Archive for Dezembro, 2004
"BLOGOSFERA" EM 2004 (XX)
A 16 de Setembro, no “Público”, Pacheco Pereira apresentava um novo balanço da “blogosfera”:
Media-esfera, Blogosfera e Atmosfera
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA
Quinta-feira, 16 de Setembro de 2004
“Há cerca de um ano, escrevi sobre os blogues no PÚBLICO, coincidindo com a sua descoberta por um público mais vasto. Houve, em seguida, o habitual surto de breve fama, centenas de blogues foram criados e dezenas de artigos mais ou menos apressados, mais ou menos informados, foram publicados. Tudo quanto era órgão de comunicação social publicou pelo menos um artigo sobre os blogues. Depois os blogues passaram de moda, muitos dos blogues criados desapareceram, embora a “audiência” global dos blogues tenha aumentado significativamente, mantendo-se esse efeito até hoje. É altura de fazer um balanço deste novo tipo de publicação electrónica.
A blogosfera portuguesa mudou muito durante este ano, deixou de ser constituída por um pequeno grupo pioneiro, que a usava quase como um “espaço íntimo”, para se tornar, de um dia para o outro (a rapidez é uma característica do meio), mais agressiva, politizada no mau sentido, ressentida e implicativa. Mas essa fase também já passou e o melhor dos primeiros tempos “íntimos” e o melhor da fase de democratização da blogosfera permaneceram. Cerca de 20 a 30 blogues portugueses fornecem todos os dias novas ideias, reflexões, informações, que um cidadão avisado e culto não deve perder.”
(ver continuação em “entrada” estendida)
Há 1 ano no Memória Virtual – “Almoços grátis”
(mais…)
"BLOGOSFERA" EM 2004 (XIX)
De 12 de Junho a 4 de Julho, decorreu em Portugal a maior organização alguma vez levada a cabo no nosso país, o Campeonato da Europa de Futebol; 3 semanas em que o país se mobilizou, voltou a sentir orgulho de si próprio, reganhando a sua auto-estima, com milhares de bandeiras de Portugal desfraldadas ao vento.
Perdoe-se-me a imodéstia de incluir o Memória Virtual nesta resenha da “blogosfera” em 2004, mas não tenho conhecimento de uma cobertura tão ampla e exaustiva como a que aqui foi apresentada e que agora tenho o prazer de recordar.
A 22 de Julho, é a vez de Manuel Alegre lançar o seu “blogue” associado à candidatura ao cargo de Secretário-Geral do Partido Socialista.
A 1 de Agosto, os “blogues políticos” (Abrupto / Barnabé / Causa Nossa) são objecto de destaque no Telejornal da RTP1.
A 17 de Agosto, tem o início o Gávea, um “blogue” de dois portugueses (Francisco José Viegas e Pedro Mexia) sobre literatura brasileira:
“O Gávea Blog será um site dedicado à literatura brasileira, mantido por dois portugueses que gostam, intermitentemente, do Brasil ou da literatura do Brasil.”
A 1 de Setembro, Jorge van Krieken ameaça a Grande Loja do Queijo Limiano com uma queixa-crime por alegada “difamação e calúnia grave” – a propósito desta “entrada”, relacionada com o caso de pedofilia na Casa Pia.
No dia seguinte, Luis Ene propõe, no Ene Coisas, uma “antologia de blogues”, projecto ainda em standby.
Há 1 ano no Memória Virtual – Novos membros da União Europeia – Letónia
[1922]
"BLOGOSFERA" EM 2004 (XVIII)
A 23 de Junho, a propósito dos prémios atribuídos pelo Causa Nossa, “A Capital” dedica também 4 páginas aos “blogues”, com chamada de primeira página:
“A blogosfera chegou atrasada a Portugal, mas a sua pujança e expansão rapidamente a transformou num grande acontecimento.”
Incluindo entrevistas a Paulo Querido e Daniel Oliveira; referências aos “consagrados” Vital Moreira, José Pacheco Pereira e Francisco José Viegas; e aos “mediatizados” Daniel Oliveira, Pedro Mexia e João Pereira Coutinho. Fechando com a lista dos premiados na festa do Lux.
Uma nota final para o texto introdutório deste destaque d’A Capital: “Breve história da blogosfera em Portugal”, o qual efectivamente pouco acrescenta sobre a referida “história”, apresentando-se algo desactualizado, terminando com referências aos “blogues” de Pedro Mexia e Pedro Lomba, entretanto já inactivos.
“A Capital”, dando especial destaque ao fenómeno dos “blogues”, publicaria diariamente uma secção chamada “Blogmania”, com a reprodução de um ou dois “posts”.
Até que, a 29 de Junho, Durão Barroso anunciava ao país a sua intenção de se demitir do cargo de Primeiro-Ministro, de forma a aceitar o convite a cabdidato à Presidência da Comissão Europeia. Estava instalada uma crise política que seria alvo de amplo e alargado debate na “blogosfera”.
A título meramente exemplificativo, vejam-se as “entradas” no:
– Causa Nossa – aqui, aqui, aqui e aqui
– Abrupto – a 26 e Junho (“Pobre país” e “Congresso”) e a 27 de Junho (“Só há uma maneira” e “Pobre país”)
– Blogue de Esquerda – aqui e aqui
– Bloguitica – aqui, aqui e aqui
– Tugir
– Blasfémias – aqui, aqui e aqui
– Blogue da Crise Política em Curso (agregador de “entradas”).
A 18 de Julho, Paulo Querido daria o merecido destaque à intervenção da blogosfera a propósito da crise política, em artigo na Revista “Única”, do “Expresso”.
Há 1 ano no Memória Virtual – “Les Galapiats” (abordando um tema que eu julgava “esquecido nas brumas do tempo”, esta é a “entrada” mais comentada de sempre neste “blogue”!)
[1921]
PRÉMIOS "PELOURINHO"
O Praça da República acaba de atribuir os prémios de “blogs do ano”, tendo distinguido:
Pelourinho d’Ouro – Blogotinha
Pelourinho de Prata – Navego, Logo Existo II
Pelourinho de Bronze – Ma-Schamba, Almariado, Aliciante
Pelourinho de Mármore – Doutroladodomar, Memória Virtual, Iluminado
Pelourinho de Madeira – Ene Coisas, Erotismo na Cidade, Amanhã.
Pela minha parte, aqui fica o agradecimento pela distinção atribuída ao Memória Virtual.
[1920]
FERNANDO PESSOA – CARTA A ADOLFO CASAIS MONTEIRO (I)
“Carta a Adolfo Casais Monteiro
Caixa Postal 147
Lisboa, 13 de Janeiro de 1935
Meu prezado Camarada:
Muito agradeço a sua carta, a que vou responder imediata e integralmente. Antes de, propriamente, começar, quero pedir-lhe desculpa de lhe escrever neste papel de cópia.
Acabou-se-me o decente, é domingo, e não posso arranjar outro. Mas mais vale, creio, o mau papel que o adiamento.
Em primeiro lugar, quero dizer-lhe que nunca eu veria «outras razões» em qualquer cousa que escrevesse, discordando a meu respeito. Sou um dos poucos poetas portugueses que não decretou a sua própria infalibilidade, nem toma qualquer crítica, que se lhe faça, como um acto de lesa-divindade. Além disso, quaisquer que sejam os meus defeitos mentais, é nula em mim a tendência para a mania da perseguição. À parte isso, conheço já suficientemente a sua independência mental, que, se me é permitido dizê-lo, muito aprovo e louvo. Nunca me propus ser Mestre ou Chefe – Mestre, porque não sei ensinar, nem sei se teria que ensinar; Chefe, porque nem sei estrelar ovos. Não se preocupe, pois, em qualquer ocasião, com o que tenha que dizer a meu respeito. Não procuro caves nos andares nobres.
Concordo absolutamente consigo em que não foi feliz a estreia, que de mim mesmo fiz com um livro da natureza da «Mensagem». Sou, de facto, um nacionalista místico, um sebastianista racional. Mas sou, à parte isso, e até em contradição com isso, muitas outras cousas. E essas cousas, pela mesma natureza do livro, a «Mensagem» não as inclui.
Comecei por esse livro as minhas publicações pela simples razão de que foi o primeiro livro que consegui, não sei porquê, ter organizado e pronto. Como estava pronto, incitaram-me a que o publicasse: acedi. Nem o fiz, devo dizer, com os olhos postos no prémio possível do Secretariado, embora nisso não houvesse pecado intelectual de maior. O meu livro estava pronto em Setembro, e eu julgava, até, que não poderia concorrer ao prémio, pois ignorava que o prazo para entrega dos livros, que primitivamente fora até fim de Julho, fora alargado até ao fim de Outubro. Como, porém, em fim de Outubro já havia exemplares prontos da «Mensagem», fiz entrega dos que o Secretariado exigia. O livro estava exactamente nas condições (nacionalismo) de concorrer. Concorri.
Quando às vezes pensava na ordem de uma futura publicação de obras minhas, nunca um livro do género de «Mensagem» figurava em número um. Hesitava entre se deveria começar por um livro de versos grande – um livro de umas 350 páginas -, englobando as várias subpersonalidades de Fernando Pessoa ele mesmo, ou se deveria abrir com uma novela policiária, que ainda não consegui completar.
Concordo consigo, disse, em que não foi feliz a estreia, que de mim mesmo fiz, com a publicação de «Mensagem». Mas concordo com os factos que foi a melhor estreia que eu poderia fazer. Precisamente porque essa faceta – em certo modo secundária – da minha personalidade não tinha nunca sido suficientemente manifestada nas minhas colaborações em revistas (excepto no caso de Mar Português, parte deste mesmo livro) – precisamente por isso convinha que ela aparecesse, e que aparecesse agora. Coincidiu, sem que eu o planeasse ou o premeditasse (sou incapaz de premeditação prática), com um dos momentos críticos (no sentido original da palavra) da remodelação do subconsciente nacional. O que fiz por acaso e se completou por conversa, fora exactamente talhado, com Esquadria e Compasso, pelo Grande Arquitecto.
(Interrompo. Não estou doido nem bêbado. Estou, porém, escrevendo directamente, tão depressa quanto a máquina mo permite, e vou-me servindo das expressões que me ocorrem, sem olhar a que literatura haja nelas. Suponha – e fará bem em supor, porque é verdade – que estou simplesmente falando consigo.)”
[1919]
“BLOGOSFERA” EM 2004 (XVII)
Também a 29 de Maio, o Expresso fazia referência a texto de Vital Moreira no Causa Nossa, sobre a nomeação de novo Director-Geral dos Impostos, “requisitado” ao BCP.
A 31 de Maio, assiste-se a um “takeover na blogosfera”: “o Blasfémias lançava OPA amigável sobre o Liberdade de Expressão“.
A 10 de Junho – fundada por dois weblogs, o Hollywood e o CineBlog – nasce a primeira “Academia de Blogs de lingua portuguesa”: a “Academia de Blogs de Cinema” que reuniu na sua primeira fase 20 “blogues” membros, 18 dos quais de Portugal e dois do Brasil.
A propósito das eleições para o Parlamento Europeu (realizadas, em Portugal, a 13 de Junho), e tendo por objectivo “Navegar contra a abstenção”, apelando aos “Blogs, de todas as cores e feitios, pela discussão e participação nas eleições europeias de 13 de Junho de 2004”, surgia o Ter Voz nas Europeias 2004, página agregadora de “entradas” de diversos “blogues” sobre o tema.
A 22 de Junho, na “Festa do Solstício“, promovida pelo Causa Nossa, seriam atribuídos alguns prémios “blogosféricos”:
– Prémio “Carreira” – Paulo Querido, António Granado e Pacheco Pereira (cada um, à sua maneira, dando um contributo decisivo para a afirmação da blogosfera em Portugal);
– Melhor “blogger” – Pedro Mexia (um dos “fundadores” e dinamizadores d’A Coluna Infame, tendo continuado a oferecer-nos “grandes textos” no Dicionário do Diabo; infelizmente, apenas o podemos encontrar agora “Fora do Mundo” – em livro e, no “blogue”, bastante “espaçadamente”…);
– Melhor “blogue de esquerda” – Barnabé (uma “vasta” equipa, liderada por Daniel Oliveira, sempre incansável);
– Melhor “blogue de direita” – Mar Salgado (que se distingue pela pluralidade de opiniões dos membros da “tripulação”).
Há 1 ano no Memória Virtual – 100 anos a voar
[1918]
BERNARDO SOARES (II)
“Invejo – mas não sei se invejo – aqueles de quem se pode escrever uma biografia, ou que podem escrever a própria. Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas Confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer.
Que há-de alguém confessar que valha ou que sirva? O que nos sucedeu a toda a gente ou só a nós; num caso não é novidade, e no outro não é de compreender. Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto. Faço férias das sensações.
Compreendo bem as bordadoras por mágoa e as que fazem meia porque há vida. Minha tia velha fazia paciências durante o infinito do serão. Estas confissões de sentir são paciências minhas. Não as interpreto, como quem usasse cartas para saber o destino. Não as ausculto, porque nas paciências as cartas não têm propriamente valia. Desenrolo-me como uma meada multicolor, ou faço comigo figuras de cordel, como as que se tecem nas mãos espetadas e se passam de umas crianças para as outras. Cuido só de que o polegar não falhe o laço que lhe compete. Depois viro a mão e a imagem fica diferente. E recomeço.
Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas, ao fazê-la, o pensamento é livre, e todos os príncipes encantados podem passear nos seus parques entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Croché das coisas…Intervalo…Nada.
De resto, com que posso contar comigo? Uma acuidade horrível das sensações, e a compreensão profunda de estar sentindo… Uma inteligência aguda para me destruir, e um poder de sonho sôfrego de me entreter… Uma vontade morta e uma reflexão que a embala, como a um filho vivo… Sim, croché…”
[1917]
“BLOGOSFERA” EM 2004 (XVI)
A 2 de Abril, Pedro Mexia começara por anunciar que o “Dicionário do Diabo” iria fazer uma pausa. Depois de algumas fases de retoma e entrecortadas interrupções, o “blogue” acabaria mesmo por ser encerrado, a 29 de Maio, logo após ter anunciado (a 27 de Maio) a publicação de um livro compilando textos do “blogue” e outros editados já em “A Coluna Infame”, sob o título “Fora do Mundo”.
“Depois de amanhã, sábado, no Auditório 2 da Feira do Livro de Lisboa, será lançado «Fora do Mundo – textos da blogosfera», editado pela Cotovia. É uma selecção dos posts que escrevi para A Coluna Infame e o Dicionário do Diabo. A apresentação será feita por Abel Barros Baptista e Pedro Lomba. Todos os leitores habituais e ocasionais desta página estão obviamente convidados.”
“Estava programado que o Dicionário do Diabo acabasse a 18 de Junho, quando cumprisse um ano de existência. Um ano, na blogosfera, é muito, e nem sempre me tem sido possível actualizar o blogue regularmente, por causa de outros afazeres ou simplesmente por falta de disponibilidade mental. Julgo que um blogue não funciona bem com hiatos ou com actualizações prolixas mas esporádicas. Além disso, creio que esta minha experimentação com temas e modos de escrita está no essencial terminada. É o momento para mudar para outros registos e outras desafios.
Entretanto, como aqui deixei notícia, surgiu a proposta para a edição em livro, a qual implica que apague os posts seleccionados para o volume. Porque me pareceu estranho truncar o blogue, antecipo umas semanas o fim do Dicionário. E porque me desagrada manter sites mortos à tona no ciberespaço, apago primeiro os arquivos e depois farei simplesmente «delete blog».
Em breve penso escrever sobre algumas lições deste ano de Dicionário do Diabo e deste ano e meio de blogosfera. Por agora, apenas um agradecimento a todos os que leram o Dicionário do Diabo e A Coluna Infame, a todos os que comentaram, criticaram, elogiaram, sugeriram, corrigiram, polemizaram, linkaram, a todos os que mandaram mails, enfim, a esta rede que é a blogosfera. E em especial aos outros bloguistas, que deram sentido a isto. E às pessoas importantes fora da blogosfera.
Esta não é uma despedida definitiva. A partir de agora, escrevo no blogue Fora do Mundo, com o Francisco José Viegas e o Pedro Lomba. Mas com menos regularidade e intensidade, e num registo francamente menos diarístico. Por isso, vemo-nos fora do mundo. Ou no mundo. Obrigado por este bocadinho.”
Há 1 ano no Memória Virtual – Novos membros da União Europeia – Letónia
[1916]
BERNARDO SOARES
De entre muitos outros, destaca-se o semi-heterónimo Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros, que sempre viveu sozinho em Lisboa.
Era, em muitas coisas, parecido com Álvaro de Campos.
É um semi-heterónimo porque não tinha a personalidade do autor, não sendo contudo diferente, mas uma “simples mutilação dela”, correspondendo a Pessoa “menos o raciocínio e a afectividade”.
Embora surgisse ao poeta “sempre que estava cansado ou sonolento”, com uma prosa de constante devaneio, revela, no “Livro do Desassossego”, uma extrema lucidez na análise da alma humana.
[1915]
"POLÍTICA À PORTUGUESA"
Temos assistido em Portugal nos últimos 6 meses a um conjunto variado de invulgares situações que retratam bem as originalidades da “Política à Portuguesa”:
– desde um Primeiro-Ministro que, a meio do seu mandato, decide enveredar por outra via;
– a um sucessor por “herança”;
– passando pelas sucessivas hesitações do Presidente da República na tomada de decisão sobre o empossar ou não esse novo Governo;
– prosseguindo com o episódio da suspensão da intervenção televisiva do principal comentador político do país;
– culminando (?) com uma decisão presidencial de dissolução da Assembleia da República e manutenção do Governo em funções;
– a que se seguiu a “estranha” aprovação de um Orçamento para 2005;
– tanto mais “estranha” quanto o Governo se demitiria poucos dias depois…
…Mas o facto mais inédito de todos estava ainda para vir, e chegou ontem: uma coligação de partidos separados, ou o primeiro “divórcio” em que os “divorciados” marcam, desde já, uma nova “data de casamento”; por razões de táctica eleitoral, o PSD e o CDS-PP entenderam apresentar-se às eleições em listas separadas, ao mesmo tempo que assinavam um putativo “protocolo de governo” para o dia imediato às eleições. Ou como o partido mais votado nas últimas eleições assume, à partida, que não tem por objectivo atingir a maioria absoluta! Ou, provavelmente, assumirá que será melhor perder sozinho do que perder coligado.
Matéria de estudo infindável para os constitucionalistas portugueses…
[1914]



