O Pulsar do Campeonato – 8ª Jornada
14 Novembro, 2021 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 11.11.2021)
Dos vencedores da semana anterior apenas o Amiense conseguiu repetir o triunfo, prosseguindo a (algo imprevista) ascensão na tabela – ocupando, agora, o 3.º degrau do pódio –, o que, em paralelo, em função dos desaires sofridos por Abrantes e Benfica e Salvaterrense (que viu enfim quebrada, com “estrondo”, a sua invencibilidade), proporcionou aos dois primeiros, U. Tomar e Rio Maior, voltar a alargar a vantagem sobre a concorrência.
Destaques – O primeiro destaque da 8.ª jornada vai para o Alcanenense, que não só colocou termo à série até agora invicta do Salvaterrense, como o fez de forma categórica, goleando por inapelável 5-0, somando importantes pontos que lhe permitem afastar-se da zona mais perigosa da classificação.
Num embate entre dois dos principais candidatos, o Mação recebeu e bateu o Abrantes e Benfica, por 2-1 (apenas a segunda vitória dos visitados e, em paralelo, a segunda derrota dos visitantes, depois de terem perdido no Cartaxo), do que decorre a baixa dos abrantinos ao 4.º lugar, por troca com a formação de Amiais de Baixo, enquanto os maçaenses – ainda com um jogo em atraso – repartem agora o 9.º posto com o At. Ouriense, a nove pontos do topo.
O líder, U. Tomar – que preserva esta condição desde a ronda inaugural –, impôs-se por sofrido 3-2 na deslocação a Ourém, face ao At. Ouriense, somando o sexto triunfo em oito desafios.
Com uma entrada de rompante os unionistas criaram, logo nos minutos iniciais, três ocasiões de perigo, pese embora não materializadas, quer devido a intervenção atenta do guardião contrário, como a algum “excesso de pontaria”, com a bola a embater no poste.
Mas o(s) golo(s) não tardaria(m), com Wemerson Silva a bisar no espaço de sete minutos (entre os 18 e os 25), igualando o registo de Raul Águas (este, entre 1972 e 1975, em jogos na I e na II Divisão Nacional), na 5.ª posição dos melhores marcadores de sempre do clube, ambos com 57 golos, agora a seis tentos da marca de Alberto Mota (de 1966 a 1971, também nos Nacionais).
Todavia, a meia hora de vincada superioridade nabantina, ripostaria o grupo de Ourém, repondo de pronto a igualdade, com dois golos obtidos em menos de cinco minutos.
A história repetir-se-ia na segunda metade, outra vez com o União a entrar mais forte, cedo voltando a colocar-se em vantagem no marcador (por Luís Alves), desperdiçando, no quarto de hora imediato uma “mão cheia” de oportunidades. Na fase final, o At. Ouriense pressionaria bastante, em busca do tento do empate, o que, contudo, não conseguiria alcançar, com o desfecho a saldar-se por uma merecida vitória dos tomarenses, por tangencial 3-2.
Conforme referido, o principal beneficiado – subindo de 5.º para 3.º – foi o Amiense, ganhando por 2-0 na Glória do Ribatejo, contribuindo para agravar ainda mais a crise de resultados dos locais, somente com um ponto angariado, partilhando a “lanterna vermelha” com o Ferreira do Zêzere, ambos já a sete pontos do 13.º classificado, e a quatro do 14.º, Torres Novas.
Quase sem se dar por ele, o Cartaxo vai de novo subindo posições na tabela, aproximando-se da frente, partilhando agora o 5.º posto com o Fazendense e com o Salvaterrense – todos a seis pontos do guia –, mercê do bom triunfo averbado em Samora Correia, por 3-1, com a particularidade de os samorenses, afinal, em quatro jogos em casa, só terem vencido o União…
Confirmações – Nos restantes três encontros os favoritos confirmaram o seu superior potencial, vencendo, com maior ou menor margem.
O Rio Maior – agora a única equipa que subsiste ainda invicta – mantém a estreita perseguição ao U. Tomar, somente a um ponto, após ter vencido, com tranquilidade, o Torres Novas, por 2-0.
No “derby”, o Fazendense levou a melhor sobre o U. Almeirim, graças a um solitário golo, o suficiente para atestar a manutenção do estatuto de candidato dos donos da casa, ao invés do que sucede com os forasteiros, que caíram para 13.º, já a onze pontos do comandante (não obstante tenham ainda um jogo por disputar), pelo que o U. Almeirim estará este ano, aparentemente, “fora da corrida” ao título.
O Benavente, que vem realizando campanha regular (terceiro triunfo em casa, a que junta empates no Cartaxo e em Salvaterra), ganhou, por 3-1, ao Ferreira do Zêzere, também em situação difícil.
II Divisão Distrital – As equipas do Forense (ganhando em casa, por 3-1, ao Porto Alto) e do Moçarriense (goleando o Pego por 4-0) continuam a só saber vencer (quatro triunfos em outras tantas partidas disputadas), mantendo a liderança isolada das respectivas séries.
Na outra série, tendo o Vasco da Gama adiado o compromisso com o Fátima, cedeu a liderança, ainda que à condição, a favor do Entroncamento AC, que ganhou por tangencial 1-0 nos Riachos.
Anotam-se ainda os seguintes desfechos: as goleadas do Espinheirense (8-1), face ao histórico Alferrarede, e do Águias de Alpiarça (2.º na série A), por 6-1, frente à equipa “B” do Coruchense; assim como, por outro lado, os triunfos “fora de portas”, de U. Atalainse (4-1 nas Caxarias) e do U. Tomar “B” (3-2, em Vilar dos Prazeres), na estreia dos tomarenses a ganhar nesta temporada.
Liga 3 – O U. Santarém voltou, enfim, a pontuar, empatando a uma bola com o Amora, o que, porém, não foi suficiente para se libertar da 12.ª e última posição, dado o Oliveira do Hospital – um ponto acima – ter empatado também com a equipa do Oriental Dragon.
Campeonato de Portugal – O Coruchense esteve em especial evidência, impondo ao líder destacado, Pêro Pinheiro, o primeiro desaire, com a turma do Sorraia a ganhar por 2-0. Numa série pautada por enorme equilíbrio, o representante do Distrito subiu a 4.º (integrando um pelotão de cinco clubes), somente a um ponto do duo que reparte agora o 2.º lugar (Belenenses e Loures), mas tendo abaixo de si (a três pontos) apenas as equipas do Rabo de Peixe e do Sacavenense.
Antevisão – Na Divisão principal do futebol distrital, o realce vai para os embates Cartaxo-Fazendense, Amiense-Mação e Salvaterrense-Rio Maior, para além, claro está, do sempre muito aguardado “quase derby” entre Ferreira do Zêzere e U. Tomar.
No escalão secundário destacam-se os seguintes encontros: Porto Alto-Águias de Alpiarça; Entroncamento AC-Fátima; U. Tomar “B”-Riachense; e Moçarriense-Pego.
Quanto à Liga 3 e ao Campeonato de Portugal, com um calendário algo irregular, voltam a ter dois fins-de-semana de interregno: primeiro, devido aos dois derradeiros jogos da selecção, de apuramento para o Mundial; depois, para disputa de mais uma eliminatória da Taça de Portugal.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 11 de Novembro de 2021)
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