção do viaduto) pode ser feita aqui.

(vidé também a página do Viaduto de Millau)

29 Julho, 2005 at 8:30 am 1 comentário

ÍCONES DO SÉCULO (XXVIII) – 1974 – RUDOLF NUREYEV

28 Julho, 2005 at 6:17 pm 2 comentários

FESTIVAL DE MÚSICAS DO MUNDO

Tem início hoje, em Sines, a 7ª edição do Festival de Músicas do Mundo, compreendendo, até dia 30 (Sábado), 15 concertos, a realizar no Castelo, Avenida da Praia, Capela da Misericórdia e Porto Covo (sendo que apenas os espectáculos no Castelo serão pagos).

Hermeto Pascoal, Kimmo Pohjonen / KTU, Marc Ribot, Master Musicians of Jajouka, Amadou & Mariam e Konono n.º 1 e Lula Pena, Cristina Branco e Brigada Victor Jara, são apenas alguns dos nomes de maior destaque que marcarão presença neste evento.

Pode saber mais sobre o Festival, também no “blogue” oficial especialmente criado a propósito desta organização.

28 Julho, 2005 at 12:38 pm

GRANDES VIAS (XIV)

Ponte Vasco da Gama4

Com 17 185 metros, dos quais cerca de 10 km sobre o rio Tejo, a Ponte Vasco da Gama é a maior ponte da Europa, cuja construção foi iniciada em Fevereiro de 1995, tendo sido inaugurada em 4 de Abril de 1998.

Compreende 12 345 metros de viadutos: Viaduto Norte, com 488 metros; Viaduto da Expo, com 672 metros; Viaduto Central, com 6 531 metros (80 vãos, apoiados sobre 81 pilares), Viaduto Sul, com 3 825 metros. O acesso Norte tem 945 metros; o acesso Sul estende-se por 3 895 metros.

Apoia-se em dois pilares principais de betão, com 150 metros de altura, permitindo uma altura livre para navegação de 45 metros.

A altura do tabuleiro varia de 14m (maior parte do percurso) a 30m (sobre os dois canais navegáveis, de 130m de extensão). Os pilares foram reforçados para suportar o impacto de barcos.

Colaboraram na construção desta monumental obra de engenharia, 3 300 trabalhadores.

[2480]

28 Julho, 2005 at 8:45 am

4 ANOS

Pai: já 4 anos de imensa saudade…

28 Julho, 2005 at 7:57 am

ÍCONES DO SÉCULO (XXVII) – 1973 – DAVID CARRADINE

Actor norte-americano, tornou-se famoso pelo seu papel na “mítica” série de televisão Kung Fu, onde interpretava um monge Shaolin.

27 Julho, 2005 at 6:19 pm 5 comentários

Older Posts


Autor – Contacto

Destaques


Literatura de Viagens e os Descobrimentos Tomar - História e Actualidade
União de Tomar - Recolha de dados históricosSporting de Tomar - Recolha de dados históricos

Calendário

Julho 2005
S T Q Q S S D
 123
45678910
11121314151617
18192021222324
25262728293031

Arquivos

Pulsar dos Diários Virtuais

O Pulsar dos Diários Virtuais em Portugal

O que é a memória?

Memória - TagCloud

Jogos Olímpicos

Categorias

Notas importantes

1. Este “blogue" tem por objectivo prioritário a divulgação do que de melhor vai acontecendo em Portugal e no mundo, compreendendo nomeadamente a apresentação de algumas imagens, textos, compilações / resumos com origem ou preparados com base em diversas fontes, em particular páginas na Internet e motores de busca, publicações literárias ou de órgãos de comunicação social, que nem sempre será viável citar ou referenciar.

Convicto da compreensão da inexistência de intenção de prejudicar terceiros, não obstante, agradeço antecipadamente a qualquer entidade que se sinta lesada pela apresentação de algum conteúdo o favor de me contactar via e-mail (ver no topo desta coluna), na sequência do que procederei à sua imediata remoção.

2. Os comentários expressos neste "blogue" vinculam exclusivamente os seus autores, não reflectindo necessariamente a opinião nem a concordância face aos mesmos do autor deste "blogue", pelo que publicamente aqui declino qualquer responsabilidade sobre o respectivo conteúdo.

Reservo-me também o direito de eliminar comentários que possa considerar difamatórios, ofensivos, caluniosos ou prejudiciais a terceiros; textos de carácter promocional poderão ser também excluídos.