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Campeonato da Europa de Hóquei em Patins – 2021 – 4ª jornada
18.11.21 – França – Alemanha – 5-2
18.11.21 – Itália – Andorra – 10-1
18.11.21 – Espanha – Portugal – 9-10
1º França, 10; 2º Portugal e Espanha, 7; 4º Itália, 5; 5º Alemanha, 3; 6º Andorra, 1
Foi um jogo verdadeiramente histórico, aquele a que pudemos assistir esta noite: em praticamente 75 anos de embates Portugal-Espanha (desde 1947, com um total de 70 jogos disputados em Campeonatos do Mundo, Campeonatos da Europa e Jogos Olímpicos), nunca se tinham marcado tantos golos (19 – sendo que o máximo anterior era de 12, com um empate 6-6 em 2014)! Mais, nunca antes Portugal conseguira marcar mais de seis golos à Espanha (6-0 em 1990; 6-1 em 2006; 6-2 em 2008, para além do referida igualdade 6-6)…
Uma verdadeira festa do Hóquei em Patins, com duas equipas abertamente a lutar pela vitória, com “bola cá, bola lá”, repleta de reviravoltas no marcador, culminando com uma épica recuperação da equipa portuguesa, a chegar, “in extremis”, à vitória.
Depois de ter perdido por dois golos de diferença ante a França – e, perante a conjugação de resultados das restantes jornadas (com os algo imprevistos empates cedidos por Portugal e Espanha frente à Itália, e, sobretudo, os deveras surpreendentes deslizes de Portugal, perdendo com a França, e da equipa francesa, empatando com Andorra), sabendo-se que ficaria ainda por disputar, na última jornada desta fase de grupos, amanhã, o Espanha-França, projectando-se a possibilidade de um empate pontual a três no final -, a Portugal era de toda a “conveniência” não só vencer, como fazê-lo com margem de, pelo menos, dois golos, de forma a “saldar” a diferença de golos negativa que transportava daquele desaire.
Mas, uma vez mais, as coisas começariam da pior maneira, com a Espanha a marcar primeiro, ainda não estava decorrido o minuto inicial do jogo. No que viria a constituir um padrão em toda a partida, a equipa portuguesa nunca se descompôs, empatando logo aos três minutos, por João Rodrigues. E, ao 2-1 dos espanhóis, aos 6 minutos, retorquiria Portugal com uma série de três golos (por Gonçalo Alves, Rafa Costa e Hélder Nunes), a virar o marcador para 4-2, a seu favor. Já no minuto final da primeira parte, a equipa nacional conseguia a vantagem (“mínima”) que ambicionava.
Porém, passando por um período de descontrolo emocional – primeiro, com uma desatenção, com os espanhóis a marcar de pronto um livre, reduzindo para 3-4 -, permitiria à Espanha, em apenas 40 segundos, repor a igualdade, a quatro golos…
No início da segunda parte tudo parecia perdido, quando a Espanha chegou ao 6-4, com oito minutos decorridos. Reagindo de forma personalizada, a equipa portuguesa chegaria aos 6-6 (dois golos de Gonçalo Alves), com 16 minutos de jogo. Mas, os dois minutos imediatos resultariam noutros tantos tentos da selecção espanhola, voltando a beneficiar de vantagem de dois golos, a 8-6.
Portugal reduziria, uma vez mais, para 7-8 (de novo por Hélder Nunes), a quatro minutos do termo do encontro; para, no mesmo minuto, a Espanha fazer o 9-7, que perduraria até aos dois derradeiros minutos.
Quando, num lance de alguma felicidade, com um remate de “longa” distância, Gonçalo Alves fez o 8-9, pensou-se que “a sorte” chegara tarde demais.
Não obstante, de forma sensacional – replicando o que a Espanha tinha feito na metade inicial – seria, desta vez, Portugal a marcar dois golos, ambos apontados por Rafa Costa (a 47 segundos e a 14 segundos do fim), culminando um desafio fantástico, com o triunfo de Portugal por 10-9!
Um fabuloso espectáculo de Hóquei em Patins, uma extraordinária propaganda para a modalidade. Um jogo que será recordado por muitos anos.