Desempate por grandes penalidades nos Mundiais e Europeus – 2004-2018
15 Julho, 2018 at 9:07 pm Deixe um comentário
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Num levantamento das situações de desempate da marca de grande penalidade verificadas nos Campeonatos da Europa de 2004, 2008, 2012 e 2016 e dos Campeonatos do Mundo de 2006, 2010, 2014 e 2018, registaram-se, no total, 23 casos de empate no final do prolongamento: 2 em cada uma das competições de 2004, 2008, 2010 e 2012; 3 em 2016; 4 em 2006, 2014 e 2018.
Das 219 tentativas, 154 foram convertidas em golo (70,3%); 41 foram defendidas pelos guarda-redes (18,7%) – o que significa um total de 195 remates enquadrados com a baliza (89,0%) – apenas tendo 24 remates tido outra direcção: 6 a embater na trave e 4 no poste; 9 ao lado, e outros 5 por alto.
Nas sequências de remates – sendo que apenas por oito vezes se completaram as 10 tentativas previstas regulamentarmente -, o remate mais bem sucedido tem sido o 2.º (78% de eficácia), seguido de perto pelo 3.º e 5.º remates (74%).
Nos casos em que se completou a série de dez remates, esta 10.ª tentativa regista uma percentagem de sucesso de 75% (6 golos em 8 remates), praticamente a par do 9.º remate (este, com a particularidade de ter sido a tentativa decisiva em 11 dos casos, com 74% de aproveitamento, nas 19 situações em que ocorreu).
No pólo oposto, aquele em que se tem verificado maior propensão ao erro é, sobretudo, o 8.º (com apenas 52% de aproveitamento – 11 em 21 ocasiões -, surgindo os guarda-redes particularmente “inspirados”, com 38% de defesas!), seguido da 6.ª tentativa (convertida em golo apenas em 65% dos casos).
O que nos conduz a uma outra tendência, já antes constatada, pese embora agora bastante atenuada (em função dos desfechos dos desempates do EURO 2016 e do Mundial 2018): a de as equipas que iniciam a marcação parecerem ser de alguma forma beneficiadas (pelo efeito psicológico da tensão nervosa que se gera em que vai rematar em desvantagem, pelo menos momentânea); efectivamente, em 13 destes 23 casos, a equipa que marcou primeiro acabou por vencer.
Em termos aritméticos, o pior resultado foi o da Suíça, frente à Ucrânia, no Mundial 2006, perdendo por 0-3, tendo permitido, nas três tentativas de que dispôs, duas defesas do guarda-redes, e rematado uma vez à trave.
Os jogos em que os rematadores foram mais eficazes foram o Itália-França (Mundial 2006), o Paraguai-Japão (Mundial 2010), o Costa Rica-Grécia (Mundial 2014), o Portugal-Polónia (EURO 2016) e, principalmente, o Suíça-Polónia (EURO 2016), em todos os casos apenas com uma falha (sendo que o último deles foi o único em que se completaram as dez tentativas).
Ao invés, aqueles em que estiveram mais desastrados foram, para além do referido Ucrânia-Suíca (4 falhas em 7 tentativas), o Portugal-Inglaterra (5 falhas, em 9 – com destaque para as 3 defesas de Ricardo aos 4 remates ingleses, um record) e o Brasil-Chile e o Croácia-Dinamarca (ambos com 5 falhas em 10 remates, salientando-se também, neste último caso, as três defesas de Danijel Subašić… e duas de Kasper Schmeichel).
A Inglaterra vinha sendo a principal “vítima” deste sistema de desempate, derrotada por 3 vezes (nos Europeus de 2004 e 2012 e no Mundial de 2006) – sendo que duas dessas vezes foram frente a Portugal – tendo, agora, no Mundial 2018, superado a Colômbia. Com dois desempates perdidos, temos a Itália (também, outros dois, ganhos) e a Suíça.
Portugal tem três êxitos nesta fórmula de desempate (EURO 2004 e Mundial 2006, ambos frente à Inglaterra, e EURO 2016, ante a Polónia), tendo perdido uma vez, com a Espanha (EURO 2012).
A Alemanha, Croácia, Espanha, Holanda e Itália tiveram duas vitórias cada, sendo que os alemães são os únicos que nunca perderam no decurso deste período de 14 anos (em que se realizaram oito fases finais destas competições).
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