Grandes clássicos das competições europeias – (7) Real Madrid – Ajax
11 Março, 2020 at 7:00 pm Deixe um comentário
Época Prova Ronda 1.ª Mão 2.ª mão 1967-68 TCE 1ª El.Ajax-Real Madrid 1-1 Real Madrid-Ajax 2-1 1972-73 TCE 1/2 Ajax-Real Madrid 2-1 Real Madrid-Ajax 0-1 1995-96 LCE Grupo Ajax-Real Madrid 1-0 Real Madrid-Ajax 0-2 2010-11 LCE Grupo Real Madrid-Ajax 2-0 Ajax-Real Madrid 0-4 2011-12 LCE Grupo Real Madrid-Ajax 3-0 Ajax-Real Madrid 0-3 2012-13 LCE Grupo Ajax-Real Madrid 1-4 Real Madrid-Ajax 4-1 2018-19 LCE 1/8 Ajax-Real Madrid 1-2 Real Madrid-Ajax 1-4 Balanço global J V E D GM GS Real Madrid - Ajax 14 8 1 5 27 – 15
Num confronto entre dois verdadeiros “clássicos” do futebol europeu, a memória mais presente será a da última temporada, com o Ajax a golear categoricamente (4-1), na 2.ª mão dos 1/8 de final da “Liga dos Campeões”, em pleno Estádio Santiago Bernabéu, assim colocando termo ao reinado de três anos do Real Madrid, com um fantástico ciclo de outros tantos troféus consecutivos conquistados na mais importante prova de clubes da Europa.
Mas, de facto, não é de agora a capacidade do Ajax de surpreender em Madrid, onde vencera já noutras duas ocasiões, em 1973 e em 1995. Aliás, o Real não conseguiu ainda ser completamente “feliz” em nenhuma das sete épocas em que encontrou este adversário.
A primeira vez que os caminhos de ambos os clubes se cruzaram – então com dois lendários treinadores nos respectivos bancos (Miguel Muñoz e Rinus Michels) – data já de há mais de 50 anos, na época de 1967-68, na 1.ª eliminatória da Taça dos Campeões Europeus, com a Real Madrid a seguir em frente, depois de empatar em Amesterdão, ganhando em casa por 2-1, apenas no prolongamento tendo conseguido desfazer a igualdade na eliminatória.
Os merengues – que, dois anos antes, tinham conquistado o sexto troféu na competição – afastariam ainda, de seguida, o Hvidovre (1/8 de final) e o Sparta de Praga, antes de caírem, nas meias-finais, aos pés do futuro Campeão Europeu, Manchester United. Quando ao Ajax, em que despontava Cruijff, ensaiava ainda os primeiros passos numa trajectória europeia que conduziria a quatro finais da prova nas cinco temporadas seguintes, com três títulos sucessivos conquistados.
Por curiosidade, o Real Madrid viria também a fazer parte desse percurso, precisamente no ano da conquista do terceiro troféu pelos holandeses (1972-73), tendo sido ultrapassado nas meias-finais, com duas vitórias do Ajax (liderado por Ștefan Kovács), por 2-1 em casa e por 1-0 em Madrid, com “os filhos de Deus” (Cruijff, Neeskens, Mühren ou Krol, entre outros, que estiveram na base da sensacional selecção da “laranja mecânica” de 1974) a ganharem, na Final de Belgrado, à Juventus, também mercê de um solitário golo, apontado por Johnny Rep.
Na sequência da já antes referida eliminatória da época passada, o Ajax voltaria a surpreender, indo ganhar também a Turim, frente à… Juventus (2-1), antes de acabar por ver o seu sonho ser abruptamente interrompido, nas meias-finais, pelo Tottenham, com um desaire caseiro, devido a um golo sofrido aos 96 minutos (depois de ter ido igualmente vencer a Londres, por 1-0)!
Ajax e Real Madrid integraram o mesmo grupo da “Liga dos Campeões” em quatro ocasiões: em 1995, e, depois, de forma sucessiva, em 2010, 2011 e 2012.
Na primeira dessas vezes, o grupo holandês (orientado por Louis van Gaal, com Kluivert, Seedorf, os gémeos De Boer, Davids, Litmanen ou Overmars) – então novamente detentor do título de Campeão da Europa, conquistado em Viena, ante o AC Milan (numa “desforra” da Final de 1969) – faria quase uma campanha “perfeita”, cedendo apenas um empate, tendo vencido ambos os desafios face ao Real Madrid: 1-0 em casa e 2-0 em Madrid, completando assim uma série de quatro triunfos em quatro jogos frente a este rival.
Os dois clubes avançariam para a fase a eliminar, com os espanhóis a ficar-se logo nessa primeira ronda (1/4 de final), batidos pela Juventus. Quando ao Ajax, começaria por eliminar o Borussia Dortmund, ganhando igualmente as duas partidas – completando então uma fantástica série (ainda hoje “record”, em termos de épocas sucessivas) de 21 jogos consecutivos de invencibilidade em competições europeias (incluindo a Supertaça) -, afastando de seguida o Panathinaikos, vindo, porém, a perder a Final de Roma, igualmente face à Juventus, no desempate da marca de grande penalidade, após empate a um golo.
Correram menos bem para os holandeses as “experiências” de 2010 a 2012 – coincidindo com as três épocas de José Mourinho ao comando técnico do Real Madrid -, com o emblema espanhol a sair vencedor de todos os seis encontros disputados, quase sempre com goleadas: 4-0, 3-0 e 4-1 em Amesterdão; 3-0 e 4-1 em Madrid (o resultado menos desequilibrado foi o 2-0 de Madrid, em 2010) – o que acabaria por resultar na eliminação do Ajax, em todas essas três temporadas, ainda na fase de grupos.
Na época de 2010-11, após golear por 4-0 em Amesterdão, o Real Madrid superaria o Lyon (1/8 de final) e Tottenham, antes de ser batido nas meias-finais pelo Barcelona, de Pep Guardiola (com um 0-2 no Santiago Bernabéu e empate em Camp Nou).
Na temporada seguinte, após um duplo 3-0 ante o Ajax – e uma rota 100% vitoriosa na fase de grupos -, o Real transporia, sem dificuldade, as duas primeiras rondas a eliminar, afastando CSKA de Moscovo e APOEL, quedando-se, outra vez, pelas meias-finais, perdendo no desempate da marca de grande penalidade ante o Bayern (de Heynckes), com Cristiano Ronaldo, Kaká e Sergio Ramos perdulários.
Por fim, em 2012-13 (num grupo fortíssimo, com Borussia Dortmund e Manchester City), outras duas vitórias do Real Madrid, desta feita por duplo 4-1 (com um “hat-trick” de Cristiano Ronaldo em Amesterdão), repetindo-se a história: os merengues ultrapassariam, nas duas eliminatórias iniciais, o Manchester United e o Galatasaray, vindo a baquear, pela terceira vez consecutiva, nas meias-finais (depois de uma incrível série de seis eliminações nos 1/8 de final, entre 2005 e 2010), no reencontro com o Borussia Dortmund, em função da goleada (1-4) sofrida na Alemanha (a tal partida do “poker” de Lewandowski), de nada valendo o 2-0 de Madrid.
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