Archive for Março, 2020
Grandes clássicos das competições europeias – (5) Real Madrid – AC Milan
Época Prova Ronda 1.ª Mão 2.ª mão 1955-56 TCE 1/2 Real Madrid-Milan 4-2 Milan-Real Madrid 2-1 1957-58 TCE Final Real Madrid-Milan 3-2 (Est.Heysel,Bruxelas) 1963-64 TCE 1/4 Real Madrid-Milan 4-1 Milan-Real Madrid 2-0 1988-89 TCE 1/2 Real Madrid-Milan 1-1 Milan-Real Madrid 5-0 1989-90 TCE 1/8 Milan-Real Madrid 2-0 Real Madrid-Milan 1-0 2002-03 LCE Grupo Milan-Real Madrid 1-0 Real Madrid-Milan 3-1 2009-10 LCE Grupo Real Madrid-Milan 2-3 Milan-Real Madrid 1-1 2010-11 LCE Grupo Real Madrid-Milan 2-0 Milan-Real Madrid 2-2 Balanço global J V E D GM GS Real Madrid - AC Milan 15 6 3 6 24 – 25
Real Madrid e AC Milan são “apenas” os dois clubes com maior número de galardões a nível das competições europeias, ostentando nas respectivas vitrines um total acumulado de 33 troféus, conquistados em 64 anos de provas da UEFA, dos quais 20 títulos de Campeão Europeu (ocupando, também, nesse particular, os dois primeiros postos da hierarquia)!
Não surpreende, pois, o (quase) absoluto equilíbrio nas partidas que entre si disputaram (seis vitórias para cada lado e três empates), com os italianos com uma ligeiríssima vantagem de um golo no “score global”.
Por curiosidade – como que a fazer antecipar as históricas carreiras de ambos os emblemas -, encontraram-se logo na edição inaugural da Taça dos Clubes Campeões Europeus, nas meias-finais, com o Real a levar a melhor, com um triunfo por 4-2 em Madrid a não dar hipótese de recuperação ao adversário, que não foi além de um escasso 2-1 em Milão. A turma espanhola venceria, na primeira Final da prova, disputada em Paris, no Parque dos Príncipes, o Stade de Reims, por 4-3.
Apenas dois anos volvidos, na época de 1957-58, Real Madrid e AC Milan disputaram a única Final em que “coabitaram” ao longo de todo o historial das provas da UEFA, com os “merengues” a conquistarem então o seu terceiro título sucessivo de Campeões da Europa, ganhando por tangencial 3-2 (com o tento decisivo, apontado por Francisco “Paco” Gento, já no prolongamento) no Estádio do Heysel.
Tendo todos os 15 desafios entre ambos sido realizados no âmbito da principal competição europeia, cruzaram-se quatro vezes em eliminatórias, sendo que cada uma das equipas seguiu em frente em duas ocasiões.
Para além do(s) confronto(s) de estreia (em 1955-56), o Real Madrid foi mais forte, de novo, agora nos 1/4 de final da temporada de 1963-64, goleando o então Campeão Europeu em título por 4-1 no “Santiago Bernabeu”, vantagem suficiente para encaixar a desfeita por 0-2 de “San Siro”. O Real golearia ainda o Zurich (6-0), nas meias-finais (depois de ter já vencido na Suíça), vindo, todavia, a perder a Final (a sua 7.ª, na Taça dos Campeões), ante o arqui-rival do AC Milan (o Inter).
Já no final da década de 80 – e após um interregno de cerca de 25 anos nos encontros entre ambos – o “dream team” do AC Milan (dirigido por Arrigo Sacchi) superiorizou-se também por duas vezes: nas meias-finais de 1988-89, após o empate a um golo na partida da 1.ª mão, goleando por 5-0 (golos de Ancelotti, Rijkaard, Gullit, Van Basten e Donadoni) – no que constitui a maior derrota de sempre do Real (então com Leo Beenhaker no banco) nas competições europeias, apenas igualada em jogo ante o Kaiserslautern, na Taça UEFA de 1982; e, de imediato, na época de 1989-90, nos 1/8 de final, defendendo com sucesso, em Espanha (derrota por 0-1), a preciosa vantagem de 2-0 averbada em casa.
Na primeira destas temporadas, um imbatível AC Milan sagrar-se-ia, de forma categórica, Campeão Europeu – obtendo o seu terceiro título, após um “jejum” de vinte anos -, goleando, na Final de Camp Nou, o Steaua, por 4-0, com Ruud Gullit e Marco van Basten ambos a bisar.
Em 1990, depois de afastar ainda o Mechelen (1/4 de final) e o Bayern (em ambos os casos, apenas após prolongamento), o AC Milan bisaria tal sucesso, conquistando o quarto troféu na prova, mercê de um tangencial triunfo face ao Benfica, por via de um solitário golo, apontado por Frank Rijkaard.
No século XXI, agora sob a égide da Liga dos Campeões, espanhóis e italianos cruzaram-se noutras três oportunidades, sempre integrando o mesmo grupo de qualificação, também aqui sob o signo do equilíbrio: duas vitórias para cada e duas igualdades.
Em 2002-03, já na segunda fase de grupos, cada equipa venceu o desafio realizado no respectivo terreno (1-0 em Milão, com uma fantástica assistência de Rui Costa para o golo de Shevchenko; e 3-1 em Madrid), avançando ambas na prova. O então Campeão em título, Real Madrid, suplantaria, de seguida, o Manchester United (nos 1/4 de final), antes de ver o seu percurso interrompido pela Juventus; quando ao AC Milan, depois de eliminar o Ajax e o rival Inter, alcançaria o seu sexto título de Campeão Europeu, ganhando na Final, em Old Trafford, à Juventus, no desempate da marca de grande penalidade.
Na temporada de 2009-10, os “rossoneri” foram vencer ao “Santiago Bernabeu” (3-2), empatando depois, no seu estádio, a uma bola. Os dois conjuntos voltaram a averbar as duas primeiras posições do respectivo grupo, mas não iriam muito mais além: o AC Milan, goleado pelo Manchester United por 4-0 (score agregado de 7-2) e o Real Madrid, batido pelo Olympique de Lyon, quedavam-se ambos pelos 1/8 de final.
Por fim, na(s) última(s) vez(es) em que se confrontaram até à data, logo no ano seguinte (2010-11), outra igualdade (arrancada “a ferros”) em Itália, desta feita 2-2, tendo o Real (orientado por José Mourinho, e com Pepe, Ricardo Carvalho e Cristiano Ronaldo no “onze”) vencido no seu reduto, por 2-0. Pela terceira vez em outras tantas ocasiões, ambos os clubes obtinham a qualificação para a fase a eliminar.
O AC Milan seria afastado logo nos 1/8 de final, pelo Tottenham; por seu lado, o Real começaria por se desforrar do Olympique de Lyon, tendo, por coincidência, afastado de seguida o Tottenham (ganhando os dois jogos, goleando por 4-0 em casa), antes de vir a cair, nas meias-finais, aos pés do futuro Campeão, Barcelona (0-2 no “Santiago Bernabeu” e 1-1 em “Camp Nou”).
Grandes clássicos das competições europeias – (6) Real Madrid – Inter
Época Prova Ronda 1.ª Mão 2.ª mão 1963-64 TCE Final Inter-Real Madrid 3-1 (Est. Prater, Viena) 1965-66 TCE 1/2 Real Madrid-Inter 1-0 Inter-Real Madrid 1-1 1966-67 TCE 1/4 Inter-Real Madrid 1-0 Real Madrid-Inter 0-2 1980-81 TCE 1/2 Real Madrid-Inter 2-0 Inter-Real Madrid 1-0 1982-83 TVT 1/4 Inter-Real Madrid 1-1 Real Madrid-Inter 2-1 1984-85 UEFA 1/2 Inter-Real Madrid 2-0 Real Madrid-Inter 3-0 1985-86 UEFA 1/2 Inter-Real Madrid 3-1 Real Madrid-Inter 5-1 1998-99 LCE Grupo Real Madrid-Inter 2-0 Inter-Real Madrid 3-1 Balanço global J V E D GM GS Real Madrid - Internazionale 15 6 2 7 20 – 19
Sem se defrontarem já há mais de vinte anos, Real Madrid e Inter pontuam um dos duelos mais empolgantes do historial das competições europeias, com uma Final e quatro meias-finais (para além de outros dois embates, nos 1/4 de final) entre estes dois emblemas, com tendência indefinida, pese embora a ligeiríssima vantagem italiana em número de vitórias.
Tendo começado por se sagrar Campeão Europeu em 1963-64 – batendo o Real Madrid, em Viena, por 3-1 (com bis de Sandro Mazzola) -, o Inter (então orientado por Helenio Herrera) viria, contudo, a ser afastado em todas as quatro meias-finais disputadas (as duas últimas, em 1985 e 1986, após notáveis “remontadas” do Real), apenas tendo superado uma das seis eliminatórias em que se cruzou com este adversário (na já distante temporada de 1966-67).
Em 1966, perante o então bi-Campeão da Europa (o Inter revalidara o título, em 1964-65, em casa, frente ao Benfica), o Real Madrid averbava – mercê de uma tangencial vitória caseira (1-0) e de uma igualdade a um golo em Milão – a sua oitava presença na Final da Taça dos Campeões Europeus (em onze edições da prova), para conquistar pela sexta vez o troféu, ao ganhar ao Partizan de Belgrado por 2-1.
No ano seguinte, o Inter (ainda com o “feiticeiro” Herrera “ao leme”) seria mais efectivo, triunfando nos jogos das duas mãos dos 1/4 de final, confirmando o 1-0 registado em casa com uma mais afirmativa vitória em Madrid, por 2-0. Acabaria, porém, por perder a Final da edição de 1966-67 da Taça dos Campeões Europeus, disputada no Estádio Nacional, em Lisboa, ante o Celtic.
Já na década de 80, logo na temporada de 1980-81, o Real Madrid (em cujo “onze” alinhavam Camacho e Del Bosque) como que “devolveria” o 2-0 com que fora batido em 1967, o suficiente para acomodar o efeito da derrota por 1-0 em Milão, proporcionando-lhe – após um interregno de 15 anos – regressar à Final da principal competição europeia de clubes, a qual, contudo, viria a perder, no Parque dos Príncipes, em Paris, ante o Liverpool.
Dois anos volvidos, Inter e Real Madrid voltavam a “medir forças”, desta vez na Taça dos Vencedores das Taças (1/4 de final), com os espanhóis quase a replicar o desfecho da eliminatória de 1966, empatando outra vez em Milão (1-1), ganhando em Madrid, na 2.ª mão, por tangencial 2-1. O Real afastaria de seguida (nas meias-finais) o Austria de Viena, tendo marcado presença na Final, em Gotemburgo, acabando, porém, por ser novamente desfeiteado, agora pelo sensacional Aberdeen, de Alex Ferguson.
Outros dois anos decorridos e espanhóis e italianos tornavam a cruzar-se, agora nas meias-finais da Taça UEFA da época de 1984-85, com o Real Madrid (tendo então por núcleo a “Quinta del Buitre”, com Butragueño, Martín Vázquez, Míchel ou Sanchís), depois de ter perdido em Milão por 2-0, a obter um convincente triunfo por 3-0 na 2.ª mão, o que lhe conferiu direito a mais uma Final, a qual os “merengues” – ganhando igualmente por categórico 3-0 na Hungria (golos de Michel, Santillana e Valdano), ante o Videoton – logo deixaram definida a seu favor (permitindo-se inclusivamente perder a 2.ª mão, no “Santiago Bernabeu”, por 0-1), conquistando o primeiro troféu nessa competição. Já antes, nos 1/8 de final, o Real Madrid invertera um 0-3 face ao Anderlecht com uma fantástica goleada por 6-1 em Madrid…
Culminando uma fase de frequentes embates, Real Madrid e Inter voltariam a encontrar-se logo na temporada imediata, de 1985-86, outra vez nas meias-finais da Taça UEFA. De facto, no decurso de um período de cinco anos, entre 1981 e 1986, defrontaram-se por oito vezes, em quatro eliminatórias.
Os “nerazzurri” venceriam, outra vez, a partida da 1.ª mão (por 3-1), desvantagem a que o Real daria, de novo, cabal resposta, goleando por 5-1… após prolongamento (com Hugo Sánchez e Santillana ambos a bisar no marcador). Uma recuperação que se seguia a uma outra fabulosa “remontada” do Real Madrid, também nos 1/8 de final, anulando uma desvantagem de 1-5 perante o Borussia Mönchengladbach, mercê de um impressionante 4-0 em Madrid.
Por curiosidade, tal como sucedera no ano anterior, a formação espanhola repetiria aquele mesmo “placard” (5-1) na 1.ª mão da Final, frente ao Köln, pelo que a vitória (2-0) dos alemães, em desafio disputado em Berlim, mais não seria que o atenuar da expressão do triunfo do Real Madrid, bisando assim a conquista da Taça UEFA, em dois anos consecutivos.
A última vez que Inter e Real se reencontraram foi já em 1998 – poucos meses depois de o emblema espanhol ter conquistado a sua primeira “Liga dos Campeões”, sagrando-se Campeão Europeu pela sétima vez -, integrando o mesmo grupo da “Champions”, tendo cada clube vencido o jogo disputado no respectivo reduto: 2-0 em Madrid; 3-1 em Milão.
Ambas as equipas seguiriam em frente (o Real como um dos dois melhores segundos classificados de entre os seis grupos), vindo, todavia, a quedar-se logo na primeira ronda a eliminar (1/4 de final): os “merengues”, batidos pelo Dínamo de Kiev; o Inter, suplantado pelo Manchester United (que acabaria por vencer a épica final de Camp Nou, em Maio de 1999, ante o Bayern).
O Pulsar do Campeonato – 21ª Jornada
(“O Templário”, 12.03.2020)
Um total de 35 golos (média superior a quatro golos por jogo) foi o saldo apurado na 21.ª jornada do Distrital da I Divisão, a que mais remates certeiros regista na presente temporada, a contribuir activamente para o atingir de uma marca redonda, com um total global de 500 golos no campeonato. Isto, numa ronda assinalada por algumas surpresas, com o segundo desaire do líder, o regresso do Riachense aos triunfos após praticamente toda uma volta com o pleno de derrotas, a par de uma tarde em que o Amiense se exibiu a grande nível.
Destaques – O principal destaque vai precisamente para a goleada (5-2) aplicada pelo Amiense no Cartaxo, que mantinha um registo acumulado de 16 jogos invictos no seu reduto, desde 2 de Dezembro de 2018, data em que fora derrotado… também pela turma de Amiais de Baixo (então, por 1-0, na 10.ª jornada do campeonato da época transacta).
Confirmando o bom momento – somou o sexto triunfo nas sete últimas jornadas –, o grupo comandado por Jorge Peralta potenciou a seu favor, da melhor forma, a irregularidade que os cartaxeiros vêm denotando, ganhando de forma categórica, prosseguindo a sua aproximação ao pelotão da frente (agora somente a dois pontos do 6.º classificado, e a seis pontos do 5.º lugar).
Também em particular evidência esteve o Torres Novas, igualmente em fase muito positiva, tendo somado a quinta vitória consecutiva, impondo ao líder, U. Almeirim, a segunda derrota na prova, também por números convincentes (3-1). Por coincidência, um dos três clubes actualmente com maiores aspirações na Taça, nenhum dos quais conseguiu, nesta ronda, um resultado positivo.
Surpresas – Pese embora tenha sido obtido perante um adversário (também) em crise, o triunfo de uma equipa que seguia com uma terrível série de 14 desaires consecutivos não pode deixar de ser considerado, de alguma forma, surpreendente.
Foi o que sucedeu nos Riachos, com o Riachense a ganhar à equipa da Glória do Ribatejo por 5-4, num jogo empolgante, com várias reviravoltas no marcador, sendo que a surpresa é tão mais assinalável quanto, a cerca de um quarto de hora do fim, a turma da Glória mantinha ainda vantagem de 4-2, que adregara logo desde o início do segundo tempo, acabando por vir a baquear, com dois tentos sofridos nos derradeiros cinco minutos.
Um sinal de revolta do Riachense, como que a querer fazer “prova de vida” (está agora a dois pontos do Moçarriense… e a cinco da Glória), que poderá eventualmente traduzir-se num ponto de viragem, enquanto, em paralelo, não deixa de constituir um preocupante sintoma para o adversário (tendo encaixado, nas últimas cinco partidas disputadas, nada menos de 22 golos sofridos – tantos quantos os que marcou até agora em todo o campeonato –, sendo que todos esses encontros se saldaram por desaires).
Também o outro encontro entre “aflitos”, em Rio Maior, com os locais a baterem o Pego por tangencial 1-0, constituirá uma “meia surpresa”, atendendo aos sinais que vinham sendo transmitidos por ambos os conjuntos (o Rio Maior somava um único ponto na segunda volta, ao passo que os pegachos até tinham vencido fora duas jornadas antes); um forte passo atrás na recuperação ansiada pelos pegachos.
Em Tomar, o União recebia um adversário difícil, Mação (anterior Campeão Distrital, há duas épocas), num ciclo positivo de resultados. Mantendo a abordagem que tem sido característica nesta temporada, os unionistas assumiram, logo de entrada, a iniciativa do jogo, empurrando os maçaenses para a sua zona defensiva, porém sem resultados práticos. Seria já numa fase de maior equilíbrio que os tomarenses inaugurariam o marcador. Porém, voltando a revelar algumas falhas de concentração, sofreriam o golo do empate.
No segundo tempo, o cariz do desafio alterou-se substancialmente, com o conjunto nabantino como que a sofrer um “apagão”, consentindo que o adversário se assenhoreasse do domínio do jogo, não tendo sido surpresa que tivesse conseguido a reviravolta no marcador. O impacto seria minorado, mesmo ao “cair do pano”, com o tento do empate (2-2) a recompensar os esforços empreendidos na última fase do encontro.
Confirmações – Nos restantes três desafios, Fazendense (3-1 frente ao Moçarriense), Coruchense (3-0 ante o Ferreira do Zêzere) e Abrantes e Benfica (também 3-0, na recepção ao Samora Correia, outro dos semi-finalistas da Taça), confirmaram o favoritismo que lhes era creditado, consolidando as suas posições na disputa pela vice-liderança, em prejuízo do U. Tomar, agora já a seis pontos da formação das Fazendas de Almeirim (que, por outro lado, continuando a dar sequência a uma excelente campanha, “encurtou” para dez pontos o atraso face ao comandante).
II Divisão Distrital – O Alcanenense, arrancando uma igualdade a duas bolas no Entroncamento, garantiu matematicamente a qualificação para a fase final, de apuramento de Campeão e de disputa da promoção, com o novo clube da cidade ferroviária também muito próximo de alcançar igual objectivo. O Caxarias, ganhando ao U. Tomar “B” por 2-0, subiu ai 4.º lugar e “sonha” ainda com o 3.º posto (ocupado pelo Tramagal), enquanto o U. Atalaiense (derrotado por 0-1 pela Ortiga) poderá ter-se despedido de tais aspirações.
A Sul, o Pontével ganhou por categórico 4-1 na Golegã, reforçando a liderança. Benavente e Marinhais repartiram pontos, com o empate a um golo, o que possibilitou que o Espinheirense (2-0, na deslocação às Fazendas de Almeirim) ficasse um pouco mais “desafogado” no 3.º lugar. O Forense, que cedeu também igualdade (1-1) no “derby” em Salvaterra de Magos, atrasou-se.
Campeonato de Portugal – Na deslocação a Condeixa, o Fátima obteve um nulo de tendência mista: deixa-o mais longe dum hipotético 2.º lugar (agora pertença do B. C. Branco, a cinco pontos), mas é, noutra perspectiva, tranquilizador quanto à manutenção, dispondo agora de margem de segurança de nove pontos sobre a “linha de água” (a nove jornadas do final).
Uma vez mais o U. Santarém sofreu três golos, perdendo por 3-2 nos Açores, no terreno do líder, Praiense, mantendo a 15.ª posição, um ponto abaixo de tal linha delimitadora.
Antevisão – Neste fim-de semana ficarão definidos os finalistas da Taça do Ribatejo, restando saber se U. Tomar e U. Almeirim conseguirão confirmar, nos respectivos redutos, as (tangenciais) vantagens alcançadas em terreno alheio, na 1.ª mão.
Na II Divisão, destacam-se os seguintes embates, tendo sob mira a possibilidade de apuramento para a fase final: U. Atalaiense-Tramagal, Aldeiense-Caxarias e Pontével-Benavente.
No Campeonato de Portugal, o Fátima recebe o Oleiros (10.º), esperando-se que possa alcançar mais um resultado positivo; por seu lado, o U. Santarém terá a visita do Sertanense (4.º), um adversário difícil, numa fase em que urge somar pontos.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 12 de Março de 2020)
Liga Europa – 1/8 de Final (1.ª mão)
Istanbul Başakşehir – København – 1-0
Olympiakos – Wolverhampton – 1-1
Rangers – Bayer Leverkusen – 1-3
Wolfsburg – Shakhtar Donetsk – 1-2
Inter – Getafe – (Adiado)
Sevilla – Roma – (Adiado)
E. Frankfurt – Basel – 0-3
LASK Linz – Manchester United – 0-5
Liga dos Campeões – 1/8 Final (2.ª mão)
2ª mão 1ª mão Total P. St.-Germain - B. Dortmund 2-0 1-2 3-2 Manchester City - Real Madrid --- 2-1 --- Valencia - Atalanta 3-4 1-4 4-8 Liverpool - At. Madrid 2-3 (a.p.) 0-1 2-4 Bayern - Chelsea --- 3-0 --- Juventus - Lyon --- 0-1 --- RB Leipzig - Tottenham 3-0 1-0 4-0 Barcelona - Napoli --- 1-1 ---
Grandes clássicos das competições europeias – (7) Real Madrid – Ajax
Época Prova Ronda 1.ª Mão 2.ª mão 1967-68 TCE 1ª El.Ajax-Real Madrid 1-1 Real Madrid-Ajax 2-1 1972-73 TCE 1/2 Ajax-Real Madrid 2-1 Real Madrid-Ajax 0-1 1995-96 LCE Grupo Ajax-Real Madrid 1-0 Real Madrid-Ajax 0-2 2010-11 LCE Grupo Real Madrid-Ajax 2-0 Ajax-Real Madrid 0-4 2011-12 LCE Grupo Real Madrid-Ajax 3-0 Ajax-Real Madrid 0-3 2012-13 LCE Grupo Ajax-Real Madrid 1-4 Real Madrid-Ajax 4-1 2018-19 LCE 1/8 Ajax-Real Madrid 1-2 Real Madrid-Ajax 1-4 Balanço global J V E D GM GS Real Madrid - Ajax 14 8 1 5 27 – 15
Num confronto entre dois verdadeiros “clássicos” do futebol europeu, a memória mais presente será a da última temporada, com o Ajax a golear categoricamente (4-1), na 2.ª mão dos 1/8 de final da “Liga dos Campeões”, em pleno Estádio Santiago Bernabéu, assim colocando termo ao reinado de três anos do Real Madrid, com um fantástico ciclo de outros tantos troféus consecutivos conquistados na mais importante prova de clubes da Europa.
Mas, de facto, não é de agora a capacidade do Ajax de surpreender em Madrid, onde vencera já noutras duas ocasiões, em 1973 e em 1995. Aliás, o Real não conseguiu ainda ser completamente “feliz” em nenhuma das sete épocas em que encontrou este adversário.
A primeira vez que os caminhos de ambos os clubes se cruzaram – então com dois lendários treinadores nos respectivos bancos (Miguel Muñoz e Rinus Michels) – data já de há mais de 50 anos, na época de 1967-68, na 1.ª eliminatória da Taça dos Campeões Europeus, com a Real Madrid a seguir em frente, depois de empatar em Amesterdão, ganhando em casa por 2-1, apenas no prolongamento tendo conseguido desfazer a igualdade na eliminatória.
Os merengues – que, dois anos antes, tinham conquistado o sexto troféu na competição – afastariam ainda, de seguida, o Hvidovre (1/8 de final) e o Sparta de Praga, antes de caírem, nas meias-finais, aos pés do futuro Campeão Europeu, Manchester United. Quando ao Ajax, em que despontava Cruijff, ensaiava ainda os primeiros passos numa trajectória europeia que conduziria a quatro finais da prova nas cinco temporadas seguintes, com três títulos sucessivos conquistados.
Por curiosidade, o Real Madrid viria também a fazer parte desse percurso, precisamente no ano da conquista do terceiro troféu pelos holandeses (1972-73), tendo sido ultrapassado nas meias-finais, com duas vitórias do Ajax (liderado por Ștefan Kovács), por 2-1 em casa e por 1-0 em Madrid, com “os filhos de Deus” (Cruijff, Neeskens, Mühren ou Krol, entre outros, que estiveram na base da sensacional selecção da “laranja mecânica” de 1974) a ganharem, na Final de Belgrado, à Juventus, também mercê de um solitário golo, apontado por Johnny Rep.
Na sequência da já antes referida eliminatória da época passada, o Ajax voltaria a surpreender, indo ganhar também a Turim, frente à… Juventus (2-1), antes de acabar por ver o seu sonho ser abruptamente interrompido, nas meias-finais, pelo Tottenham, com um desaire caseiro, devido a um golo sofrido aos 96 minutos (depois de ter ido igualmente vencer a Londres, por 1-0)!
Ajax e Real Madrid integraram o mesmo grupo da “Liga dos Campeões” em quatro ocasiões: em 1995, e, depois, de forma sucessiva, em 2010, 2011 e 2012.
Na primeira dessas vezes, o grupo holandês (orientado por Louis van Gaal, com Kluivert, Seedorf, os gémeos De Boer, Davids, Litmanen ou Overmars) – então novamente detentor do título de Campeão da Europa, conquistado em Viena, ante o AC Milan (numa “desforra” da Final de 1969) – faria quase uma campanha “perfeita”, cedendo apenas um empate, tendo vencido ambos os desafios face ao Real Madrid: 1-0 em casa e 2-0 em Madrid, completando assim uma série de quatro triunfos em quatro jogos frente a este rival.
Os dois clubes avançariam para a fase a eliminar, com os espanhóis a ficar-se logo nessa primeira ronda (1/4 de final), batidos pela Juventus. Quando ao Ajax, começaria por eliminar o Borussia Dortmund, ganhando igualmente as duas partidas – completando então uma fantástica série (ainda hoje “record”, em termos de épocas sucessivas) de 21 jogos consecutivos de invencibilidade em competições europeias (incluindo a Supertaça) -, afastando de seguida o Panathinaikos, vindo, porém, a perder a Final de Roma, igualmente face à Juventus, no desempate da marca de grande penalidade, após empate a um golo.
Correram menos bem para os holandeses as “experiências” de 2010 a 2012 – coincidindo com as três épocas de José Mourinho ao comando técnico do Real Madrid -, com o emblema espanhol a sair vencedor de todos os seis encontros disputados, quase sempre com goleadas: 4-0, 3-0 e 4-1 em Amesterdão; 3-0 e 4-1 em Madrid (o resultado menos desequilibrado foi o 2-0 de Madrid, em 2010) – o que acabaria por resultar na eliminação do Ajax, em todas essas três temporadas, ainda na fase de grupos.
Na época de 2010-11, após golear por 4-0 em Amesterdão, o Real Madrid superaria o Lyon (1/8 de final) e Tottenham, antes de ser batido nas meias-finais pelo Barcelona, de Pep Guardiola (com um 0-2 no Santiago Bernabéu e empate em Camp Nou).
Na temporada seguinte, após um duplo 3-0 ante o Ajax – e uma rota 100% vitoriosa na fase de grupos -, o Real transporia, sem dificuldade, as duas primeiras rondas a eliminar, afastando CSKA de Moscovo e APOEL, quedando-se, outra vez, pelas meias-finais, perdendo no desempate da marca de grande penalidade ante o Bayern (de Heynckes), com Cristiano Ronaldo, Kaká e Sergio Ramos perdulários.
Por fim, em 2012-13 (num grupo fortíssimo, com Borussia Dortmund e Manchester City), outras duas vitórias do Real Madrid, desta feita por duplo 4-1 (com um “hat-trick” de Cristiano Ronaldo em Amesterdão), repetindo-se a história: os merengues ultrapassariam, nas duas eliminatórias iniciais, o Manchester United e o Galatasaray, vindo a baquear, pela terceira vez consecutiva, nas meias-finais (depois de uma incrível série de seis eliminações nos 1/8 de final, entre 2005 e 2010), no reencontro com o Borussia Dortmund, em função da goleada (1-4) sofrida na Alemanha (a tal partida do “poker” de Lewandowski), de nada valendo o 2-0 de Madrid.
Grandes clássicos das competições europeias – (8) Real Madrid – Borussia Dortmund
Época Prova Ronda 1.ª Mão 2.ª mão 1997-98 LCE 1/2 R.Madrid-B.Dortm. 2-0 B.Dortm.-R.Madrid 0-0 2002-03 LCE Grupo R.Madrid-B.Dortm. 2-1 B.Dortm.-R.Madrid 1-1 2012-13 LCE Grupo B.Dortm.-R.Madrid 2-1 R.Madrid-B.Dortm. 2-2 2012-13 LCE 1/2 B.Dortm.-R.Madrid 4-1 R.Madrid-B.Dortm. 2-0 2013-14 LCE 1/4 R.Madrid-B.Dortm. 3-0 B.Dortm.-R.Madrid 2-0 2016-17 LCE Grupo B.Dortm.-R.Madrid 2-2 R.Madrid-B.Dortm. 2-2 2017-18 LCE Grupo B.Dortm.-R.Madrid 1-3 R.Madrid-B.Dortm. 3-2 Balanço global J V E D GM GS Real Madrid - Borussia Dortmund 14 6 5 3 24 – 19
Real Madrid e Borussia Dortmund apenas há pouco mais de vinte anos se cruzaram pela primeira vez nas competições europeias, tendo todos os 14 jogos que disputaram sido realizados já no âmbito da Liga dos Campeões.
Tal como registado entre Barcelona e Celtic, também neste caso os dois clubes se cruzaram em eliminatórias por três ocasiões (duas delas nas meias-finais), tendo integrado o mesmo grupo da Liga dos Campeões em quatro temporadas, com a particularidade de se terem defrontado por quatro vezes na época de 2012-13.
O balanço global é claramente favorável ao Real Madrid (seis vitórias a três), tendo, paralelamente, ganho duas das três eliminatórias entre ambos.
Em 1997-98, a meia-final ante o então Campeão Europeu em título, B. Dortmund, foi o passaporte do Real – ganhando 2-0 em casa (com uma história caricata pelo meio) e empatando na Alemanha – para a Final de Amesterdão, na qual (batendo a Juventus por 1-0) conquistaria (então sob o comando técnico de Jupp Heynckes, contando com nomes como os de Roberto Carlos, Seedorf e Morientes) a sua primeira “Liga dos Campeões”, sagrando-se Campeão Europeu pela 7.ª vez, assim colocando, enfim, termo a um prolongado jejum, que perdurava há 32 anos.
Na temporada de 2012-13 – já depois de se terem cruzado na fase de Grupos, com triunfo caseiro do Borussia e empate em Madrid, tendo seguido ambos os clubes em frente, para a fase a eliminar -, a formação de Dortmund impôs-se nas meias-finais, após uma goleada por 4-1 no Westfalenstadion, assinalada com um magnífico “poker” de Robert Lewandowski, com Jürgen Klopp a bater José Mourinho e… Cristiano Ronaldo (autor do “tento de honra” dos merengues). O emblema germânico viria, contudo, a perder a Final, no Estádio de Wembely, ante a também equipa alemã do Bayern.
O Real Madrid (agora liderado por Carlo Ancelotti, com Pepe, Fábio Coentrão e Cristiano Ronaldo na equipa) voltaria a ter sucesso após eliminar o B. Dortmund, em 2013-14 (vitória por 3-0 em casa, tendo sofrido em Dortmund, onde perdeu 0-2, com Iker Casillas a “salvar” a eliminatória) – desforrando-se assim da desfeita da edição precedente -, numa época em que tornou a afastar nas meias-finais o então detentor do título, neste caso o Bayern, com um categórico 4-0 em Munique, antes de conquistar a “10.ª”, na Final de Lisboa (Estádio da Luz), batendo o At. Madrid por 4-1 (depois de ter chegado ao empate já em tempo de compensação, marcando mais três golos no prolongamento).
Antes, em 2002-03, Real e Borussia tinham-se encontrado na segunda fase de Grupos, com uma vitória dos espanhóis (2-1) e uma igualdade (1-1), o que ditaria o apuramento do conjunto de Madrid, em detrimento do de Dortmund (3.º classificado, num grupo vencido pelo AC Milan). O Real Madrid afastaria, nos 1/4 de final, o Manchester United, vindo, todavia, interrompida a sua campanha nas meias-finais, eliminado pela Juventus.
Em anos mais recentes, registam-se dois empates a duas bolas, em 2016-17, e duas vitórias do Real Madrid, na edição imediata da “Champions”.
Na primeira destas duas temporadas, o Borussia Dortmund afastaria o Benfica (1/8 de final), antes de ser eliminado pelo Monaco, tendo, surpreendentemente, perdido os jogos das duas mãos. Por seu lado, o Real Madrid daria seguimento a mais uma campanha de êxito, coroada com a conquista do seu 12.º título de Campeão Europeu, tendo suplantado, sucessivamente: Napoli (dois triunfos, nos 1/8 de final), Bayern (ganhando também os dois desafios, o segundo após prolongamento) e At. Madrid (batido por 3-0 no “Santiago Bernabéu”), goleando a Juventus, na Final de Cardiff, por convicente marca de 4-1.
Em 2017-18, os dois desaires sofridos pela turma alemã custar-lhe-iam a eliminação na fase de Grupos (3.º lugar, num grupo vencido pelo Tottenham). O Real Madrid voltaria a ter um percurso triunfal, que lhe proporcionaria sagrar-se vencedor da “Liga dos Campeões” pela 7.ª vez (passando a somar um fantástico total de 13 títulos de Campeão Europeu!), tendo afastado o Paris Saint-Germain (2 vitórias nos 1/8 de final), a Juventus (com um 3-0 em Turim, com um assombroso golo de Cristiano Ronaldo, tendo sofrido em Madrid, onde somente ao 98.º minuto, conseguiu desempatar a eliminatória, outra vez por Cristiano) e o Bayern (ganhando em Munique e empatando em casa), culminando na vitória na Final, em Kiev, ante o Liverpool (3-1), no jogo de despedida do português do clube branco, assim como do treinador Zinédine Zidane (entretanto já regressado), ambos também aureolados com a conquista de três títulos europeus consecutivos.
O Pulsar do Campeonato – 20ª Jornada
(“O Templário”, 05.03.2020)
Se qualquer hipotética dúvida pudesse ainda subsistir sobre o desfecho do campeonato distrital da I Divisão da presente época, a 20.ª jornada dissipou-a de forma cabal, com o U. Almeirim a golear o Coruchense, ampliando para 13 pontos a sua vantagem na liderança, a maior diferença verificada entre os dois primeiros classificados, nesta fase da prova, pelo menos na última década.
Destaques – Depois do “tropeção” no Cartaxo – no que constitui a única perda de pontos até agora sofrida na presente temporada, também um “record” (57 pontos em 60 possíveis) –, o U. Almeirim fora já vencer, para a Taça, no terreno do Fazendense (agora, de novo, na 2.ª posição), a que se seguiu, de imediato, a recepção ao Coruchense, que, no entretanto, subira ao 2.º lugar.
Não vacilando, uma vez mais bastante cedo resolvendo a contenda a seu favor, os almeirinenses só pararam a contagem nos 5-0, a colocar também em evidência as fragilidades defensivas da turma do Sorraia (apenas metade dos concorrentes tem agora mais golos sofridos), que, aliás, consentira também já cinco tentos na deslocação a Tomar, frente ao U. Tomar, em jogo da Taça.
Nos dois embates ante este adversário, registando um “score” agregado de 8-1, tal traduz uma demonstração inequívoca da superioridade do grupo de Almeirim nesta competição.
Realce ainda, nesta ronda, para outra goleada, imposta pelo Torres Novas na Glória do Ribatejo, onde, depois de aí ter sido surpreendido na época passada – para além de, na primeira volta, ter cedido uma igualdade a um golo –, se desforrou agora com categórico 7-1, marca a suscitar interrogações sobre o comportamento da equipa da casa no que resta deste campeonato.
Também o Amiense esteve em evidência, ao defrontar e ganhar (2-1) – mesmo actuando “à porta fechada” – na recepção ao Abrantes e Benfica (clube que, antes deste encontro, partilhava o 3.º posto com o Fazendense, sendo agora 4.º classificado, mas continuando “de olhos postos” no 2.º lugar). Com mais esta importante vitória, o conjunto de Amiais de Baixo mantém absoluta tranquilidade a meio da tabela, repartindo a 8.ª posição com o Torres Novas, agora “só” a quatro pontos do Cartaxo e Mação (6.º/7.º classificados)… e a oito do U. Tomar (5.º).
Surpresas – A maior surpresa do fim-de-semana registou-se em Ferreira do Zêzere, onde os locais, que tinham perdido todos os quatro desafios anteriores, nesta segunda volta, recebiam o Cartaxo, o qual, ao invés, mantinha em curso uma série de quatro triunfos sucessivos, entre eles a tal vitória ante o comandante, na jornada anterior. Ora, contra o que seriam as expectativas gerais, os ferreirenses conseguiriam mesmo impor-se no marcador, vencendo por tangencial 1-0, ficando virtualmente a salvo de qualquer teórico imprevisto até final do campeonato.
Outra (meia-)surpresa foi protagonizada pelo Samora Correia, no segundo de três embates agendados com o U. Tomar. Depois da derrota da semana anterior, para a Taça, as coisas não poderiam ter começado pior para os samorenses, que, logo nos minutos iniciais, se viram em desvantagem no marcador. Não se deixando abater animicamente, os homens da casa, com atitude determinada, foram em busca do golo, que viriam a conseguir, fruto da sua maior intensidade.
Já na fase derradeira do encontro, aproveitando algum risco então assumido pelos nabantinos, o Samora Correia seria feliz, chegando mesmo ao golo da vitória (2-1), a escassos dois minutos do fim, premiando o esforço dos seus jogadores, e, ao mesmo tempo, deixando um sério alerta para o decisivo confronto de 15 de Março, do qual resultará o acesso de um dos clubes à final da Taça.
Confirmações – Fazendense e Mação tinham deslocações que, atendendo à carência de pontos dos adversários, se poderiam eventualmente vir a revelar-se problemáticas. Tal acabaria por não se verificar, pelo que os visitantes puderam confirmar o respectivo favoritismo, triunfando ambos, pela mesma marca (2-0), o que, como referido, proporcionou aos homens das Fazendas recuperar o 2.º lugar, enquanto os maçaenses continuarão a espreitar a possibilidade de ascender na tabela.
II Divisão Distrital – Na série mais a Norte, no principal desafio da jornada 17, U. Atalaiense e Entroncamento não desfizeram o nulo inicial, um desfecho mais do agrado da turma da cidade ferroviária – única que se mantém invicta –, que assim mantém uma confortável margem de nove pontos sobre o 4.º classificado, precisamente a formação da Atalaia.
Quanto ao líder, Alcanenense, com a vitória por 3-0 sobre o Abrantes e Benfica “B” terá já garantido o apuramento para a fase final. O Caxarias, perdendo por 3-2 em Ferreira do Zêzere ficou mais longe da possibilidade de chegar ainda ao 3.º lugar (ocupado pelo Tramagal, que ganhou 2-1 à Ortiga), agora a sete pontos, quanto restam por disputar quatro jogos a cada equipa.
A Sul, o líder, Pontével, afirmou a sua posição, goleando o Fazendense “B” por 7-1 (terceira vez que esta equipa sofre sete golos, em cinco jogos da segunda volta da prova), tendo o Marinhais vencido também por números categóricos (3-0) o Goleganense. Espinheirense (2-1 ao Benfica do Ribatejo) e Benavente (3-1 no Porto Alto) aproveitaram a folga do Forense para subir, respectivamente, ao 3.º e 4.º lugares, mas a disputa subsiste em aberto entre os cinco primeiros.
Campeonato de Portugal – O Fátima obteve uma animadora vitória (3-0) ante o Sp. Ideal, ocupando agora a 6.ª posição da sua série (a cinco pontos do 2.º classificado, agora o Anadia), mas, porventura com maior relevância, tendo atingido os 36 pontos (em 24 jornadas), mantendo uma boa margem de segurança, de oito pontos, sobre a “linha de água”, a dez rondas do final.
Quanto ao U. Santarém, voltou a sofrer três golos e, mesmo actuando no seu reduto, não conseguiu evitar a derrota, frente a uma equipa do Condeixa em percurso ascensional (já no 7.º posto), perdendo por 2-3, voltando, pois, a cair na zona de despromoção, pese embora um único ponto abaixo do Águeda, a dois de U. Leiria e Marinhense e a três do Oleiros (10.º classificado).
Antevisão – Na I Divisão Distrital, o interesse estará centrado nas partidas Torres Novas-U. Almeirim e U. Tomar-Mação, e, noutro plano, da luta pela “sobrevivência”, no Rio Maior-Pego e no Riachense-Glória do Ribatejo, com o emblema dos Riachos a ter uma das últimas oportunidades de poder ainda reverter o que parece ser um destino cada vez mais anunciado.
No escalão secundário, atenções focadas no desafio entre os dois primeiros da série A, Entroncamento-Alcanenense, para além do Ortiga- U. Atalaiense e Caxarias-U. Tomar “B”. Na série B, o jogo de maior relevo será o Benavente-Marinhais, para além do Salvaterrense-Forense.
No Campeonato de Portugal, o U. Santarém viaja até aos Açores, para defrontar o líder incontestado, Praiense, que parece já algo em descompressão, na expectativa da fase final, o que estará longe de significar que as dificuldades possam ser diminutas; por seu lado, o Fátima enfrenta também um duro teste, na visita a Condeixa.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 5 de Março de 2020)