Archive for 13 Junho, 2005
DN – EXPOSIÇÃO 140 ANOS – 1880-89
1880 – 89
O ano de 1885 fica duplamente assinalado na história mundial, pela Conferência de Berlim, consagrando a partilha colonial da África negra pelas potências europeias, com as fronteiras traçadas “a régua e esquadro” e, a outro nível, pelo primeiro automóvel motorizado, criação de Karl Benz.
A década de 80 do século XIX regista ainda a introdução em Portugal da luz eléctrica, inaugurada publicamente em 1889 na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
1889 é também o ano da inauguração da Torre Eiffel, em Paris, monumento construído por Gustave Eiffel para ser exposto temporariamente na Feira Mundial, realizada naquele ano na capital francesa, celebrando o centenário da Revolução Francesa.
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DN – EXPOSIÇÃO 140 ANOS – 1870-79
1870 – 79
1870 é o ano da inauguração da estátua de D. Pedro IV no Rossio (a qual, segundo algumas fontes, representará efectivamente o Imperador Maximiliano do México – encontrando-se o monumento do rei português no México…).
A nível de transportes, surgem nesta década, em Lisboa, os “americanos“, carruagens deslocando-se sobre carris, mas puxadas por cavalos ou mulas, imortalizados por Eça de Queirós, em “Os Maias”. A Companhia Carris de Ferro de Lisboa fora fundada em 1872; no ano seguinte, era inaugurada a primeira linha de “americanos” entre a Estação de Stª. Apolónia e Santos. Os verdadeiros eléctricos apenas chegariam em 1901; apenas em 1944 surgiriam os primeiros autocarros!
Em 1877, era inaugurada a Ponte D. Maria Pia, a primeira grande obra de Eiffel em Portugal.
A década chegava ao fim com as primeiras experiências de ligações telefónicas, em 1879.
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DN – EXPOSIÇÃO 140 ANOS – 1860-69
1860 – 69
A década de 60 do século XIX começa por ser marcada pela expansão dos caminhos-de-ferro em Portugal.
A primeira figura desta história é a do Duque de Terceira (1792-1860), herói das guerras liberais, com a sua resistência, na ilha Terceira, contra as forças miguelistas, seria, por três vezes, Primeiro-Ministro de Portugal.
A nível internacional, a década fica assinalada pela guerra civil norte-americana (de Abril de 1861 a Abril de 1865).
A 4 de Outubro de 1862, Lincoln proclamava a abolição da escravatura. Em Portugal, a entrada em vigor do Código Civil, a 1 de Julho de 1867, fazia também de Portugal um dos primeiros países a abolir a escravatura.
No ano da fundação do Diário de Notícias, de acordo com o censo de 1864, Portugal tinha 4 188 410 habitantes.
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ÁLVARO CUNHAL E EUGÉNIO DE ANDRADE
Num só dia, são duas grandes figuras da história de Portugal do século XX que partem:
Álvaro Cunhal (91 anos), o histórico líder do Partido Comunista (de 1961 a 1992), também com intervenção cultural nas áreas da literatura e pintura, que passou grande parte da sua vida em prisões, na clandestinidade e no exílio, tendo regressado a Portugal na sequência do 25 de Abril de 1974, sendo Ministro sem pasta nos primeiros governos provisórios.
O poeta Eugénio de Andrade (82 anos), cuja obra é a mais divulgada em todo o mundo de entre os poetas portugueses, logo após a de Fernando Pessoa, vulto maior da literatura contemporânea portuguesa, a par da também recentemente desaparecida Sophia de Mello Breyner.
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DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 140 ANOS DE HISTÓRIA
A 29 de Dezembro de 1864 era publicado o primeiro número do que viria a tornar-se num dos principais jornais de referência em Portugal, o Diário de Notícias, com o preço de capa de 10 réis:
“A publicação que hoje emprehendemos, convencidos da sua necessidade e utilidade, visa a um único fim: – interessar a todas as classes, ser accessivel a todas as bolsas, e comprehensivel a todas as intelligencias.
O DIARIO DE NOTICIAS – o seu título o está dizendo – será uma compilação cuidadosa de todas as noticias do dia, de todos os paizes, e de todas as especialidades, um noticiario universal. Em estylo facil, e com a maior concisão informará o leitor de todas as occorrencias interessantes, assim de Portugal como das demais nações, reproduzindo à ultima hora todas as novidades politicas, scientificas, artisticas, litterarias, commerciaes, industriaes, agricolas, criminaes e estatisticas, etc.”.
A “primeira notícia” da história do jornal seria:
“Suas Magestades e Altezas passam sem novidade em suas importantes saudes”.
Até ao próximo dia 19 de Junho, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, entre as 14 e as 20 horas, está patente a Exposição dos 140 anos do Diário de Notícias, uma autêntica aula viva de História, a não perder.
A visita começa com uma “máquina do tempo”, que nos transporta ao ano de 1864. Entramos então no “túnel no tempo”, onde, década a década, podemos passear pelos mais importantes acontecimentos da história deste período.
Desde os murais com algumas das primeiras páginas do jornal, aos sons e imagens de época, uma linha cronológica com breves biografias de grandes figuras, culminando com a exposição de objectos verdadeiramente históricos: desde uma bicicleta do século XIX, a capacetes utilizados nas Guerras Mundiais, máquinas de escrever “de outros tempos”, os primeiros computadores pessoais e, “a cereja no topo do bolo”, as taças europeias conquistadas pelo Benfica e Sporting e as medalhas de ouro de Carlos Lopes e Rosa Mota na maratona dos Jogos Olímpicos de 1984 e 1988.
Ao longo da semana, por aqui irão desfilar algumas imagens desta excelente exposição.
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