Archive for 15 Junho, 2014
U. Tomar – Centenário (XXXVII)
(“O Templário”, 12.06.2014)
Ainda na temporada de 1987-88, terminada que fora a aventura da Taça, era altura de focalizar a atenção no objectivo prioritário, o campeonato, como salientara o Presidente unionista, Dr. Dinis Martins: «Meta é a III Divisão – o jogo da Taça é só festa.»(1), que expressava também uma curiosa opinião: «somos o Benfica ou o Porto deste distrital, pois enchemos os campos todos.»(2)
Como que a recordar outras memoráveis conquistas (em particular a da primeira subida à I Divisão Nacional, em 1967-68), a 8 de Maio de 1988, na 27.ª jornada, o União de Tomar recebia, em partida decisiva, qual “final” do campeonato, o rival Torres Novas, 2.º classificado (a par do Águias de Alpiarça), tendo assim a oportunidade de – tal como, curiosamente, sucedera há vinte anos, perante o mesmo adversário, embora então em terreno alheio – fazer enfim a grande festa, de nova subida e consequente regresso aos Nacionais.
E, embalado como estava, não a desperdiçaria, acabando por se impor por 2-0, golos de Vítor Romero e de Ferreira, obtidos, respectivamente, aos 73 e aos 78 minutos – pouco depois de o guardião Jorge ter defendido uma grande penalidade a favor dos torrejanos –, assim culminando da melhor forma os largos minutos de “sofrimento”, dando ainda mais sabor às comemorações do título: beneficiando também do inesperado desaire caseiro do Águias perante o Benavente, o União, agora com sete pontos de vantagem, faltando três jornadas, sagrava-se Campeão Distrital!
«O Torres Novas enquanto contou com a frescura física do veterano Fragata foi dominando o encontro mostrando-se a equipa mais perigosa pois só a vitória lhe interessava. No entanto a equipa tomarense dispondo as suas pedras de maneira a não ser surpreendido foi respondendo com alguns ataques que todavia não surtiram o efeito desejado. […]
No segundo tempo o cariz do encontro não se alterou, mantendo-se a equipa da casa na expectativa […]. Aproveitando a frescura de Leite que acertou com a marcação a Fragata até então o melhor homem do Torres Novas a equipa da casa começou a pressionar o último reduto dos torrejanos e através de um futebol rápido e incisivo foram na procura do golo que lhes desse a tranquilidade necessária e os dois pontos em jogo. […]
Com o resultado final de 2-0 favorável aos tomarenses e a derrota do Águias em casa foi a festa no Municipal de Tomar com o público, jogadores, treinador e direcção a festejarem efusivamente a subida à 3ª divisão nacional.»(3)
Estava cumprido o “destino” do União, que assim conquistava, pela quarta vez no seu historial, o título de Campeão Distrital.
Tendo finalmente conseguido – após três anos de intensa disputa – conquistar o direito de regressar aos Campeonatos Nacionais, o União de Tomar encetara um árduo caminho de ascensão, subindo “a pulso”, visando retomar o lugar que deveria ser o seu no panorama do futebol nacional.
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