Archive for 27 Fevereiro, 2004
BENFICA – CENTENÁRIO (XXVII)
1908
O Sport Lisboa classifica-se em 3º lugar na Liga de Futebol 1907-08, atrás do Carcavelos e do Sporting.
Entretanto, a 13 de Setembro, dá-se a fusão do Sport Lisboa com o Sport Clube de Benfica (anteriormente denominado Grupo Sport Benfica), clube que havia sido fundado a 26 de Julho de 1906, mais vocacionado para o ciclismo e atletismo, mas que, não obstante, dispunha de um campo de futebol.
Assim, o Sport Lisboa passa a chamar-se Sport Lisboa e Benfica, passando a jogar no Campo da Feiteira, em frente à Igreja de Benfica, alcançando, a 25 de Outubro de 1908, a primeira vitória sobre o Sporting, em jogo do Campeonato regional de Lisboa, por 2-0.
O Benfica tem, na altura, cerca de 275 sócios.
1909
Em Maio de 1909, numa das primeiras reuniões da Direcção, Cosme Damião é nomeado para capitão-geral, passando a supervisionar todo o futebol do Clube.
Cerca de 5 000 espectadores assistem ao Benfica-Carcavelos, realizado na Quinta da Feiteira.
Registam-se as primeiras vitórias no atletismo, por intermédio de Alfredo Camecelha e Costa Rosado.
No campeonato de futebol de Lisboa, o Benfica é novamente vice-campeão, atrás do tri-campeão Carcavelos.
1910
Quatro jogadores benfiquistas integram a Selecção de Lisboa que vai jogar a Huelva.
Entretanto, alcança a segunda vitória sobre o Carcavelos Club, invencível desde 1907.
São expostos, pela primeira vez, os troféus já conquistados pelo clube, em homenagem à conquista dos 3 Campeonatos Regionais de Lisboa, em 1ª, 2ª e 3ªs categorias; pela primeira vez na sua história, o Benfica é campeão (1909-10).
O clube alcança a 1ª vitória no 1º troféu dos “Jogos Olímpicos Nacionais”, ao vencer, por 2-1, o Sport União Belenense.
Alberto Albuquerque conquista a primeira vitória do Benfica no ciclismo.
1911
Em 1911, o clube abandona a Quinta da Feiteira.
É fundada, em Portalegre, a 1ª filial do Benfica.
O Benfica faz a sua estreia internacional, perdendo 2-4 com o Stade Bordelais Université, de França.
Termina o campeonato de Lisboa em 2º lugar, sendo campeão o Internacional.
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EÇA DE QUEIRÓS – A CIDADE E AS SERRAS (V)
“Muitas vezes, Jacinto, durante esses anos, falara com prazer num regresso de dois, três meses, ao 202, para mostrar Paris à prima Joaninha. E eu seria o companheiro fiel, para arquivar os espantos da minha serrana ante a cidade!
Mas depois conveio esperar que o Jacintinho completasse dois anos, para poder jornadear com conforto, e apontando já com o seu dedo para as coisas da civilização. Mas quando ele, em Outubro, fez esses dois anos desejados, a prima Joaninha sentiu uma preguiça imensa, quase aterrada, do comboio, do estridor da cidade, do 202 e dos seus esplendores. «Estamos aqui tão bem! Está um tempo tão lindo!», murmurava, deitando os braços, sempre deslumbrada, ao rijo pescoço do seu Jacinto; ele sacudia logo Paris, encantado. «Vamos para Abril, quando os castanheiros dos Campos Elísios estiverem em flor!» Mas em Abril vieram aqueles cansaços que imobilizavam a prima Joaninha no divã, ditosa, risonha, com umas pintas na pele, e o roupão mais solto. Por todo um longo ano estava desfeita a alegre aventura. Eu andava então sofrendo de desocupação. As chuvas de Março garantiam uma farta colheita. Uma certa Ana Vaqueira, corada e bem feita, viúva que sentia as necessidades do meu coração, partira com o irmão para o Brasil, onde ele dirigia uma venda. Desde o Inverno, sentia também no corpo como um começo de ferrugem, que o emperrava, e certamente, algures, na minha alma, nascera uma pontinha de bolor. Depois a minha égua morreu. Parti eu para Paris.
Logo em Hendaia, apenas pisei a doce terra de França, o meu pensamento, como pombo a um velho pombal, voou ao 202 – decerto por eu ver um enorme cartaz em que uma mulher nua, com flores bacânticas nas tranças, se estorcia, segurando numa das mãos uma garrafa espumante, e brandindo na outra, para o anunciar ao mundo, um novo modelo de saca-rolhas. E, oh, surpresa!, eis que, logo adiante, na estação quieta e clara de Saint-Jean-de-Luz, um moço esbelto, de perfeita elegância, entra vivamente no meu compartimento e depois de me encarar, grita:
– Eh, Fernandes!
Marizac! O duque de Marizac! Era já o 202.”
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“BLOGOSFERA DOCE vs. GLÓRIA FÁCIL”
Sem querer entrar em “polémica” com o Glória Fácil (que, como diz o Filipe Moura no Blogue de Esquerda, também “faz parte da minha vida”, uma vez que o visito todos os dias…), achei “pouco simpático” o “post” do João Pedro Henriques que fala da blogosfera “doce”, particularmente quando refere:
“1. Só quem se leva demasiado a sério anuncia o fim do seu blog” (e, nos últimos dias, fizeram-no o Pedro Lomba e o Carlos Vaz Marques) e
“2. Só quem se leva demasiado a sério nos anuncia que isso não está para acontecer” (como o fez recentemente Pacheco Pereira).
Acho que se criou (implicitamente) como que uma “responsabilidade” (diria “ética”) perante os leitores, de lhes comunicar, nomeadamente essa intenção de acabar com o “blogue”.
…Pelo que não concordo nada que isso seja “levar-se demasiado a sério”.
Por outro lado, concordo plenamente que as discussões (ou debates) devem ser mantidos “civilizadamente” e, de facto, que haverá questões que não serão para discutir na blogosfera (até porque “discutir” por escrito é algo limitativo – falta a “entoação de voz”, as expressões faciais, os gestos…).
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BD – A NONA ARTE
A Banda Desenhada é também tema de “blogue”: BDNews, uma excelente página.
A propósito de “BD”, o imperdível Calvin & Hobbes pode visitar-se aqui.
P. S. Novo agradecimento, a “O Souselense” (uma ideia interessante, a dos “blogues” de índole “regional”, falando de assuntos de interesse para a respectiva comunidade).
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