Archive for Junho, 2014

U. Tomar – Centenário (XXXIX)

Centenario - 39

(“O Templário”, 26.06.2014)

Na época de 1990-91, regressado à II Divisão Nacional (para um ciclo final de três temporadas), o União de Tomar enfrentaria uma luta tenaz, até ao último minuto da derradeira jornada, para garantir a manutenção – num ano em que foram despromovidos os oito últimos classificados –, tendo averbado, não obstante, um registo de 12 jogos consecutivos de invencibilidade.Também na Taça de Portugal o clube teria uma carreira digna de menção… que culminaria com o regresso ao Estádio da Luz: a 27 de Fevereiro de 1991, dava-se o último reencontro com o Benfica.

Num jogo de festa, a resistência unionista não duraria contudo mais do que 21 minutos, altura em que sofreu o primeiro golo, para, logo de seguida, num intervalo de escassos segundos (entre o minuto 29 e 30) ver o marcador ampliar-se para 0-3, com dois tentos de Magnusson. O segundo tempo correria muito melhor, com o União a conseguir uma “igualdade”, a um golo: Moreno reduziu para 1-3, e só já no “cair do pano”, os benfiquistas voltariam a marcar, por Sanchez, fixando o resultado em 4-1, desfecho que denota ilusórias facilidades:

«Claro que não houve apenas amolecimento e desinspiração benfiquista mas também, em apreciável grau, mérito e qualidade de jogo por parte dos animosos visitantes, tacticamente conscientes, tecnicamente válidos, com personalidades em destaque como, por exemplo, o «te[e]nager» Moreno, mais aplaudido pelos sócios do clube da Luz do que quase todos os «craques» benfiquistas. […]

Quando, a meio do 2.º tempo, os «rubro-negros» de Tomar reduziram para 3-1, a reviravolta exibicional tornou-se chocante e a hipótese dos 2-3 pairou no estádio, entre assobios a Isaías e a Matts e palmas vibrantes para Moreno e para o generoso paraguaio [chileno] Romero.

Quem poderia supor!

Um bom «keeper» – e não só…

Boa impressão deixou a turma visitante nesta «saltada» original até Lisboa. Em 5x3x2, muito «arrumadinho», o U. Tomar botou figura nos primeiros 20 minutos de claro pendor atacante benfiquista, dando a conhecer um bom guarda-redes (Nélson) e resultando o expediente de trazer cá para trás um ponta-de-lança de bom arcaboiço e bastante «calo» como o «trintão» Plemen. […]

No 2.º tempo, sentindo-se menos secundária, a turma de Tomar ousou mais e, no minuto 61, Ferreira poderia ter marcado, assustando o «espectador» Silvino.

Da ameaça ao golo foi um quase-nada: em contra-ataque, Moreno «sprintou» muito bem, foi feliz no ressalto em choque com o «capitão» benfiquista e, completamente só, a 20 metros da linha de golo, vibrou à grande com a sua proeza, difícil de esquecer. […]

Bem esteve o União – tacticamente e em equilíbrio emocional. Nelson, Alexandrov, Ferreira e Moreno deixaram-nos bastante boa impressão. E também Eira, um defesa «mini» de atenção «maxi», um topa-a-tudo eficaz na cortina defensiva. Passar assim pela «Taça» valeu a pena…»(1)

«Parabéns a João Barnabé e à equipa, muito vistosa, muito disciplinada e com a preocupação de jogar bem.»(2)

____________

(1) Cf. “Gazeta dos Desportos”, 1 de Março de 1991 – Crónica de David Sequerra
(2) Cf. “A Bola”, 28 de Fevereiro de 1991 – Crónica de Aurélio Márcio

29 Junho, 2014 at 11:00 am Deixe um comentário

100 anos do espoletar da I Guerra Mundial

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(via The New York Times)

28 Junho, 2014 at 3:27 pm Deixe um comentário

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(28.06.2003 – 28.06.2014 – 11 anos de Memória Virtual)

28 Junho, 2014 at 9:00 am Deixe um comentário

800 anos do mais antigo documento régio escrito em português

Testamento Afonso II

(via)

A propósito dos 800 anos do mais antigo documento régio escrito em português (testamento de D. Afonso II), que hoje se comemoram, recupero um artigo aqui publicado em Junho de 2008:

É um costume reconhecido que, para que as coisas e os feitos se não percam no esquecimento, sejam confiados à fé das escrituras, porque tudo o que piedosamente for feito pelos bons, a não ser que seja passado a escrito, poderá vir a ser destruído pelos vindouros, quando não a cupidez os faça rebeldes às obras de caridade dos padres precedentes *

Memória do Português escrito

A escrita em português tem os seus antecedentes em textos latino-portugueses, prévios inclusivamente à própria fundação da nacionalidade, provenientes do mosteiro de São Cristóvão de Rio Tinto, datados de 1101 e 1125.

As manifestações iniciais do português escrito serão observáveis apenas a partir da segunda metade do século XII, constituindo-se porventura como textos mais antigos: a “Notícia de Fiadores de Paio Soares Romeu” (datado de 1175); e a “anotação de despesas de Pedro Parada” e o “Pacto entre Gomes Pais e Ramiro Pais” – estes não datados, mas presumivelmente escritos também em data aproximada.

Porém, esta classificação não está isenta de discórdia, em particular quanto ao atributo de “escritos em português” de certos textos, havendo quem advogue que o texto mais antigo que poderá merecer tal qualificativo dataria apenas de 1214 (“Notícia de Torto”) – opinião, ainda assim, não consensual, dado poder também considerar-se um documento “híbrido latino-português”.

Por outro lado, também o mais antigo documento régio escrito em português data de 1214, correspondendo ao testamento de D. Afonso II.

No período de 80 anos que decorre entre 1175 e 1255 (data dos mais antigos documentos em português produzidos na chancelaria do rei D. Afonso III), foram identificados cerca de 30 textos escritos em português – “produção primitiva”, constituída por documentos particulares, de carácter notarial –, levantando-se, também neste caso, alguma controvérsia, por um lado quanto ao qualificativo sobre a língua de escrita, por outro lado, quanto à (não) datação de alguns desses documentos.

Esses documentos correspondiam essencialmente a “notícias” (respeitando efectivamente a listas ou inventários), género diplomático que tinha por finalidade o registo de determinados factos, em ordem à preservação da sua memória.

Apenas o rei D. Dinis, a partir de 1279, determinaria o uso generalizado do português na chancelaria régia, de que decorreria um acréscimo relevante da produção documental em português no último decénio do século XIII, que só na centúria seguinte viria a assumir primazia face ao latim.

Não obstante, pode afirmar-se com elevado grau de certeza que, ainda antes do termo do século XII, o português escrito não era exclusivo da produção notarial, sendo já utilizado também a nível literário (arte poética dos trovadores, em folhas soltas, depois reunidas em cancioneiros), a qual se alargaria à prosa a partir de meados do século XIII, surgindo D. Afonso III como introdutor em Portugal do romance de cavalaria.

Numa época em que o digital ganha terreno ao texto impresso em papel, ainda uma pequena curiosidade a propósito do mais antigo texto conhecido escrito em papel em Portugal, datado de 1268, conforme documento em arquivo na Torre do Tombo, em Lisboa.

(Para saber mais, pode consultar o texto de base bibliográfica a este artigo: “O primeiro século do português escrito“, Ana Maria Martins)

* Soeiro, presbítero, Alcobaça, 1190 – Instituto dos Arquivos Nacionais – Torre do Tombo – Mosteiro de Alcobaça, 1ª incorp., Documentos Particulares, M.º 2, Doc. 12 – citado por Saul António Gomes, “Entre memória e história: os primeiros tempos da Abadia de Santa Maria de Alcobaça (1152-1215)”

27 Junho, 2014 at 9:30 am Deixe um comentário

«The Clubs that connect the World Cup»

Mundial-Jogadores-Clubes

(The New York Times)

 

26 Junho, 2014 at 9:59 pm Deixe um comentário

Mundial 2014 – 1/8 Final

    1/8 FINAL              1/4 FINAL         1/2 FINAIS             FINAL

BrasilChile--- ......--- ColômbiaUruguai--- ......---

FrançaNigéria--- ...- ......--- AlemanhaArgélia---


HolandaMéxico--- ......--- Costa RicaGrécia--- ...-

ArgentinaSuíça--- ......--- ......--- BélgicaEUA--- ......---

26 Junho, 2014 at 9:57 pm Deixe um comentário

Mundial 2014 – Resultados e Classificações – 3ª jornada

GRUPO A        Jg  V  E  D   G  Pt  Brasil-Croácia........3-1
Brasil     Brasil  3  2  1  -  7-2  7  México-Camarões.......1-0
México     México  3  2  1  -  4-1  7  Brasil-México.........0-0
Croácia    Croácia  3  1  -  2  6-6  3  Camarões-Croácia......0-4
Camarões   Camarões  3  -  -  3  1-9  -  Camarões-Brasil.......1-4
                                    Croácia-México........1-3

GRUPO B        Jg  V  E  D   G  Pt  Espanha-Holanda.......1-5
Holanda    Holanda  3  3  -  - 10-3  9  Chile-Austrália.......3-1
Chile      Chile  3  2  -  1  5-3  6  Austrália-Holanda.....2-3
Espanha    Espanha  3  1  -  2  4-7  3  Espanha-Chile.........0-2
Austrália  Austrália  3  -  -  3  3-9  -  Austrália-Espanha.....0-3
                                    Holanda-Chile.........2-0

GRUPO C        Jg  V  E  D   G  Pt  Colômbia-Grécia.......3-0
Colômbia   Colômbia  3  3  -  -  9-2  9  C. Marfim-Japão.......2-1
Grécia     Grécia  3  1  1  1  2-4  4  Colômbia-C. Marfim....2-1
C. Marfim  Costa do Marfim  3  1  -  2  4-5  3  Japão-Grécia..........0-0
Japão      Japão  3  -  1  2  2-6  1  Japão-Colômbia........1-4
                                    Grécia-C. Marfim......2-1

GRUPO D        Jg  V  E  D   G  Pt  Uruguai-Costa Rica....1-3
Costa Rica Costa Rica  3  2  1  -  4-1  7  Inglaterra-Itália.....1-2
Uruguai    Uruguai  3  2  -  1  4-4  6  Uruguai-Inglaterra....2-1
Itália     Itália  3  1  -  2  2-3  3  Itália-Costa Rica.....0-1
Inglaterra Inglaterra  3  -  1  2  2-4  1  Itália-Uruguai........0-1
                                    Costa Rica-Inglaterra.0-0

GRUPO E        Jg  V  E  D   G  Pt  Suíça-Equador.........2-1
França     França  3  2  1  -  8-2  7  França-Honduras.......3-0
Suíça      Suíça  3  2  -  1  7-6  6  Suíça-França..........2-5
Equador    Equador  3  1  1  1  3-3  4  Honduras-Equador......1-2
Honduras   Honduras  3  -  -  3  1-8  -  Honduras-Suíça........0-3
                                    Equador-França........0-0

GRUPO F        Jg  V  E  D   G  Pt  Argentina-Bósnia-Herz.2-1
Argentina  Argentina  3  3  -  -  6-3  9  Irão-Nigéria..........0-0
Nigéria    Nigéria  3  1  1  1  3-3  4  Argentina-Irão........1-0
Bósnia-HerzBósnia-Herzegovina  3  1  -  2  4-4  3  Nigéria-Bósnia-Herz...1-0
Irão       Irão  3  -  1  2  1-4  1  Nigéria-Argentina.....2-3
                                    Bósnia-Herz.-Irão.....3-1

GRUPO G        Jg  V  E  D   G  Pt  Alemanha-Portugal.....4-0
Alemanha   Alemanha  3  2  1  -  7-2  7  Gana-EUA..............1-2
EUA        EUA  3  1  1  1  4-4  4  Alemanha-Gana.........2-2
Portugal   Portugal  3  1  1  1  4-7  4  EUA-Portugal..........2-2
Gana       Gana  3  -  1  2  4-6  1  EUA-Alemanha..........0-1
                                    Portugal-Gana.........2-1

GRUPO H        Jg  V  E  D   G  Pt  Bélgica-Argélia.......2-1
Bélgica    Bélgica  3  3  -  -  4-1  9  Rússia-Coreia Sul.....1-1
Argélia     Argélia 3  1  1  1  6-5  4  Bélgica-Rússia........1-0
Rússia     Rússia  3  -  2  1  2-3  2  Coreia Sul-Argélia....2-4
Coreia Sul Coreia Sul  3  -  1  2  3-6  1  Coreia Sul-Bélgica....0-1
                                    Argélia-Rússia........1-1

Melhores marcadores

4 golos – Neymar (Brasil), Lionel Messi (Argentina) e Thomas Müller (Alemanha)

3 golos – Arjen Robben (Holanda), Robin van Persie (Holanda), Karim Benzema (França), Enner Valencia (Equador), James Rodriguez (Colômbia) e Xherdan Shaqiri (Suíça)

2 golos – Tim Cahill (Austrália), Mario Mandžukić (Croácia), Gervinho (Costa do Marfim), Luis Suárez (Uruguai), André Ayew (Gana), Clint Dempsey (EUA), Memphis Depay (Holanda), Ivan Perišić (Croácia), Wilfried Bony (Costa do Marfim), Jackson Martinez (Colômbia), Ahmed Musa (Nigéria), Asamoah Gyan (Gana) e Islam Slimani (Argélia)

Marcadores (3.ª jornada) – David Villa (Espanha), Fernando Torres (Espanha), Leroy Fer (Holanda), Juan Mata (Espanha), Memphis Depay (Holanda), Neymar (Brasil), Joël Matip (Camarões), Neymar (Brasil), Fred (Brasil), Rafael Márquez (México), Andres Guardado (México), Javier Hernández (México), Fernandinho (Brasil), Ivan Perišić (Croácia), Diego Godín (Uruguai), Juan Cuadrado (Colômbia), Andreas Samaris (Grécia), Shinji Okazaki (Japão), Jackson Martinez (Colômbia), Wilfried Bony (Costa do Marfim), Jackson Martinez (Colômbia), James Rodriguez (Colômbia), Georgios Samaras (Grécia), Lionel Messi (Argentina), Ahmed Musa (Nigéria), Edin Dzeko (Bósnia-Herzegovina), Lionel Messi (Argentina), Ahmed Musa (Nigéria), Marcos Rojo (Argentina), Miralem Pjanić (Bósnia-Herzegovina), Reza Ghoochannejhad (Irão), Avdija Vrsajevic (Bósnia-Herzegovina), Xherdan Shaqiri (Suíça) – 3, John Boye (Gana – p.b.), Thomas Müller (Alemanha), Asamoah Gyan (Gana), Cristiano Ronaldo (Portugal), Alexandr Kokorin (Rússia), Islam Slimani (Argélia) e Jan Vertonghen (Bélgica)

É o seguinte o alinhamento dos jogos dos 1/8 Final:

  •  28.06.2014 (17h00) – Brasil – Chile (Belo Horizonte)
  •  28.06.2014 (21h00) – Colômbia – Uruguai (Rio de Janeiro)
  •  29.06.2014 (17h00) – Holanda – México (Fortaleza)
  •  29.06.2014 (21h00) – Costa Rica – Grécia (Recife)
  •  30.06.2014 (17h00) – França – Nigéria (Brasília)
  •  30.06.2014 (21h00) – Alemanha – Argélia (Porto Alegre)
  •  01.07.2014 (17h00) – Argentina – Suíça (São Paulo)
  •  01.07.2014 (21h00) – Bélgica – EUA (Salvador)

Destaque para o número de selecções americanas apuradas para os 1/8 Final (oito, incluindo três da “CONCACAF” – somente tendo sido eliminadas as selecções do Equador e das Honduras), em contraponto com apenas seis da Europa (que perdeu portanto sete dos seus representantes – entre eles 3 dos semi-finalistas do EURO 2012, Espanha, Itália e Portugal, para além da Inglaterra), tendo África conseguido apurar, pela primeira vez, duas selecções para os 1/8 Final.

26 Junho, 2014 at 9:55 pm Deixe um comentário

Mundial 2014 – Portugal – Gana

Portugal Gana 2-1

Portugal Beto (89m – Eduardo); João Pereira (61m – Silvestre Varela), Pepe, Bruno Alves e Miguel Veloso; Nani, João Moutinho, William Carvalho e Rúben Amorim; Cristiano Ronaldo e Éder (69m – Vieirinha)

Gana Abdul Fatawu Dauda; Harrison Afull, John Boye, Jonathan Mensah e Kwadwo Asamoah; Christian Atsu, Mohammed Rabiu (76m – Afriyie Acquah), Emmanuel Agyemang-Badu e André Ayew (81m – Wakaso Mubarak); Abdul Majeed Waris (71m – Jordan Ayew) e Asamoah Gyan

1-0 – John Boye (p.b.) – 31m
1-1 – Asamoah Gyan – 57m
2-1 – Cristiano Ronaldo – 80m

Perante o conformismo que parecia ter-se instalado na selecção portuguesa, já (bastante) descrente na (remota) possibilidade de apuramento, pedia-se, em primeiro lugar, dignidade, e, preferencialmente, a vitória neste último jogo, frente ao Gana.

E foi o que sucederia, com uma exibição algo desequilibrada, com falta de consistência ao longo dos 90 minutos, mas com algumas fases positivas, principalmente na meia hora inicial… e no quarto de hora final, quando, inclusivamente, teve oportunidades que demonstraram que, afinal, teria sido possível…

Tal como acontecera na partida frente aos EUA, a equipa portuguesa podia ter inaugurado o marcador logo aos cinco minutos, quando, num cruzamento/remate de Cristiano Ronaldo – um pouco à semelhança do cruzamento para o golo de Varela -, também descaído no flanco direito, junto à linha lateral, procurando explorar o adiantamento do guardião contrário, a bola embateu perigosamente na trave, ficando a centímetros do êxito.

E, ainda mais flagrante, seria a ocasião de perito criada aos 18 minutos, num bom centro de João Pereira, com Cristiano Ronaldo a surgir completamente desmarcado, isolado na pequena área, cara-a-cara com o guardião contrário, mas a cabecear à figura.

Só que, no minuto imediato, o Gana ameaçaria também o golo, com Gyan a fugir a Pepe, a rematar com muito perigo, a obrigar Beto a uma defesa de recurso, com os pés.

Mas o golo surgiria mesmo, e para Portugal: num cruzamento de Miguel Veloso, da esquerda, o defesa contrário Boye, ao tentar interceptar a bola, tocou-a de forma defeituosa, com o joelho, impelindo-a involuntariamente para a sua própria baliza. O mesmo Boye reincidiria, a findar a primeira parte, com mais um corte imperfeito, com a bola a sair perto da baliza, com o guarda-redes fora do lance.

Ao intervalo, a ganhar por um golo, a margem era ainda demasiado curta face ao que a equipa portuguesa necessitaria, enquanto, no outro jogo, entre Alemanha e EUA, o nulo se mantinha teimosamente.

Curiosamente, no minuto seguinte ao golo da Alemanha, que colocava Portugal a três golos do objectivo, seria o Gana a marcar, restabelecendo a igualdade, a confirmar um período de abaixamento da intensidade do jogo português. Num ápice, eram os ganeses que passavam a estar em situação mais favorável, uma vez que necessitavam apenas de mais um golo para se colocarem em posição de apuramento.

E, apenas cinco minutos volvidos, aos 61, o Gana voltaria a assustar, criando muito perigo para a baliza portuguesa. Aos 72 minutos, um lance que suscitou alguma dúvida, na área ganesa, com uma carga (de ombro?) a derrubar Cristiano Ronaldo. E se fica o benefício da dúvida para o árbitro neste lance, não há dúvida que esteve mal ao não expulsar Jordan Ayew, que agrediu com uma cotovelada William Carvalho.

Paulo Bento arriscava então, enfim, tudo, colocando Varela e Vieirinha em campo, e tiraria frutos disso aos 80 minutos: na sequência de um cruzamento de Nani, da esquerda, pressionado pela proximidade de Varela, o guardião Daula, afastaria a bola com uma palmada para a frente, para o centro da área, onde Cristiano Ronaldo, sem dificuldade, empurrou para o segundo golo de Portugal, que, pelo menos, lhe proporcionava o triunfo, permitindo paralelamente ao jogador português marcar em seis fases finais consecutivas de grandes provas internacionais de selecções (Europeus de 2004, 2008 e 2012, Mundiais de 2006, 2010 e 2014), igualando o registo do seleccionador dos EUA, o alemão Klinsmann.

Faltavam dez minutos para o final… e três golos para a qualificação. Na melhor fase do jogo, em termos de intensidade e de ocasiões de perigo – não obstante se jogasse já mais com o coração do que com a cabeça – Portugal teria ainda… três oportunidades para marcar: primeiro, de novo por Cristiano Ronaldo, com uma flagrante possibilidade, na zona central, a rematar à figura de Dauda; e, já em período de compensação, ainda Cristiano Ronaldo, por mais duas vezes, a não conseguir concretizar, com um remate por cima da baliza, e, uma vez mais, com outra bola a ir à figura do guarda-redes ganês.

Portugal despedia-se do Mundial, numa campanha de menos a mais – beneficiando também de alguma subida de rendimento de Cristiano Ronaldo, a par de mais apropriadas opções tácticas, por via do refrescar da equipa, nomeadamente com a entrada de William Carvalho e Rúben Amorim para a zona nevrálgica do meio-campo -, conseguindo sair da prova com dignidade, ganhando esta última partida, acabando por igualar em pontos os EUA, sendo penalizado pelo desastre do jogo inicial.

Cartões amarelos – João Moutinho (90m); Harrison Afull (39m), Abdul Majeed Waris (55m) e Jordan Ayew (79m)

Árbitro – Nawaf Shukralla (Bahrein)

Estádio Nacional de Brasília – Brasília (17h00)

26 Junho, 2014 at 5:56 pm Deixe um comentário

Mundial 2014 – Resultados e Classificações – 2ª jornada

GRUPO A        Jg  V  E  D   G  Pt  Brasil-Croácia........3-1
Brasil     Brasil  2  1  1  -  3-1  4  México-Camarões.......1-0
México     México  2  1  1  -  1-0  4  Brasil-México.........0-0
Croácia    Croácia  2  1  -  1  5-3  3  Camarões-Croácia......0-4
Camarões   Camarões  2  -  -  2  0-5  -  Camarões-Brasil.......---
                                    Croácia-México........---

GRUPO B        Jg  V  E  D   G  Pt  Espanha-Holanda.......1-5
Holanda    Holanda  2  2  -  -  8-3  6  Chile-Austrália.......3-1
Chile      Chile  2  2  -  -  5-1  6  Austrália-Holanda.....2-3
Austrália  Austrália  2  -  -  2  3-6  -  Espanha-Chile.........0-2
Espanha    Espanha  2  -  -  2  1-7  -  Austrália-Espanha.....---
                                    Holanda-Chile.........---

GRUPO C        Jg  V  E  D   G  Pt  Colômbia-Grécia.......3-0
Colômbia   Colômbia  2  2  -  -  5-1  6  C. Marfim-Japão.......2-1
C. Marfim  Costa do Marfim  2  1  -  1  3-3  3  Colômbia-C. Marfim....2-1
Japão      Japão  2  -  1  1  1-2  1  Japão-Grécia..........0-0
Grécia     Grécia  2  -  1  1  0-3  1  Japão-Colômbia........---
                                    Grécia-C. Marfim......---

GRUPO D        Jg  V  E  D   G  Pt  Uruguai-Costa Rica....1-3
Costa Rica Costa Rica  2  2  -  -  4-1  6  Inglaterra-Itália.....1-2
Itália     Itália  2  1  -  1  2-2  3  Uruguai-Inglaterra....2-1
Uruguai    Uruguai  2  1  -  1  3-4  3  Itália-Costa Rica.....0-1
Inglaterra Inglaterra  2  -  -  2  2-4  -  Itália-Uruguai........---
                                    Costa Rica-Inglaterra.---

GRUPO E        Jg  V  E  D   G  Pt  Suíça-Equador.........2-1
França     França  2  2  -  -  8-2  6  França-Honduras.......3-0
Equador    Equador  2  1  -  1  3-3  3  Suíça-França..........2-5
Suíça      Suíça  2  1  -  1  4-6  3  Honduras-Equador......1-2
Honduras   Honduras  2  -  -  2  1-5  -  Honduras-Suíça........---
                                    Equador-França........---

GRUPO F        Jg  V  E  D   G  Pt  Argentina-Bósnia-Herz.2-1
Argentina  Argentina  2  2  -  -  3-1  6  Irão-Nigéria..........0-0
Nigéria    Nigéria  2  1  1  -  1-0  4  Argentina-Irão........1-0
Irão       Irão  2  -  1  1  0-1  1  Nigéria-Bósnia-Herz...1-0
Bósnia-HerzBósnia-Herzegovina  2  -  -  2  1-3  -  Nigéria-Argentina.....---
                                    Bósnia-Herz.-Irão.....---

GRUPO G        Jg  V  E  D   G  Pt  Alemanha-Portugal.....4-0
Alemanha   Alemanha  2  1  1  -  6-2  4  Gana-EUA..............1-2
EUA        EUA  2  1  1  -  4-3  4  Alemanha-Gana.........2-2
Gana       Gana  2  -  1  1  3-4  1  EUA-Portugal..........2-2
Portugal   Portugal  2  -  1  1  2-6  1  EUA-Alemanha..........---
                                    Portugal-Gana.........---

GRUPO H        Jg  V  E  D   G  Pt  Bélgica-Argélia.......2-1
Bélgica    Bélgica  2  2  -  -  3-1  6  Rússia-Coreia Sul.....1-1
Argélia     Argélia 2  1  -  1  5-4  3  Bélgica-Rússia........1-0
Rússia     Rússia  2  -  1  1  1-2  1  Coreia Sul-Argélia....2-4
Coreia Sul Coreia Sul  2  -  1  1  3-5  1  Coreia Sul-Bélgica....---
                                    Argélia-Rússia........---

Melhores marcadores

3 golos – Thomas Müller (Alemanha), Arjen Robben (Holanda), Robin van Persie (Holanda), Karim Benzema (França) e Enner Valencia (Equador)

2 golos – Neymar (Brasil), Tim Cahill (Austrália), Mario Mandžukić (Croácia), James Rodriguez (Colômbia), Gervinho (Costa do Marfim), Luis Suárez (Uruguai), Lionel Messi (Argentina), André Ayew (Gana) e Clint Dempsey (EUA)

Marcadores (2.ª jornada) – Arjen Robben (Holanda), Tim Cahill (Austrália), Mile Jedinak (Austrália), Robin van Persie (Holanda), Memphis Depay (Holanda), Eduardo Vargas (Chile), Charles Aránguiz (Chile), Ivica Olic (Croácia), Ivan Perišić (Croácia), Mario Mandžukić (Croácia) – 2, James Rodriguez (Colômbia), Juan Quintero (Colômbia), Gervinho (Costa do Marfim), Luis Suárez (Uruguai) – 2, Wayne Rooney (Inglaterra), Bryan Ruiz (Costa Rica), Olivier Giroud (França), Blaise Matuidi (França), Mathieu Valbuena (França), Karim Benzema (França), Moussa Sissoko (França), Blerim Dzemaili (Suíça), Granit Xhaka (Suiça), Carlos Costly (Honduras), Enner Valencia (Equador) – 2, Lionel Messi (Argentina), Mario Götze. André Ayew (Gana), Asamoah Gyan (Gana), Miroslav Klose (Alemanha), Peter Odemwingie (Nigéria), Divock Origi (Bélgica), Islam Slimani (Argélia), Rafik Halliche (Argélia), Abdelmoumene Djabou (Argélia), Heung-Min Son (Coreia do Sul), Yacine Brahimi (Argélia), Koo Ja-Cheol (Coreia do Sul), Nani (Portugal), Jermaine Jones (EUA), Clint Dempsey (EUA) e Silvestre Varela (Portugal)

22 Junho, 2014 at 11:57 pm Deixe um comentário

Mundial 2014 – EUA – Portugal

EUA Portugal 2-2

EUA Tim Howard; Fabian Johnson, Geoff Cameron, Matt Besler, DaMarcus Beasley, Alejandro Bedoya (72m – DeAndre Yedlin), Kyle Beckerman, Michael Bradley, Jermaine Jones, Graham Zusi (90m – Omar Gonzalez) e Clint Dempsey (87m – Chris Wondolowski)

Portugal Beto; João Pereira, Bruno Alves, Ricardo Costa e André Almeida (45m – William Carvalho); Miguel Veloso, João Moutinho e Raul Meireles (69m – Silvestre Varela); Nani, Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga (16m – Éder)

0-1 – Nani – 5m
1-1 – Jermaine Jones – 64m
2-1 – Clint Dempsey – 81m
2-2 – Silvestre Varela – 90m

Se o jogo inaugural da selecção portuguesa neste Mundial dera já claros indícios – mesmo mitigados ou, noutra perspectiva, porventura mascarados, pelas características especiais dessa partida, e a forma como a mesma se desenrolou, com diversas incidências desfavoráveis, desde o penalty muito cedo, a expulsão e as lesões, logo de seguida – de que algo não estava bem, este segundo desafio veio efectivamente confirmar, agora já sem margem para o “benefício da dúvida”, que há, aliás, muitas coisas que não estão bem.

Começando por beneficiar, logo nos minutos iniciais, de um golo feliz, fruto de uma deficiente intervenção do defesa-central estado-unidense, que, ao procurar afastar a bola, a colocou de “bandeja” nos pés de Nani, que não se fez rogado, com frieza e eficácia, dando a melhor sequência ao lance, marcando o primeiro golo português – Portugal praticamente entrou em campo a ganhar.

O “mais difícil” parecia estar feito: um golo que pudesse dar confiança e serenidade ao grupo, e que o motivasse para a necessária vitória. Eis senão quando, de forma surpreendente, a equipa nacional rapidamente perdeu o controlo do jogo, não só cedendo a iniciativa ao adversário, como, mais, vendo-se mesmo empurrada para a sua zona defensiva, perante as sucessivas investidas americanas.

Durante meia hora, não conseguindo nunca acertar as marcações, dando sempre a sensação de estar em inferioridade na zona nevrálgica do meio-campo, a selecção portuguesa esteve à mercê do adversário, que, muito rematador, ameaçava o tento do empate, que Beto, atento e concentrado, por algumas vezes teve de negar.

Curiosamente, seria depois de uma inédita paragem do jogo, determinada pelo árbitro, cerca dos 37 minutos – para que os jogadores se pudessem refrescar e recuperar do ambiente sufocante de Manaus, em plena floresta da Amazónia, hidratando-se -, que os portugueses se conseguiriam libertar também da pressão contrária, criando duas flagrantes ocasiões de golo, desperdiçando o que seria o 2-0, praticamente a findar a primeira parte, primeiro com o guardião Howard a defender um bom remate de Nani, e, de seguida, depois de um remate, também de Nani, ao poste, na recarga, de Éder (que substituíra mais um jogador lesionado, Hélder Postiga), novamente o guarda-redes contrário, com uma soberba intervenção, a desviar miraculosamente para canto – dois lances que poderiam ter ditado uma história completamente diferente para este encontro.

Ao intervalo, André Almeida, que denotara já, ao longo da primeira parte, grandes dificuldades físicas, seria também substituído. E, no segundo tempo, a toada do jogo não teria grandes alterações, sempre com os EUA em superioridade, a ameaçar o golo, que Ricardo Costa, providencialmente, em cima da linha de baliza, ainda conseguiria salvar, a remate de Bradley. Mas o tento do empate acabaria mesmo por surgir, com um potente e colocado remate de fora da área de Jermaine Jones, a desviar a bola do alcance de Beto.

Consciente de que a igualdade era um resultado comprometedor, Portugal tentaria ainda reagir, com Raul Meireles a ver um remate perigoso travado por Howard. Até que, já nos derradeiros dez minutos, os estado-unidenses chegariam à posição de vantagem, com Dempsey a aproveitar da melhor forma a lentidão de Bruno Alves, que, depois de uma tentativa de corte, caindo no terreno, demoraria a erguer-se, possibilitando assim que o marcador do golo (obtido com um encostar da barriga à bola, completamente desmarcado, à boca da baliza) estivesse em posição regular.

Culminando uma péssima actuação, denotando grandes carências, Portugal estava virtualmente eliminado. Teria ainda um lance bem ilustrativo do estado de descrença e de desnorte, com cinco (!)  jogadores portugueses a serem apanhados em situação de fora de jogo, num único lance.

O segundo golo português, obtido ao minuto 95, cairia literalmente “do céu”, com Silvestre Varela a finalizar na perfeição  a melhor jogada de Cristiano Ronaldo em todo o desafio, com um cruzamento longo, pelo ar, da extrema direita, para o lado contrário da área americana. Um golo que – não obstante poder vir eventualmente a comprometer o apuramento dos EUA – mais não será que um paliativo para Portugal…

No final deste jogo, impunha-se como inevitável a sensação de amadorismo que toda a presença de Portugal neste Mundial denota, a nível de organização, planeamento e preparação, desde a escolha do local de estágio (Campinas), ao timing de chegada ao Brasil (praticamente em cima do arranque da prova) e de deslocação para os locais de jogo, passando pelas sucessivas lesões (Hugo Almeida, Fábio Coentrão, Rui Patrício, Hélder Postiga, André Almeida).

Uma selecção excessivamente dependente de Cristiano Ronaldo, que, pese embora o espírito de sacrifício que revela, não estando obviamente em condições, acaba por, mesmo que involuntariamente, ser mais prejudicial que benéfico ao grupo, que – envelhecido, em fim de ciclo, com notória falta de ritmo – não consegue suprir o sub-rendimento do seu capitão, o qual, inevitavelmente, acaba por provocar desequilíbrios na ocupação do espaço, em particular no controlo da zona intermediária, e nas tarefas defensivas, tornando a equipa vulnerável às investidas adversárias.

No imediato pós-jogo, o discurso derrotista do responsável técnico pela selecção (Paulo Bento), assim, como, antes, de Nani, é claro sintoma de que (já) ninguém acredita na selecção, nem os próprios…

As hipóteses matemáticas de apuramento – necessidade de reverter uma desvantagem de cinco golos, e no pressuposto, indispensável, que não haja empate no Alemanha-EUA – mais não passam do que de uma miragem; objectivamente, não seria impossível Portugal ganhar por três ao Gana, e que a Alemanha ganhasse aos EUA por dois golos de diferença, o que bastaria para concretizar tal qualificação – sendo que, por outro lado, subsiste inclusivamente o cenário de eventual necessidade de recurso a sorteio para desempatar as equipas, por exemplo, caso Portugal vencesse por 2-0 e os EUA perdessem por 0-3! Mas, no contexto presente, tal não deixaria de ser como que um milagre…

Cartão amarelo – Jermaine Jones (75m)

Árbitro – Nestor Pitana (Argentina)

Arena Amazónia – Manaus (23h00)

22 Junho, 2014 at 11:55 pm Deixe um comentário

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