ELEIÇÕES ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – 1995
Ausente do governo desde 1985, foram necessários 10 anos de “travessia do deserto” na oposição, para que, nas eleições de 1 de Outubro de 1995, o PS voltasse a assumir o papel de maior partido nacional, conquistando uma “nova maioria” (relativa…), com a sua mais expressiva votação de sempre, superando o fundador Mário Soares.
O PS registaria (algo inesperadamente) um crescimento “estrondoso” (praticamente mais um milhão de votos), de 29 % para cerca de 44 %, que se pensava poderia ser suficiente para lhe proporcionar a ambicionada maioria absoluta, o que contudo não se verificou, aumentando o seu número de deputados, de 72 para 112 (a 4 do objectivo), no que foi então interpretado como a vontade dos portugueses de evitar “abusos de poder” associados à governação da anterior maioria.
O PPD/PSD, “órfão” de Cavaco Silva, sob a (efémera) liderança de Fernando Nogueira (que, na sequência dos resultados eleitorais, logo apresentaria a sua demissão), caía de 50,6 % para 34 %, reduzindo a sua representação parlamentar, de 135 para apenas 88 deputados.
Beneficiando da queda do PPD/PSD, o “novo” CDS-PP, liderado por Manuel Monteiro (tendo Paulo Portas como “inspirador”, com uma política assumidamente de direita) conseguia, invertendo a tendência dos últimos anos, voltar a “recolocar-se no mapa”, somando 9 % dos votos (contra os 4,4 % das duas anteriores eleições legislativas), crescendo de 5 para 15 deputados.
A coligação PCP-PEV continuava a sua luta na tentativa de resistência ao declínio, baixando ligeiramente, de 8,8 % para 8,6 %, o que se traduzia numa diminuição de eleitos, de 17 para 15 deputados.
O “voto útil” no PS retirara aos pequenos partidos de esquerda qualquer possibilidade de representação parlamentar. Na sequência de repetidos insucessos (desde as eleições de 1980), a histórica UDP e o mais recente PSR acabariam por compreender a necessidade de unir esforços, o que viria a levar à formação do Bloco de Esquerda.
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