"BLOGOSFERA" EM 2004 (VII)
Num “agitado” final de Fevereiro, também a 29, Paulo Gorjão destaca no Bloguitica (“post” 496) (e também aqui – “post” 499), a “reacção” de um editorial de um jornal de referência (o “Público”) a um texto escrito num “blogue”:
“Hoje deu-se mais um pequeno passo na História da blogosfera nacional.
Ainda que em post-scriptum, um editorial de um jornal de referência reage a um texto de um blogue: José Manuel Fernandes responde a João Madureira.”
“Post” de Paulo Gorjão no Bloguítica:
“Um leitor questiona por que motivo uma referência a um blogue num editorial de um jornal de referência é um momento relevante na História da blogosfera nacional.
Por uma razão muito simples: muitos dos nossos opinion-makers – muitos deles, refira-se, consumidores diários dos textos dos blogues – entendem que não devem mencionar nos seus textos os blogues. Em conversas que tive com vários amigos meus que escrevem regularmente para os jornais, já me foi dito mais de uma vez que: “é pá, não podia reagir ao que o gajo escreveu no blogue sobre o meu texto”.
Há nesta frase implícito um estatuto de menoridade naquilo que se escreve nos blogues. Por outras palavras, citar um blogue nos jornais é o mesmo que lhe estar a conferir um estatuto de seriedade que ele não tem.
Quer se queira quer não, o reconhecimento da sua qualidade e a legitimação dos blogues passa também pelas referências à sua existência na imprensa. É por isso que a referência a um blogue num editorial de um jornal é importante.
O que os mais resistentes considerarão, por sua vez, um erro…”
Nota no Editorial de José Manuel Fernandes, no “Público”
“Numa reacção ao primeiro dos dois textos de opinião que escrevi sexta e sábado sobre a guerra do Iraque, João Madureira, no “blog” Causa Nossa, dá a sua resposta ao que teria sucedido se não tivesse havido guerra para também concluir que Saddam se manteria no poder e se restabeleceriam com o Iraque relações comerciais e diplomáticas normais. A sua conclusão é que é diferente: para ele estaríamos muito melhor, até porque seriam empresas francesas, alemãs e russas a fazerem os negócios. Negócios com o ditador, naturalmente. Continua de facto a ser arrepiante como pessoas que se dizem de esquerda continuam a conviver bem com tais ditadores, e como lhes parece ser indiferente o sofrimento dos povos, como era o caso do iraquiano às mãos de Saddam.”
[1895]
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