Archive for 12 Outubro, 2012
Fim do Euro ou maior integração?
Há coisas que parecem tão evidentes, que custa a crer como é possível tanta cegueira… Luciano Amaral (em debate na SIC Notícias) acaba de definir, numa frase singela, as alternativas para a saída da actual crise europeia:
- Ou acaba o euro (no seu modelo actual);
- Ou terá de haver maior integração (particularmente em termos orçamentais e políticos) a nível da União Europeia.
Custa assim tanto a perceber?
«Tributar o pai, a mãe, o avô, a avó, o gato e o periquito»
O risco de tudo isto está mais do que diagnosticado: o aumento da economia paralela; e a espiral recessiva, em que se aumenta cada vez mais os impostos para uma receita cada vez menor numa economia progressivamente recessiva e repleta de desempregados. Até porque, se o Governo mantiver a sua previsão de quebra do PIB em 1% para o próximo ano, estará provavelmente a ser optimista.
É assim que, em Lisboa, se trabalha no problema financeiro e se dissimula o problema político. Mesmo sabendo que a solução está fora daqui. Está em Berlim, em Bruxelas, em Frankfurt, em Washington, está até em Tóquio, onde decorre a reunião anual do FMI. Sim, FMI, o tal que diz que se enganou, afinal a sua prescrição falha… E vai fazer o quê? Brincar com o periquito?
«Gente talentosa»
1. Os explicadores profissionais das tolices que o governo faz já esclareceram que a opção de aumentar a taxação directa em lugar da indirecta no próximo ano pretende evitar a quebra das receitas agora verificada, dado que as pessoas podem contrair o consumo mas não reduzem o seu rendimento. Assim sendo, a execução orçamental estará mais controlada para o ano e o objectivo de redução do défice será confortavelmente cumprido.
Custa-me a crer que alguém acredite nesta fábula. O cataclismo em preparação estrangulará o mercado interno, arruinará muitas empresas e multiplicará o desemprego. Muitas pessoas ficarão sem meios de subsistência, logo deixarão de pagar impostos sobre o rendimento.
O resultado será, pois, similar àquele que experimentámos em 2012: miséria crescente para nada, pois que, no final, quer o défice quer o endividamento acabarão por aumentar.
Rússia – Portugal (Mundial-2014 – Qualif.)
Rússia – Igor Akinfeev, Alexander Anyukov, Sergei Ignashevich, Igor Denisov, Alexander Kokorin, Alexander Kerzhakov (65m – Andrey Eshchenko), Vasili Berezutskiy, Roman Shirokov, Vladimir Bystrov (83m – Alexander Samedov), Victor Faizulin (45m – Denis Glushakov) e Dmitry Kombarov
Portugal – Rui Patrício, João Pereira, Bruno Alves, Pepe, Fábio Coentrão (20m – Miguel Lopes), Ruben Micael (67m – Silvestre Varela), Cristiano Ronaldo, João Moutinho, Miguel Veloso, Nani e Hélder Postiga (75m – Eder)
1-0 – Alexander Kerzhakov – 6m
Cartões amarelos – Roman Shirokov (89m) e Alexander Kokorin (90m); Miguel Veloso (43m)
Árbitro – Viktor Kassai (Hungria)
Defrontando o mais sério (único) rival na disputa da vitória no grupo de apuramento e consequente apuramento directo para o Mundial 2014, a selecção portuguesa estava bem avisada da importância de que se revestia esta partida.
Porém, uma falha individual, logo nos primeiros minutos de jogo, com um passe errado quando a equipa portuguesa se balanceava para o ataque, permitindo um rápido contra-ataque russo, desde logo decidiria o desfecho do encontro.
A partir daí, com praticamente todo o tempo para procurar inverter a situação, naturalmente Portugal assumiria o controlo do jogo (domínio também consentido pela Rússia), concluindo o desafio com estatísticas esmagadoras a nível de posse de bola (mais de 75%). Mas seria um domínio mais quantitativo, que qualitativo, improfícuo, esbarrando sempre na bem organizada teia defensiva da selecção russa.
Na segunda parte, e com o decorrer do tempo, a equipa nacional foi ficando mais intranquila, e acabaria por não criar efectivo perigo, nem ocasiões de golo.
A inevitável sensação de injustiça do resultado tem necessariamente de ser mitigada pela falta de eficácia do futebol ofensivo da selecção de Portugal.
À terceira jornada, começamos já a ter de fazer as habituais “contas de cabeça”: na eventualidade de um empate pontual no final da fase de qualificação, o primeiro critério de desempate é o da diferença de golos… para já (para além dos 3 pontos de desvantagem), o défice atinge 4 golos.
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Rússia 3 3 - - 7- 0 9 2º Portugal 3 2 - 1 5- 2 6 3º Israel 3 1 1 1 7- 5 4 4º I. Norte 3 - 2 1 2- 4 2 5º Azerbaijão 3 - 2 1 2- 5 2 6º Luxemburgo 3 - 1 2 2- 9 1
3ª jornada
12.10.12 – Rússia – Portugal – 1-0
12.10.12 – Luxemburgo – Israel – 0-6
14.11.12 – I. Norte – Azerbaijão – 1-1
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Prémio Nobel da Paz – 2012
O prémio Nobel da Paz 2012 foi hoje atribuído, em Oslo, à União Europeia, «por mais de seis décadas contribuindo para o avanço da paz e reconciliação, democracia e direitos humanos na Europa».
Também, necessariamente, um forte sinal de alerta para a intervenção presente – no actual contexto, de grande complexidade e delicadeza e em que a solidariedade entre Estados parece um conceito esquecido – e futura que esperamos da União Europeia…