U. Tomar – Centenário (XXXIX)
29 Junho, 2014 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 26.06.2014)
Na época de 1990-91, regressado à II Divisão Nacional (para um ciclo final de três temporadas), o União de Tomar enfrentaria uma luta tenaz, até ao último minuto da derradeira jornada, para garantir a manutenção – num ano em que foram despromovidos os oito últimos classificados –, tendo averbado, não obstante, um registo de 12 jogos consecutivos de invencibilidade.Também na Taça de Portugal o clube teria uma carreira digna de menção… que culminaria com o regresso ao Estádio da Luz: a 27 de Fevereiro de 1991, dava-se o último reencontro com o Benfica.
Num jogo de festa, a resistência unionista não duraria contudo mais do que 21 minutos, altura em que sofreu o primeiro golo, para, logo de seguida, num intervalo de escassos segundos (entre o minuto 29 e 30) ver o marcador ampliar-se para 0-3, com dois tentos de Magnusson. O segundo tempo correria muito melhor, com o União a conseguir uma “igualdade”, a um golo: Moreno reduziu para 1-3, e só já no “cair do pano”, os benfiquistas voltariam a marcar, por Sanchez, fixando o resultado em 4-1, desfecho que denota ilusórias facilidades:
«Claro que não houve apenas amolecimento e desinspiração benfiquista mas também, em apreciável grau, mérito e qualidade de jogo por parte dos animosos visitantes, tacticamente conscientes, tecnicamente válidos, com personalidades em destaque como, por exemplo, o «te[e]nager» Moreno, mais aplaudido pelos sócios do clube da Luz do que quase todos os «craques» benfiquistas. […]
Quando, a meio do 2.º tempo, os «rubro-negros» de Tomar reduziram para 3-1, a reviravolta exibicional tornou-se chocante e a hipótese dos 2-3 pairou no estádio, entre assobios a Isaías e a Matts e palmas vibrantes para Moreno e para o generoso paraguaio [chileno] Romero.
Quem poderia supor!
Um bom «keeper» – e não só…
Boa impressão deixou a turma visitante nesta «saltada» original até Lisboa. Em 5x3x2, muito «arrumadinho», o U. Tomar botou figura nos primeiros 20 minutos de claro pendor atacante benfiquista, dando a conhecer um bom guarda-redes (Nélson) e resultando o expediente de trazer cá para trás um ponta-de-lança de bom arcaboiço e bastante «calo» como o «trintão» Plemen. […]
No 2.º tempo, sentindo-se menos secundária, a turma de Tomar ousou mais e, no minuto 61, Ferreira poderia ter marcado, assustando o «espectador» Silvino.
Da ameaça ao golo foi um quase-nada: em contra-ataque, Moreno «sprintou» muito bem, foi feliz no ressalto em choque com o «capitão» benfiquista e, completamente só, a 20 metros da linha de golo, vibrou à grande com a sua proeza, difícil de esquecer. […]
Bem esteve o União – tacticamente e em equilíbrio emocional. Nelson, Alexandrov, Ferreira e Moreno deixaram-nos bastante boa impressão. E também Eira, um defesa «mini» de atenção «maxi», um topa-a-tudo eficaz na cortina defensiva. Passar assim pela «Taça» valeu a pena…»(1)
«Parabéns a João Barnabé e à equipa, muito vistosa, muito disciplinada e com a preocupação de jogar bem.»(2)
____________
Entry filed under: Tomar.
Trackback this post | Subscribe to the comments via RSS Feed