Archive for 3 Outubro, 2012
Liga dos Campeões – 2ª Jornada – Resultados e Classificações
Grupo A
FC Porto – Paris St.-Germain – 1-0
D. Kyiv – D. Zagreb – 2-0
1º FC Porto, 6; 2º Paris St.-Germain e D. Kyiv, 3; 4º D. Zagreb, 0
Grupo B
Arsenal – Olympiakos – 3-1
Schalke – Montpellier – 2-2
1º Arsenal, 6; 2º Schalke, 4; 3º Montpellier, 1; 4º Olympiakos, 0
Grupo C
Anderlecht – Málaga – 0-3
Zenit – AC Milan – 2-3
1º Málaga, 6; 2º AC Milan, 4; 3º Anderlecht, 1; 4º Zenit, 0
Grupo D
Ajax – Real Madrid – 1-4
Manchester City – B. Dortmund – 1-1
1º Real Madrid, 6; 2º B. Dortmund, 4; 3º Manchester City, 1; 4º Ajax, 0
Grupo E
Nordsjælland – Chelsea – 0-4
Juventus – Shakhtar Donetsk – 1-1
1º Chelsea e Shakhtar Donetsk, 4; 3º Juventus, 2; 4º Nordsjælland, 0
Grupo F
BATE Borisov – Bayern – 3-1
Valencia – Lille – 2-0
1º BATE Borisov, 6; 2º Valencia e Bayern, 3; 4º Lille, 0
Grupo G
Benfica – Barcelona – 0-2
Spartak Moskva – Celtic – 2-3
1º Barcelona, 6; 2º Celtic, 4; 3º Benfica, 1; 4º Spartak Moskva, 0
Grupo H
Galatasaray – Sp. Braga – 0-2
CFR Cluj – Manchester United – 1-2
1º Manchester United, 6; 2º CFR Cluj e Sp. Braga, 3; 4º Galatasaray, 0
Nesta segunda jornada, destaque para a excelente vitória do Sp. Braga, frente ao campeão turco, Galatasaray, com o FC Porto a conseguir também confirmar o triunfo obtido na ronda inaugural, frente ao principal rival na luta pelo 1º lugar do Grupo de apuramento. O Benfica, perdendo com naturalidade, perante um Barcelona de outra galáxia, tem, não obstante, as contas relativamente fixadas: terá de vencer os jogos em casa frente ao Celtic e Sp. Moscovo, esperando que a equipa catalã mantenha elevado o nível de competitividade nos restantes jogos com os outros rivais.
«O bom exemplo»
A grande vantagem da conferência de imprensa de Vitor Gaspar foi a sua linear clareza: o anunciado “enorme aumento de impostos” é devido ao facto de “o ajustamento estar a revelar-se mais custoso do que o estimado”. Por outras palavras, o dinheiro vai todo para os cofres do estado, para que este possa pagar as suas dívidas. Nem mais, nem menos do que isto, e sem o álibi do recuo da medida para baixar a TSU, como é do mais elementar bom senso e bom gosto em circunstâncias tão dramáticas. […]
Ou seja, o governo anuncia que a redução da dívida do estado está para além das suas forças, o que já começara a ser perceptível de há algum tempo para cá. Sem juízos de valor sobre a delicada situação em que se encontra o governo de Passos Coelho, parece evidente que o país está irrecuperavelmente falido, que o governo se confessa impossibilitado de reverter a situação e que, muito em breve, os nossos credores serão chamados para novas conversações.
Hara-kiri fiscal
Baseado em pressupostos macro-económicos absolutamente inverosímeis: que a quebra do rendimento disponível não afectará de forma relevante o consumo (e, por inerência, o PIB, cuja estimativa de decréscimo é de apenas 1%); ou que a taxa de desemprego se vai manter praticamente inalterada (de 16% para 16,4%).
Depois de “ir além da Troika”, as novas medidas da «solução proposta», hoje apresentada pelo Governo – por intermédio do Ministro das Finanças, Vítor Gaspar -, desta vez sem grandes surpresas, vão “além da TSU” (embora de forma bastante mais retorcida, de compreensão não tão imediata por larga parte dos atingidos – e sem o efeito virtuoso que se pretendia extrair da redução dos encargos dos empregadores), consubstanciando um «enorme aumento de impostos»:
- Redução do nº escalões de IRS, de 8 para 5, implicando um agravamento das taxas médias de cerca de 2%
- Sobretaxa de 4% no IRS, aplicada em moldes idênticos aos de 2012 (em que tinha sido de 3,5%…)
- Taxa adicional de “solidariedade”, de 2,5%, aplicada aos rendimentos do último escalão de IRS (cujo novo limiar está ainda por conhecer)
- IRC adicional para sociedades com lucros acima de 7,5 milhões de euros (derrama estadual de 5%)
- Aumento das taxas de retenções sobre rendimentos de capital, de 25% para 26,5% (ou será 28%?!)
- Termo da cláusula de salvaguarda no aumento do IMI
- Acréscimo da tributação sobre o tabaco e bens de luxo (imóveis de valor superior a 1 milhão de euros, viaturas de “alta cilindrada”, embarcações e aviões particulares)
- Criação de imposto sobre transacções financeiras (em modalidade ainda a definir)
- Tributação agravada (de 30% para 35%) dos rendimentos obtidos ou transferidos para “paraísos fiscais”.
Depois do colossal falhanço no cumprimento das metas estabelecidas para 2012, teremos uma inevitável falha na meta de 2013 (que, aliás, será a mesma, de 4,5% do défice). Só que, logo à partida, o facto de os pressupostos serem inconsistentes fará com que a quebra do PIB seja superior à estimada – com a destruição de boa parte do tecido económico português e das classes médias (não obstante as medidas, mais “simbólicas” que efectivas, de agravamento, incidindo sobre o escalão mais elevado) -, colocando, desde logo, o objectivo mais longe de poder ser alcançado.
É cada vez mais óbvio que não será por via do brutal garrote dos impostos – que não cessará de aumentar, de forma a alimentar o sistema, sempre mais e mais voraz – que a equação poderá ser resolvida.
Continuam adiadas as medidas efectivas de redução do défice, por via da contenção da despesa: o Governo parece incapaz de levar a cabo os anunciados «estudos», para identificação de onde cortar (o que passará, necessariamente, por redução dos efectivos da função pública, com a consequente dificuldade acrescida de financiamento das indemnizações a pagar). Para já, nada mais do que um anúncio genérico de objectivo de cortes na ordem dos quatro mil milhões de euros até 2014, sobretudo nas áreas das prestações sociais, educação, administração interna e segurança.
Tem a palavra a Troika (!?)…